quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira





O Mali é um dos países mais pobres do Planeta. Tem, nas suas regiões mais a sul, as áreas de maior actividade humana, já que o Norte do país faz parte do deserto do Saara. É nestas regiões, mais precisamente nos vales dos rios Senegal e Níger e seus afluentes que, por exemplo, a agricultura, o mais importante sector económico, é praticada por mais de 80% da população activa com o objectivo de assegurar a subsistência. Os esforços governamentais para a evolução deste sector têm sido infrutíferos, devido aos constantes períodos de secas, bem como ao baixo nível de tecnologia disponível. A indústria também não se encontra em melhor estado, pois baseia-se em pequenas empresas de transformação de produtos agrícolas, como o arroz ou o algodão.

Os meus ouvidos, sobretudo o esquerdo - o direito está-se um bocado a borrifar e quer é ouvir música, porque os headphones que os aconchegam em casa teimam em funcionar apenas do seu lado canhoto (está mal habituado, o ouvido esquerdo, diria alguma voz austera) - discordam veemente da Wikipedia, e mais, fizeram questão, sobretudo o esquerdo, assim que o sistema nervoso central - a porteira de qualquer ser humano - se encarregou de lhes fazer chegar a informação, que ficasse escrito neste blog que um país que tem disto ou disto, só pode ser um país rico comó caraças - o meu ouvido, sim, o esquerdo, é um bocado brejeiro, peço desculpa.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hovering around

"Onde é que estás? Não se ouve nada."
"Algures no Atlântico."
"Atlântico?O que é isso, um hotel?Vai para um sítio com rede."
"Atlântico, o oceano."
"Deixa-te de parvoíces, que eu sei que estás no escritório. Mas que barulho é esse de água, estás na casa de banho?"
"Já te disse, estou no Atlântico, e o barulho de água é das ondas que me batem na cara e a voz despida é da espuma que me inunda da cabeça aos pés."
"Pára de gritar que as pessoas aí no trabalho devem estar a achar que és louco, e vai para um sítio com rede!"
"Não consigo, não me importo e não vou, aliás isto nem depende de mim, só paro quando o meu amigo disser, ou melhor, quando deixar de dizer."
"Mas qual amigo? Perdeste a cabeça."
"O Benjamin Gibbard."
"Não tens nenhum amigo com esse nome..."
"Claro que tenho, é o vocalista dos Postal Service e dos Death Cab for Cutie."
"Vocalista de quem?Não se ouve nada...e tu não tens nenhum amigo cantor!"
"Desculpa, mas agora não posso falar mais, que eles querem voar mais rápido. Se continuo com esta conversa ainda os perco, e isso não pode acontecer de maneira nenhuma porque eu não sei o caminho. Falamos à noite."
"Zé Maria? Que grito foi esse?"

Com este céu metálico-melancólico na janela, e um frio - entrado pelas aberturas da minha camisa - que se cola à pele e dá a sensação que também nela se forma a geada, Death Benjamin Gibbard nos ouvidos equivale a um bilhete low-cost na cabeça.

sábado, 22 de novembro de 2008

The perfect excuse for running late

Manoel de Oliveira dá nome a comboio

Melhor, melhor, só se desse o nome ao TGV. Era o chamado falso lento.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

To: Harry Potter

If you're a wizard, then why do you have to wear glasses?

Liars


Dos melhores nomes de música - e frases - que por aí andam.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tarda nada vem em verso

Definição de cor-de-rosa, de acordo com o dicionário da Priberam:

adj. 2 gén.,

de cor vermelha desmaiada;

Nunca pensei que um dicionário pudesse ser poético. E porque é que procuravas o significado de cor-de-rosa num dicionário, perguntam vocês? Contrabalançava o excesso de masculinidade da minha pessoa, that's all.

Conclusões



Retiram-se duas coisas dos Contemporâneos:

- Umas quantas - cada vez mais - gargalhadas (how catchy).

- Um atestado da estupidez do português comum, se não mesmo do Homem comum. É constrangedor e ao mesmo tempo elucidativo assistir aos interrogatórios públicos levados a cabo pelo Bruno Nogueira.

Explica muita coisa: for starters, a necessidade, talvez portuguesa, talvez não, de formar opinião sobre o que quer que seja, sem o mínimo de trabalho de investigação e reflexão, como se ter opinião fosse uma prerrogativa fundamental e inalienável com trejeitos de dever social. Tem-se opinião sobre o assunto "x" porque sim, "na medida em que é assim" que o opinador vê as coisas, e porque ter opinião sobre o assunto, por mais superficial e aleatória que seja, sempre é uma primeira capa que mascara uma ignorância latente, mas que al fin y al cabo vai-se a ver e é ainda maior do que se pensava; mas infelizmente, não nos ficamos por aqui, bom era. No prato principal, temos a tendência vérmica para dizer mal dos políticos. "A quem é que deixava a torneira da casa de banho aberta para inundar a casa?", pergunta-se, para obter como resposta irritantemente automática e mecânica: "Ao José Sócrates e ao Cavaco"; e para sobremesa, já refastelados com tanta estupidez e primitivismo, vem uma taça com uma bola de racismo e outra de xenofobia, por vezes regadas, como não poderia deixar de ser, com uma capa que mascara o conteúdo, porque verdade seja dita, sentimentos desse género podem ter-se, mas não podem dizer-se, a menos que se façam acompanhar de uma gargalhada explicativa, que no fundo significa "eu só estou a dizer isto porque é na brincadeira, hehe".

E já agora, vejam este vídeo com a janela minimizada. Inacreditável, sobretudo o último minuto.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Geniale

Então Alessandro, que é que vais fazer hoje?

Vou só ali ao Barnabéu marcar um golo de canhota e outro de pé direito, estou algo aborriccutti.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mais oui, ça c'est jolie, comme le chien

- Bienvenue chez les Ch’tis

- Le diner de cons

- Les invasions barbares

Bom, bom, bom. Vão ver, vão ver, vão ver.

E na onda de rapidinha cultural, passemos à música:

- Fat Freddy's Drop

- Joan as Police woman

- Los Campesinos

Bom, bom, bom. Vão ver e ouvir, vão ver ouvir, vão ouvir.

Meio Golo de Palavra



Estimado Pablo,

Trato-te por tu, por saber que assim manda o costume na latina pampa húmida que teve o prazer de te ver nascer para o futebol e para a vida. Confesso-te, porém, que mais gostaria de tratar-te por Usted, assim, com maiúscula e tudo hombre, ou melhor, Hombre.

Como deves calcular, bem e para não variar, a julgar pela precisão pornográfica dos teus passes, rectius (perdoa-me o tique de jurista, vã tentativa de dar mais brilho à coisa), meios golos, dizia eu, como deves calcular, por esta altura exponho o motivo que me leva a escrever-te - pois bem, escrevo-te, em primeiro lugar, para te avisar para teres cuidado, e também para te agradecer.

Estranhas certamente o intróito da exposição de motivos, sobretudo se já reparaste no vídeo que vem acima, mas não te sobressaltes, que eles estão relacionados.

Tens de ter cuidado Pablo. Certamente que na Argentina e talvez também em Espanha, as gentes estão habituadas a obras de arte como a que fizeste ontem, mas por terras lusas, os passes de letra não podem ser feitos de um meio-campo para o outro. Ainda para mais, com a crise que atravessamos, o desconhecido, ainda que genial, atormenta muitas mentes, deixa-as confusas e baralhadas, já para não dizer inseguras e frustradas, perante tamanha demonstração de qualidade, apenas ao alcance de predestinados como tu.

Passes de letra, de um meio campo para o outro e que ainda por cima dão golo? Já se viram motins causados por menos. Bem sei que não tens culpa de ter o Suazo na equipa, mas olha que o que fizeste ontem, nesta terra onde os brandos costumes convivem - como seria de esperar, tal é a brandura -indiferentemente com a mesquinhez, dá direito a uns quantos olhares de esguelha e a três ou quatro boatos infundados sobre a tua vida pessoal.

Verdade seja escrita, o que tu tiveste o desplante de fazer ontem em pleno Dom Afonso Henriques não foi um passe de letra. Passes de letra têm um limite de 5, vá, 6 metros. A partir dessa distância, a pouca gente conhecedora da existência do que tu fizeste ontem é unânime em afirmar que não se trata de um passe de letra.

E o que será, então, perguntas-te, e a mim, indignado? Caro Pablo, o que tu fizeste ontem foi um passe de Palavra, que a ínfima parte do teu Génio posto ontem naquele passe, é grande demais para caber numa simples letra, merece o epíteto de Palavra. E de passe também tem pouco, parece-me mais correcto apelidá-lo de meio golo, se achares bem, claro. Meio Golo de Palavra, portanto. Ou Palavra de Meio Golo. Visto o vídeo, julgo ir dar ao mesmo.

E é por essa razão que te agradeço. Gracias Pablito, por me teres mostrado o que é um Meio Golo de Palavra, e por me teres feito ver que (o teu) Génio é demasiado extenso para caber numa simples letra.

Espero que tenhas um óptimo dia de anos - fazes anos hoje, até aqui conseguiste surpreender-me. Vê lá se percebes que não és tu que nos dás presentes, mas o contrário.

É verdade, também te queria dizer isto: se fores hacia Las Brasitas, pede o petit gateaux - não tem nada de argentino, mas talvez fiques a perceber os sentimentos que provocas nas pessoas - messi incluído - quando resolves acarinhar o esférico como si fuera tu hijo.

Un cordial saludo,
Rosé Mari Júdice

domingo, 2 de novembro de 2008

Ah, grand'azar



16:30 - Porreiro, daqui a meia hora começa, se bem que não percebo por que é que estou a ver isto. Só por um milagre é que o Hamilton não acaba em 5º, mas pronto, é domingo, não há bola, a ressaca não permite grandes leituras, tolera-se.

16:45 - Chuva? Se calhar isto ainda vai ter alguma graça...

17:20 - Hamilton em 6º? É uma questão de tempo.

17:40 - Hamilton em 5º. Pronto, acabou-se a papa doce, como me diziam quando era miúdo. Não percebo o que é que leva alguém a ver uma corrida do princípio ao fim. Só estou a ver isto porque estou de ressaca. Não admira que a F1 esteja em crise. Impropério impropério impropério. Já passavam era mais imagens do paddock da McLaren.

18:20 - Hamilton em 4º. B-O-R-I-N-G.

18:30 - Hamilton em 5º. Boring nonetheless. Mas este Vettel, apesar de ter nome de marca de skis, sim senhor.

18:35 - Imagens do paddock da McLaren. "Grande pacote. Mas quem é que disse pacote Mariana? Paddock, paddock."

18:45 - Hamilton em 6º. Um formigueiro começa a percorrer-me o corpo, os olhos arregalam-se ligeiramente em direcção à televisão e um valente "Tu queres ver?" forma-se na Suiça da minha cabeça, neutral em relação à Battle for Middle Earth que decorria em simultâneo no interior da mesma, com ligeira vantagem para os ogres e respectivos cacetes.

18:51 - Última volta. Pareço que estou a ver o Bayern - Manchester da final da Champions de há uns anos atrás, tal é a euforia. Massa acaba em 1º, não acredito, vai ser campeão, o Vettel não desarma, e não pode haver nenhuma daquelas intrujices típicas, de pés de companheiros de equipa súbita e momentaneamente avessos ao acelerador. Adoro a Formula 1, que espectáculo de desporto!

18:52 - Ferrari festeja em peso, Massa é campeão do mundo, Interlagos está ao rubro. Aquela Nicole Scherzinger é mesmo otária, está a festejar porquê? Hamilton em 5º? Como é que é possível, se o Vettel acabou à frente dele? Deve ter havido algum erro informático, só pode. O quê, aquele gajo com nome de pistola foi ultrapassado na última volta? "Tu queres ver?, faz favor de sair que o ah, grand'azar, quer entrar".

A probabilidade de futuras sinergias entre a Ferrari e o Sporting aumentaram exponencialmente. Aproveitem, ragazzi.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Villeneuve vs Arnoux



Coisas que se aprendem com os mais velhos.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Cuestión

Por acaso os vossos livros do García Marquéz também costumam vir com banda sonora, cheiro a um calor húmido e a árvores de fruto tropicais?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Hop in

I hate to jump on the bandwagon, mas tem de ser: nos dias que correm, Contemporâneos > Gato Fedorento. Pronto, já está.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

The Great Fitzgerald

'Nevertheless you did throw me over,' said Jordan suddenly. 'You threw me over on the telephone. I don't give a damn about you now, but it was a new experience for me, and I felt a little dizzy for a while.'

We shook hands.

'Oh, and do you remember' - she added - 'a conversation we had once about driving a car?'

'Why - not exactly.'

'You said a bad driver was only safe until she met another bad driver? Well, I met another bad driver, didn't I? I mean it was careless of me to make such a wrong guess. I thought you were rather an honest, straightforward person. I thought it was your secret pride.

'I'm thirty,' I said. 'I'm five years too old to lie to myself and call it honour'.


The Great Gatsby

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Indisputable truth no. 2

The thing with adopting a cool passerby's indiference is that you almost never get to know if it actually payed off. One should be allowed to walk around in the street with a sign saying "Please tell me if you notice how cool I look not giving a crap about anything around me". Yeah, that'd be cool.

Guess I've just created a t-shirt.

Indisputable truth no. 1

Approval is all about perception. Perception of one's approval layer, of the depth of knowledge needed to be shown in order to obtain that indistinguishable face that basically means «OK, I see you're worth my time, here's your free "you're allowed to say anything you want that I will trust you" card».

Failure to recognize this small - yet crucial - detail may end up in some serious fucked up something that I cannot still quite define right now. But it will cause you problems all right.

domingo, 12 de outubro de 2008

Life in two sentences

Até aos 30 anos tens a cara que Deus te deu. Depois, terás a cara que mereces.

Miguel Gomes


Pela primeira vez uma frase deixa-me com vontade de ir ver um filme. Ou melhor, dois. A Cara que Mereces e Aquele Querido Mês de Agosto.

Word on the street has it

Coldplay is the new fucking black.

sábado, 11 de outubro de 2008

Guess this is rock bottom

Acabei de "justificar" um post do meu blog. Por achar que o texto não estava bem formatado. Um texto do MEU blog. Não o texto um documento para um cliente, ou de uma tradução, ou de outra coisa qualquer remotamente séria e oficial. Do MEU blog.

Aposto que se desse para activar as track changes, era ver-me todo maluco a salpicar os posts de tracejados, balões e afins.

Desculpa, meu querido. Nunca mais te justifico.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

On the verge of giving up

Estou disposto a ceder a parte de mim que conserva alguma cor e uma moderadíssima graça. Preço negociável, mas barato, que a crise toca a todos. Fervilha de ideias, ao que consta, mas sente-se numa daquelas cenas de filme de série b em que as paredes da sala se comprimem inevitavelmente com o passar do tempo.

E alguém tem de carregar no botão. Alguém esse que certamente não serei eu, porque a parte colorida está dentro da sala, e a cinzenta just doesn't care.

E se pusesses o botão dentro da sala?
Afinal ainda respiras.

Mas despacha-te.
Calma, vou só verificar qual a legislação aplicável e já agora também a posição da doutrina e jurisprudência sobre botões em salas exíguas com paredes amovíveis.

Salas exíguas com parede amovíveis? É melhor ligar também para a Câmara, a ver o que é que eles dizem sobre isso.

E já agora faz uma tradução disso tudo para inglês. Não te esqueças também de ver o código anotado dos botões em salas exíguas com paredes amovíveis.

Então, a parte colorida sempre pode pôr o botão dentro da sala? Acho que saiu agora uma Directiva sobre isso. E dizia o quê? Que os cidadãos dos Estados-membros podem instalar os botões que quiserem dentro de uma sala exígua com paredes amovíveis, desde que a mesma tenha sido construída de acordo com as normas comunitárias aplicáveis à construção de salas exíguas com paredes amovíveis, e que o responsável pelo fabrico e instalação do botão não se chame "parte colorida", porque isso é nome de paneleiro, e toda a gente sabe que na construção civil não há paneleiros, há um acórdão sobre isso e tudo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Backstage access

A culpa da crise financeira é do sistema capitalista?da facilidade no acesso ao crédito à habitação que se verificou nos últimos anos?da falta de regulação ao nível da criação de instrumentos financeiros?

A mim não me atiram areia para os olhos, isto não é mais do que o lobby das editoras de manuais de História, num conluio de proporções globais, a fazer das suas.

And don't get me started on 9/11.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Porreiro pah

"O que é que fizeste hoje desde as 9:30 da manhã?"

"Comi um croquete, bom por sinal, um folhado de salsicha, uma sanduíche mista e um twix."

"Porreiro pah."

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Para memória futura: Da resistência à metamorfose

Worry not, apesar de estar num processo de quase inevitável acinzentamento da minha personalidade, que passa pela leitura, todos os dias, de três jornais que não os desportivos, e da vivência, entre 10 a 12 horas diárias, num pequeno mundo composto por um desktop, uma janela com vista para nada e um guindaste, com a companhia de uma fastidiosa parede branca, salvo apenas por intermitentes viagens auditivas - e aqui gostava de agradecer pessoalmente ao imeem e ao myspace, aproveitando a ocasião para fungar de forma ostensiva devido ao ar condicionado que impregna este microcosmos onde me encontro -, dizia eu, que apesar de estar já em curso esse quasi inevitável (olha o latim e o itálico já a aparecerem) processo de chatismo, prometo que este blog continuará a ser um verdadeiro bastião da palhaçada, autêntico ex libris do pateta que fui, sou, e para sempre, espero, serei.

Comprometo-me, inclusivamente, se bem que não preciso de estar aqui a prometer nada, que se me apetecer transformo este blog num espaço de profunda reflexão socio-política, a nunca levar-me a sério; mais, garanto que se tal acontecimento se verificar, não se tratará de um acto voluntário, sino que um espasmo da pessoa extremamente maçadora que quase inevitavelmente virei a ser.

3,2,...

Estranho bloqueio este. Estranho deserto com oásis de água salgada. Estranha letargia, arrogância, indiferença, yo que sé. Que ganas de explotar, de irme a fuera de mí. Que inútil viaje, que asco de la indefinición de no saber si es mejor tener un rumbo o seguir buscándolo entre las tinieblas de nuestra existencia.

Ostia, lo estaba necesitando. Quem diria que a ressaca poderia funcionar como um catalizador?

1.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Dúvida guindástica

Já alguém viu um guindaste a ser transportado? Guindaste, que por sinal, é daquelas palavras que padece de amnésia repetitiva: guindaste. qual? guindaste. guindaste guindaste guindaste.

Críticas em relação a este post devem ser dirigidas à vista que eu tenho da minha janela. Podem sempre pôr um outdoor gigante da Alessandra Ambrósio a tapar o guindaste. Mas que raio é um guindaste? Word has lost all meaning.

Taxi driver

(num táxi, por volta das 20:20 de ontem, Barcelona-Sporting na rádio, comentador acaba de referir que o marcador já funciona em Camp Nou, 1-0 para o Barcelona)
"Amigo, sabe quem marcou o golo?"
"Foi um estrangeiro."

(perplexidade)

(ouve-se, um par de minutos depois, o comentador a descrever uma jogada do Messi)
"Parece que foi este tal de Messe, ou lá o que é."

Marquéz, Messe para os amigos.

Prime time crisis

Já que os administradores do FED, do BCE e de mais um par de bancos decidiram jogar ao monopólio na vida real, regabofe por regabofe, deviam era jogar em dólares zimbabweanos, que isto dos biliões de dólares começa a parecer pocket change.

O FED, por exemplo, decidiu avançar com um empréstimo de 85 biliões de dólares. Boo hoo, a contas de hoje, parece que acabou de comprar a Avenida Luisa Todi; agora, se o valor do empréstimo fosse qualquer coisa a rondar os duzentos e cinco mil milhões de ziliões de dólares zimbabweanos, aí sim, um gajo até diria "sim senhor, não só denotam uma preocupação com a situação económica do país do Sr. Mugabe, utilizando a moeda com o intuito de lhe dar algum valor de troca, como ainda têm a ousadia de comprar a Rua do Ouro".

Não sabem jogar, não jogam.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

LHC effect

Notícia 1 - Brandon, reforço do Leixões, ABola dixit, "só quer é jogar. No entanto, sabe que a concorrência é forte - está lá o Bruno China."

Notícia 2
- O primeiro-ministro da Tailândia, Samak Sundaravej, e todo o governo, foi hoje forçado a demitir-se depois de o Tribunal Constitucional ter deliberado que o chefe do Executivo violou a Constituição ao apresentar um programa culinário televisivo.

O tribunal considerou que Sundaravej, ao apresentar, na televisão, um programa de culinária, desrespeitou a Constituição que proíbe membros do governo de trabalharem em empresas privadas.


Efeitos do acelerador de partículas, deve ter acelerado as partículas da palhaçada também. Só pode.

That's life, I guess

"Sociedade-de-advogados-onde-eu-trabalho boa tarde.

Boa tarde, é possível falar com o Dr. José Maria Júdice?

Desculpe, mas é engano.

Não, com o Dr. José Maria Júdice, estagiário, acabou de entrar.

Ah, desculpe. Quem devo anunciar?"

domingo, 7 de setembro de 2008

Getting ready to rumble




Don The Voice LaFontaine is no more. E eu pelos vistos estou a ganhar uma certa mania de pôr alcunhas no meio dos nomes das pessoas, qual speaker num combate de boxe. Por este andar ainda começo a apresentar pessoas minhas conhecidas por cantos.

(yet another) Mental note

(Vista do Cristo Rei)

(Provavelmente o maior mistério da Bolívia - como é que crianças tão bonitas se transformam em adultos tão feios)

(Deserto do Sal - Salar de Uyuni)

(Para ser mais self explanatory, só faltava a esta placa a indicação de que à noite a temperatura rondava os 25 graus negativos)

(Geysers a 5000 m, às 8 da manhã, depois de um furo e um radiador congelado)

(Às portas de um desfiladeiro, digno de um qualquer desenho animado do Bip Bip)

(La Paz, favela andina)

(Calendário da polícia nacional - repare-se nas 3 mensagens, e no patrocínio)

(Lago Titicaca, depois de uma viagem de barco memorável)

Não rever fotografias de uma viagem pela América do Sul no dia antes de começar a trabalhar.

Suit up

Daqui a umas quantas horas, alguns minutos e uns indiferentes segundos, dar-se-à a minha entrada material no mercado de trabalho. Exacto, hoje é o último dia. Carpe Diem, está um dia lindo, rabble rabble rabble, yada yada yada? Yeah right.

Experimentem ligar para um amigo e ouvir a voz de ressaca dele. Melhor - ou melhor, pior -, a voz este não é o meu último dia antes de começar a trabalhar. Rapidamente verão a vontade de ficar de boxers o dia inteiro e rezar para que Zenão e os seus paradoxos sobre a possibilidade de divisão infinita de um espaço finito não o sejam.

Resmas de mestrados..

Bruno The Shredder Alves

Bruno Alves: «O carrinho deve ser a última arma a usar.

(...)

Assim sendo, há regras a seguir. Bruno diz quais: “Se tiveres de fazer um carrinho, deves esperar pela altura certa, quando a bola já estiver longe do adversário, para que ele não a desvie de ti”, explicou o dragão, mostrando como se faz isso na prática.»


A bola, esse estorvo enorme no Muay Thai.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

JO III

Alguém diga àquela linha verde que tem de nadar um bocadinho mais rápido, para ver se ganha uma ao Phelps. Vinha cheia de bazófia para os JO, e é o que se vê.

JO II



A idade mínima de uma ginasta nos JO é de 16 anos. Idade que esta menina tem com toda a certeza. Aliás, há coisa de duas semanas, era vê-la na Trigonometria.

Seria muito menos polémico se, em vez de anos, existisse um número mínimo de pelos púbicos para se poder entrar em prova.

Pelos vistos, não é só no futebol que há Mantorras.

JO I

Aparentemente, o líder do ranking mundial do tiro com pistola é português. Conseguiu um brilhante resultado nos Jogos Olímpicos: 33º lugar.

Comentário aos jornalistas: "Eu até explicava o mau resultado, mas nem vale a pena, as pessoas não percebem nada de tiro".

Nem nós, nem tu, oh João Costa. Tás aí, tás na GNR.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Silly season

Uma criança foi morta por um GNR, quando se encontrava dentro de uma carrinha em fuga, com dois adultos de etnia cigana, fuga essa motivada pela chegada da GNR a uma exploração agrícola que os dois adultos se encontravam a assaltar.

Instado a comentar, eis as palavras de um primo desta pródiga família:

"Isto é o racismo do povo português a vir ao de cima. Eles só iam buscar um bocado de ferro, havia necessidade de matar a criança? Por um bocado de ferro?"

Por esse mesmo "bocado de ferro", insignificante metal, ao que consta a carrinha pôs-se em fuga, não sem antes tentar atropelar o guarda que se colocou no caminho da viatura. Com uma criança lá dentro. Filho de um dos assaltantes. Devia estar a mostrar ao filho como é que se fazia, estilo Gipsy Lion King. Por um "bocado de ferro".

Sim, sem dúvida que é racismo. Estupidez? Não senhor, racismo. E falta de educação - se queriam ferro, era só pedir.

Só pode ser da silly season.

Please mind the dust

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Bolivia - a quick Q&A

So para dizer que estamos vivos. Mas sem acentos.

Estamos? Quem e "estamos"? 4 ousados portugueses, que assumiram a responsabilidade da operacao "Bolivia by storm": 11 dias, 1 pais.

Por onde? Santa Cruz, Sucre, Potosi, Uyuni. Check, check, check, check, numa escala de arrepio crescente: de uma Santa Cruz morna, a uma Sucre vibrante em dia de eleicoes municipais; seguindo-se a fuligem dos tuneis estreitissimos das minas de prata de Potosi, e o gelo salgado deserto do sal de Uyuni, com direito a uma noite dormida na Laguna Colorada, com 25 graus negativos. 25 graus negativos? Um brinquedo, para estes meninos; dormiu tudo de tronco nu. E com mais 3 camisolas, 2 pares de calcas, 2 pares de meias, saco cama e 4 mantas. Durissimos.

E agora? Agora, La Paz, favela gigante ao alcance dos meus olhos.

E depois? Lago Titicaca, e o regresso a Santa Cruz, que o Rio de Janeiro ja esta com ciumes.

E fotografias? Claro. Muitas, e espectaculares, nomeadamente as que o meu elevado grau de fotogenia conseguiu nao despedacar.

Saudades? Suas.

Se alguem encontrar os acentos, envie-os para ca. Isso, e um sabonete qualquer que consiga tirar este cheiro a minas que ficou entranhado em todos nos. E, ja agora, se alguem souber como e que criancas tao bonitas se transformam em adultos tao feios, avise.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tempus regit post musical

Black Kids
Last Shadow Puppets

and on the portuguese wing:

Feromona

Bezegol - Let Them Know

Ah, la humanité!



Será que Domenech está a pedir desculpa:

a) por não ter trazido os seus espectaculares óculos para a conferência de imprensa

b) por não ter conseguido passar da fase de grupos no Euro 08

c) por ter pedido a namorada, Estelle, em casamento, logo a seguir a ter sido eliminado pela Itália?

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Feist in a how I met your mom way



Ela sim, tinha merecido que se fizesse um piquete, interesse público oblige. In two Barney words, Legen...(wait for it)...dary.

A legitimação do maquiavelismo camionista

Em Portugal, os camionistas paralisaram o país. Fizeram piquetes, proibiram a passagem de outros camionistas, transformando um direito à greve num dever de greve de classe social através da imposição da vontade corporativista àqueles que ousaram usufruir da sua liberdade de circulação.

O governo, esse, já destituído de maiúscula e de credibilidade, mais preocupado com o voto do que com o respeito pelos princípios de qualquer Estado de Direito que se preze, cede perante os grevistas, negoceia com eles, e faz vista grossa aos bloqueios.

Em Espanha, o Governo tomou posição firme, pôs a polícia na rua e deteve os camionistas responsáveis pelos bloqueios, e já condena quem desrespeitou a lei e praticou crimes. Em Portugal, um par de polícias passeava-se nas praias algarvias de moto 4, num preto intimidante, para verificar se os nadadores-salvadores estavam de boné, t-shirt e apito. Aparentemente, não podem andar de troco nu no exercício das suas funções. Prioridades.

Duas aproximações totalmente diferentes a um problema em tudo semelhante. As consequências?

Em Espanha, calcula-se que os prejuízos têm sido na ordem dos 100 milhões de euros por dia, mas uma coisa é certa, quem desrespeita a lei, é punido por isso, desincentivando comportamentos futuros do género. Em Portugal, sim senhor, já há combustível e bens essenciais, mas com um custo socio-económico seguramente superior aos tais 100 milhões de euros diários espanhóis: os camionistas foram tratados como uma classe com direito a privilégios, passando a usufruir de tratamento especial e injustificado em matérias cuja factura terá de ser paga, directamente pelo Estado, indirectamente pelos cidadãos.

E o pior nem é isso. On top of it all, passa-se a ideia de que o crime compensa, que paralisar o país, atropelar camionistas e bloquear acessos a cidades é uma estratégia válida para alcançar os objectivos propostos. E o futuro? O futuro, infelizmente, é já hoje. O precedente é grave, gravíssimo, até porque não há sinais que os combustíveis parem de subir.

E isto tudo porquê? Porque o preço dos combustíveis está caro. Como é que nenhum camionista se lembrou de subir os preços?Ah, camionista. Já percebi.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Itá bolinha lindinha no canto

Corrida RTP: Ribeiro e Castro condena decisão judicial
O eurodeputado centrista José Ribeiro e Castro manifestou-se hoje contra a decisão judicial que proibiu a transmissão em directo da 44.ª Corrida RTP que se realiza às 17:00 de domingo em Santarém.

«A imposição judicial de restringir a transmissão de touradas na RTP é um sinal lamentável de activismo judiciário, uma decisão irresponsável que insulta gratuitamente todo o mundo taurino e que ofende uma componente importante da cultura portuguesa e de outros povos», declara Ribeiro e Castro, em nota enviada à Agência Lusa, em reacção à notícia da decisão tomada pela 12.ª Vara Cível de Lisboa.

A juíza da 12.ª Vara Cível de Lisboa deferiu uma providência cautelar interposta pela Associação Animal de que resulta a proibição da transmissão em directo da 44.ª Corrida RTP, que se realiza em Santarém às 17:00 do próximo domingo.

Segundo o tribunal, o canal televisivo só pode transmitir a corrida de touros entre as 22:30 e as seis da manhã e com um identificativo visual apropriado, a «bolinha vermelha», sob pena de a estação ter de pagar 15 mil euros e incorrer de crime de desobediência qualificada.»


Idos vão os tempos em que um gajo levava, na sexta-feira à noite, com um filmezito da playboy na TVI. Como é que os putos agora vão descobrir o corpo que têm? Com os forcados de Montemor?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Afinal este é que é



A grande questão, depois de ver este vídeo, é: como escolher um momento alto?mas como momento alto se mas como (aqui a dúvida é já de tal ordem que impossibilita qualquer ordenação lógica do pensamento)?

("Ora bem braço...humm, esquerdo, ou será direito?")
"Desculpe lá senhor bandido, essa glock que tem aí na mão direita está no braço direito ou no esquerdo?Oh, que estupidez, está no braço direito pois claro. Permita-me, vou proceder ao bloqueio." (bloqueio)
"Oh lá, isso dói. Ui e agora vem o golpe no genital não é?"
"Lá vai ter de ser, senhor bandido."
"Vá lá então." (golpe no genital)
(esgar de dor)"Uff. Depois no fim pode devolver-me a arma?"
"Com certeza, deixe-me só continuar o trabalho."

Momento alto do dia (or incentive in a song)

Estar no ginásio e ver uma aula de aeróbica ao som de "Big girls, you are beautiful". E o melhor de tudo, é que o professor só deve ter posto aquilo porque "achava a música fofa".

Coisas que não me fazem confusão

Porto not admitted to Champions League

Coisas que me fazem confusão II

Coisas que me fazem confusão I

terça-feira, 3 de junho de 2008

"Il" allenatore

A primeira conferência de imprensa de Mourinho:

Parte I

Parte II

Há treinadores bons. Há treinadores muito bons. E há treinadores que se dão ao trabalho de dar a primeira conferência de impensa num clube estrangeiro, na língua desse país.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Feelin' feisty already



Feist, also fice, is one of several regional terms for a small mixed-breed dog. Used throughout the Midland and Southern states, feist connotes a snappy, nervous, belligerent little dog—hence the derived adjective feisty, meaning “touchy, quarrelsome, or spirited,” applicable to animals and to people. Although feist remains a regional word, feisty has now entered standard usage throughout the United States.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Algae fuel



Isaac Berzin recently signed a $92 million contract to grow the stuff most people scrape out of their fish tanks. His improbably valuable crop is algae, which may one day provide us with a way out of our dependency on fossil fuels and the climatological mess they're making.

Berzin, 40, a chemical engineer, knew a few things about algae: they double their mass in a few hours, produce 30 times as much oil per acre as sunflowers do and thrive in sewage or brackish water. Most important, they devour carbon dioxide, the primary culprit in global warming. Grow the stuff like a crop, and you could use it both to produce biofuel and to pull a key greenhouse gas out of the sky. In 2001, Berzin founded GreenFuel Technologies in Cambridge, Mass., to do just that. By 2007 he had algae growing at the Redhawk power plant near Phoenix, with pipes from the smokestacks running into his greenhouses, where the algae gobbled up the CO2. He is now working with a national lab to make jet fuel from his green slime.

Berzin is one of thousands of innovators reinventing the $6 trillion energy business. In Israel, where he was educated and raised, biblical metaphors come naturally to mind. Berzin points out that God first appeared to Moses as a bush that was burned but not consumed. "What can you burn without consuming it?" Berzin asks. "Renewable fuels."


Source: TIME 100


E quem se lixa, neste caso, não é o mexilhão, mas quem gosta de maki sushi. O lobby do nigiri já esfrega as mãos de contente.

Best à brasileira



“Comecei uma dieta, cortei a bebida e comidas pesadas e, em catorze dias, perdi duas semanas.”

“Eu não fumo, não bebo e não cheiro. Meu único defeito é que eu minto um pouco.”


É da maneira que não me esqueço.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Livros I


The novel that Aldous Huxley himself thought was his most successful at "fusing idea with story," Time Must Have A Stop is part of Huxley's lifelong attempt to explore the dilemmas of twentieth-century man and to create characters who, though ill-equipped to solve the dilemmas, all go stumbling on in their painfully serious comedies (in this novel we have the dead atheist who returns in a seance to reveal what he has learned after death but is stuck with a second-rate medium who garbles his messages).

Ando com sorte. Ou talvez seja pouco exigente. Either way, este gajo escreve nas horas (às vezes, em fusos completamente distantes do meu, o que causa algum jet lag; mas esse é o preço a pagar de viagens para sítios longínquos, paradisíacos). Dos que obriga a lápis. E andar com um livro velho na mão, dá um estilo do caraças. Só faltam os óculos escuros a Mastroianni, e é vê-las a cair que nem tortas. Não que eu queira, claro.

Oh, the irony

Há poucas expressões tão desrespeitosas como "com todo o respeito". E digo isto com todo o respeito que tenho por "com todo o respeito".

domingo, 25 de maio de 2008

Think green

A profissão do futuro? Claramente, jardineiro.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Ficou 3-2 para o Benfica



Jornalismo televisivo ao mais alto nível. Gosto sobretudo da forma como a jornalista nos prende ao vídeo e nos cria a ilusão que - agora sim, é que tem de ser - vamos ver um golo. And the ambiance...fantastic.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Olhos que não vêem, carteira que não sente

Paper money ruled unfair to blind people.

Eu até gosto de Mesa

Afinal não chega.

O desprezo assume várias formas, ou melhor, várias intensidades, podendo ir da simples indiferença em relação a algo, até à mais profunda desconsideração, com requintes de humilhação.

E depois há o enxovalho monumental prestado involuntariamente(?) pela Radar, num dos spots de promoção do SBSR. It really brings this despise thing to a whole new level.

Para quem ainda não reparou, até porque é bastante subtil - o que o torna ainda mais genial - é mais ou menos assim:

(voz grave, a puxar para a de apresentador de trailers)

"Super Bock Super Rock, 10 de Julho, Radar recomenda: DJ Tiesto - tirirtuntriintutn (onomatopeia correspondente ao techno) -, Beck - parte de uma música qualquer de Beck -, Digitalism - teun teun iks iks (voz) teun teun iks iks (onomatopeia correspondente a electro rock), Mika - sou paneleiro sou paneleiro sou paneleiro -, Mesa com Rui Reininho - ( ) ->(silêncio correspondente a meio segundo de enxovalho) -, Duran Duran - música retirada de uma qualquer compilação à venda na Eurosport."

E o pior - ou melhor - é quando se repara nisso. Daí em diante, sempre que o dito spot passa, aquele meio segundo transforma-se num almoço de um casal a atravessar uma fase má. Muito má. Muito bom.

Postamus

Na Rua da Artilharia Um há uma loja chamada ARQUITECTAMUS. Espero que não estejam a contar com a word of mouth para ganhar prestígio.

Acho que isto por hoje chega.

domingo, 18 de maio de 2008

Arrasta-me a mim



Glamour à portuguesa.

It's aliiiive

Imperdível.

O quê? O Optimus Alive 2008.

Porquê? Bob Dylan, MGMT, Vampire Weekend, John Butler Trio, The National, Xavier Rudd, Roisin Murphy, Nouvelle Vague, Cansei de Ser Sexy, Gogol Bordello, Peaches, MSTRKFT, Tiga.

Não digam a ninguém, mas fui eu que fiz o cartaz.

10, 11 e 12 de Julho...em jeito de aquecimento para Vila Nova.

Quase tão bom como o uôÔôÔ, uôÔôÔ, Rock in Rio.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Breakin' the habit

someone said:
estes fdps tão a dar baile, recebemos as notas da cadeira de negociação em barcelona o prof deu-me "very good" e eles fazem a conversão para 14!!!!

eu:
cadeira de negociação em barcelona?

someone:
sim.

eu:
epah também fiz essa cadeira lá.

someone:
a sério? mas também fizeste no ESADE?

eu:
fiz nas ramblas, com uns professores paquistaneses. não faltei a uma aula. eram impecáveis os gajos. estilo directo, repetitivo, com forte aposta no regateio e constante recurso ao ultimato.

someone:
escola paquistanesa clássica, portanto.

eu:
exacto.

("mais ou menos" inventado)

Political frenzy

Os amigos ingleses do Louçã vão passar a ter uma conta de telemóvel do caraças.

"Hey Francisco, are you extreme?"
"Well, of course, chap (o Louçã que imagino usa chap a falar inglês)."

Alguém me agarre.

Só sabes que nada sabes

Já que admitiu que fumou e que ia deixar o vício, qual virgem arrependida, marketing político por marketing político, chegava-se à frente para pagar a multa. E ainda fazia aquela coisa, como é que ela se chama...

...

ah, é isso, dar o exemplo.

Sweet Tanal - ou Burack -Taveira



O candidato democrata Barack Obama pediu desculpas a uma jornalista por lhe ter chamado «querida» e por ter ignorado uma pergunta que ela lhe fez, noticia a agência Associated Press.


Tomás Taveira já fez saber a sua posição oficial: "menino do caraças", foram as palavras do arquitecto(?).

terça-feira, 13 de maio de 2008

Vencido pelos sinais

Para sabermos se somos ou não pessoas boas, podemos pensar se gostaríamos de viver num mundo em que todas as pessoas fossem como nós. Literalmente. Para não ser tão extremista, se seríamos, ou não, nossos grandes amigos.

E aqui reside a bela da pescadinha. Porque a ser afirmativa a resposta, mais não somos do que uns grande narcisistas. Ora, não me parece que uma pessoa que esteja profundamente apaixonada por ela própria, e seja inteligente ao ponto de se matar por não ser correspondida amorosamente pelo seu próprio reflexo aquoso, seja assim uma grande pessoa. A não ser que fossemos todos iguais à Alessandra Ambrósio. Aí até se percebia.

Eu, por exemplo, se me desse comigo, era chatice pela certa (a menos que fosse a Alessandra Ambrósio). O que não é lá muito animador. Sai o narcisismo, é certo, mas para dar lugar à certeza que puxo para o atrasado mental. E se te considerares uma pessoa, nem boa nem má, mas sim necessária? Pior ainda. Sinal de atrasadice mental, e de arrogância.

E em que é que ficamos? Em nada, nem temos de ficar. Se querem certezas, qual tranquilizador psicológico, aqui ficam duas (três, se contarmos com a Alessandra Ambrósio): não há maior vício que o subjectivismo; a culpa deste post é dos sinais de Lisboa (esta é a segunda certeza). Nomeadamente, dos que estão entre a Praça de Londres - casa da minha namorada - e a minha casa. Eu explicava-vos, mas já são 2 da manhã, e não vão ser vocês que amanhã me explicam a responsabilidade dos administradores. Basicamente, homem que se preze gosta de saber os sinais de cor de um caminho que faz muitas vezes, mas é como se, da Praça de Londres até ao Marquês, os sinais fossem controlados por gémeas siamesas com 20 dioptrias em cada olho - 80 dioptrias no total, portanto - na menopausa. Do Marquês até minha casa, volto a jogar em casa, mas quando aí chego, já está tudo perdido.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Pandora

Oh, the box is back, with all its might and magic.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Post de merda (ou sobre o egocentrismo)

Não há maior prova do egocentrismo humano do que o orgulho que temos na nossa própria merda.

Merda dos outros? Isso é nojento. A nossa merda? Merda, mas qual merda? A nossa merda é tão sublime que é promovida a excreção, é acto criador, surpreendente, por vezes colorido, que requer perseverança - até o maior borras já passou por um bom entalanço -, mas também talento - não raras vezes saímos (e aqui uso o plural apenas e só para que a generalização vos impeça de pensarem especificamente em mim a sair da casa-de-banho, mas if that gets yours juices flowing, suit yourself) da casa-de-banho algo cabisbaixos por causa da nota que o nosso juiz imaginário, aqui propositadamente de merda, atribuiu na sequência, quer de uma aterragem atribulada em mares internacionais, causadora dos sempre irritantes salpicos, quer de uma entrada, não de forma directa no alvo, como as mais elementares regras da defecação exigem - cagadela oblige -, mas com ressalto numa das paredes laterais.

Merda dos outros é gordo peludo de tanga a saltar da prancha mais alta de uma piscina pública atolada em pleno Verão; merda própria é mergulho acrobático em plena prova olímpica: esguia, elegante e concentrada, como o melhor dos saltadores profissionais.

Lugar aqui para um agradecimento a todos os fabricantes de retretes que demonstram estarem atentos ao esforço de precisão de quem as utiliza, denotando elevadas preocupações ergonómicas e de engenharia, presentes na relação que se estabelece entre a postura do utilizador e o alvo, destino do pacote que nós, quais mensageiros vindos da batalha de Maratona, estamos destinados a fazer chegar a bom porto. Estou a imaginar os departamentos de pesquisa e investigação destas empresas, o sangue, suor e lágrimas que vertem para tão nobre fim. Às Sanindusas deste mundo, um muito obrigado. E se precisarem de ajuda para um estudo de mercado, estão à vontade. Anda uma pessoa a ser chamada para estudos de mercado da Sumol, quando pode dar o seu contributo para coisas realmente importantes.

O post era suposto ter ficado pela primeira frase. Fiz merda, mas foi mais forte do que eu.

domingo, 4 de maio de 2008

Cogito, ergo sue'em

(...)However, there is a split on whether a spectator distracted by a mascot should be able to get around this ordinary bar.

The Tort Law Professor blog picks up the following interesting variant from the Chicago Tribune via Yahoo Sports:

A Naperville dentist called a flagrant foul on Chicago Bulls' mascot Benny the Bull on Monday, suing the team over a high-five gone awry. [The plaintiff] alleged he was sitting near courtside on Feb. 12 when he raised his arm to get a high-five from . . . the exuberant mascot in a bright red fuzzy costume. But [the plaintiff], an oral surgeon, may now wish he had settled for a fist-bump instead.

Instead of merely slapping [plaintiff's] palm, [Benny] grabbed his arm as he fell forward, hyperextending [plaintiff]'s arm and rupturing his biceps muscle . . . . "Benny's flying down the aisle, giving everybody high-fives," [plaintiff's] attorney, Shawn Kasserman, said . . . . "When he gets to [my client], he either inadvertently trips or, as part of the shtick, trips. . . . He grabbed [my client]'s arm and fell forward."

[The plaintiff] could miss as much as four months of work . . . The lawsuit claims [Benny the Bully] was negligent in either "falling forward while grabbing a fan's hand" or "running out of control" through the crowd.

Does one assume a certain risk of injury when willingly seeking to "high-five" a large fuzzy bull?

Sports Law Blog


Daquelas coisas, vá...interessantes, levadas da breca.

sábado, 3 de maio de 2008

Tradução

(a fazer uma tradução de um texto em espanhol, sobre a opção de uma mulher em ir de férias com a família)

"Transfórmese en la hija de Sai Baba y haga frente a la tempestad".

O que, em português, quer dizer o seguinte: E não se esqueça, a família não se escolhe, conhece-se.

Ideias a reter:

1- Meto o Lauro Dérmio naquele espaço das meias que fica a sobrar na zona do calcanhar, motivado pelo inconformismo que o avanço do dia - e dos pés - provoca na meia, e que causa feni.

2- No contexto, faz todo o sentido. Mesmo que não fizesse, mais difícil que - ou pelo menos quase tão como - criar, é saber copiar bem: um gajo gosta sempre de meter o bedelho e deixar a sua marca.

3- Nunca mais questiono as dúbias traduções de nomes de filmes praticadas em Portugal.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Back from the (bio)grave

13 dias de ausência? E nem uma mensagem, um carinho, uma palavra de afecto. A culpa não é minha, é daquelas gajas ali ao fundo (essas mesmo), as licenças de carbono.

Só para me desforrar, acho que vou de minha casa até Paço de Arcos em primeira. A fundo. Em homenagem ao petroil.

Triste só e abandonado, gelado

Ice cream headaches.

De modos que sim senhor, ah e tal, parece que sim, dá dores de cabeça comer gelado privilegiando a celeridade. E um gajo ainda tem de se prestar a certos bitaites jocosos.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Obrigado sporting

O resultado de ontem foi uma derrota. Para o Sporting. O resultado é, aliás, sintomático da pequenez do emblema leonino. É que 5-3, não é mais do que um 6-3, manco. É um 6-3 com uma daquelas palas que os putos usam no olho quando não vêem bem. É um 6-3 com borbulhas. Ou com aquelas batatas que vêm mal fritas, a roçar o mole.

Da parte que me toca, até fiquei contente com o resultado. Acho que nunca me tinha lembrado tantas vezes do 6-3, do hat-trick do João Pinto, dos slaloms do Isaías e das incursões de Paneira, em tão pouco tempo.

E o mais grave de tudo, é que levaram 3 golos de uma equipa orientada pelo Chalana.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Roger and Gilias



Gil pode fazer história. Teoricamente, o desafio mais difícil que se lhe colocava era o primeiro, contra Mahut, um dos cabeças-de-série da sua parte do quadro. Ora, ao comer a posição do francês - quando se elimina um cabeça-de-série, é como se se ocupasse a posição dele, supostamente vantajosa - Gil fica com o caminho aberto.

Na ronda seguinte, apanha um qualifier português, que apesar de estar em grande forma, não está tão bem como Gil.

E a seguir? Federer? "Não me digas que também vai ganhar ao Federer. Já agora, porque é que o Gil não é nº1?". A questão é que estar no quadro do Federer, nem sempre é mau, e até pode ser bom, sobretudo se for um torneio que abre a época de terra batida, como é o caso do Estoril Open. Federer veio para o Estoril para ganhar rodagem e para preparar Roland Garros, que é daqui a mais de um mês. Ora, não é de esperar que a) esteja em grande forma e b) queira ir muito longe (para gerir o esforço; antes de Roland Garros ainda há vários torneios de terra batida, como Barcelona, Roma ou Monte Carlo, bastante mais importantes que o Estoril Open).

Por isso, das duas uma: ou é eliminado por Rochus/Hanescu, algo que não seria estranho se acontecesse, ou então chega aos quartos-de-final com 2 jogos + 1 no bucho, satisfeito pela rodagem ganha. Isso quer dizer que vai perder de propósito? Claro que não, mas também, não vai estar para se chatear muito.

Como tal, Gil, se não vacilar nos oitavos-de-final, vai defrontar um Rochus/Hanescu, jogadores melhores em terra batida do que Federer nesta altura do campeonato, mas mais da league de Gil, ou então um Federer refastelado e despreocupado. Em qualquer dos casos, tem todas as condições para fazer história.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Don Silvio



A prova cabal de que o ser humano gosta é de que mandem nele e decidam por ele. Mal ou bem, isso já é outra história. É simples: ao atribuirmos o poder de decisão e coordenação dos nossos desígnios a terceiros, mais não estamos a fazer do que a passar - a esses terceiros - o nosso "fardo decisório", desresponsabilizando-nos e desculpabilizando-nos - interiormente - com isso da maior parte das nossas acções, o que permite, como decorrência lógica, responsabilizar terceiros pelos nossos problemas.

A falácia, aqui, que escapa, ou pelo menos é encoberta pela poeira da despreocupação enganosa, reside precisamente no facto dessa culpabilização alheia ser fundada única e exclusivamente na decisão de desculpabilização. Dito de outra forma, a culpa dos outros, mais não é do que a nossa culpa, disfarçada. Já diz o ditado, pior que o cego, é aquele que não quer ver.

Prova disso mesmo são as ditaduras. Regra geral, o ditador só salta, ou com a morte, ou por vontade própria. Pense-se Franco, Salazar, Staline, Hitler.

Mas Silvio não se importa. Afinal de contas, to each, its own.

You say macaco, I say indivíduo de tez negra



"Ohlá, alto e pára o baile. Cruz suástica? Mas quem é que falou em cruz suástica? Isto? Isto fui eu a jogar ao galo com o meu tatuador, o Adolfo, Sr. Juiz. Sabe aqueles jogos em que ninguém ganha, e depois há alguém que diz «"Ah, ganhei!», e desenha uma linha na brincadeira? Pois então, eu fiz isso, e gerou-se uma galhofa de tal ordem que a páginas tantas o Adolfo também desenhou uma linha e disse que tinha ganho. Ainda estivemos para lá a rir a bandas despregadas durante um bom bocado."




O líder nacionalista afirmou que o movimento que lidera faz «jogos com palavras» para a comunicação social. «Se não exagerarmos no folclore os jornalistas não pegam. Tal como se fez com o outdoor do PNR, usamos expressões exageradas porque sabemos que vão causar polémica».

Confrontado com outra situação que terá ocorrido em Peniche, e em que Mário Machado é acusado de ter ameaçado o dono de uma discoteca com uma faca, o arguido disse que o queixoso terá visto um telemóvel ou umas chaves e terá pensado que era uma faca.

Confrontado com várias citações constantes no despacho de pronúncia do processo, nas quais Mário Machado é acusado de comparar africanos a "macacos", o líder skin considerou-as "desabafos". "Trata-se de frases que reconheço serem fortes, mas que foram as únicas formas que encontrámos de conseguir atenção mediática", concluiu o líder skinhead.


Se eu mandasse no Mundo, o julgamento seria ao som desta música. Em repeat. E com os Monty Python a tratar da coreografia.

Já agora, o meu nome não é Zé Maria. É João Pedro, e vivo em Alfeizerão.

sábado, 12 de abril de 2008

))<>((



Ponto prévio ao ponto prévio - O ponto prévio - não este, o outro - está de certa forma relacionado com o filme. Ou melhor, com qualquer filme. Com o que fazemos, while we're passing time. Because that's just what we do: we pass time, and while we do so we watch, absorb, judge, grow up and die.

Ponto prévio - É, salvo erro, a primeira vez que o cor-de-rosa é convidado a entrar neste blog. E isto só pode significar que: a) o autor, aqui a escrever na terceira pessoa, opção essa motivada talvez por resquícios de uma frustração de não ser jogador de futebol, decidiu resvalar para a homossexualidade; b) eu - já recomposto do acesso de frustração - estou de tal forma seguro da minha virilidade e sexualidade, que uso o cor-de-rosa como quem usa preto; c) nenhuma das duas, é simplesmente a cor do poster.

Me and You and Everyone We Know. O bom de ir para o Blockbuster sem pressas é que de vez em quando encontram-se filmes destes. O mau de ter de se entregar um trabalho escrito é que fica um bocado difícil estar a escrever sobre contratação pública e passar para a descrição de um filme indie. Mas adiante.

Surpreendente, no mínimo. Fez-me lembrar, a espaços, o Garden State. Um tratado de natureza humana, das relações que estabelecemos, do que procuramos em nós, e sobretudo, nos outros. Cheio de alegorias, de hidden meanings, e de pormenores, muitos, espectaculares. Sobre a maneira como reagimos em resposta ao que nos rodeia, ou melhor, sobre a maneira como crescemos em função das respostas que damos ao que nos rodeia. Talvez o único problema do filme seja esse: é sobre muita coisa, mas essencialmente, é sobre o amor. Daí fazer sentido ser sobre muita coisa, porque amor que se preze, não é coisa pouca.

E isso não é problema, é tarefa. É ter de ver o filme outra vez. Back and forth. Este é um deles. Aliás, este, e qualquer filme digno de registo. Filme que só se tenha de ver uma vez, não é filme, é telenovela, e sem o "previously on".

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Da terceira travessia sobre o Tejo*

A melhor solução?

Simples. Ligar Chelas ao Barreiro, mas fazer uma rotunda no meio da ponte, com uma saída - única - para o Tejo.

Isso, ou uma esfinge, como a de Tebas, em cada um dos lados da ponte, a fazer perguntas de português, matemática, e cidadania.

Só que aí o trânsito ia ser chato, e de certeza que passado uns tempos vinha logo o sindicato das esfinges exigir melhores horários de trabalho e o pagamento de horas extra a partir aos fins-de-semana e feriados. É melhor a rotunda. A Quercus é que era capaz de não achar muita graça.

Hum...se calhar, o melhor mesmo é não se fazer a ponte. Faça-se só a rotunda. A maior da Europa, mesmo no meio do rio, com espaço para uma árvore de Natal, para que se possa circular no Terreiro do Paço durante o mês de Dezembro.

E inaugure-se com uma feijoada. Das boas, repleta de chispe, entrecosto e orelha de suíno. Nacional, nada de merdas espanholas. Mas sem courato, por causa da ASAE.


*ou Da sociedade portuguesa

Coisas giras para se fazerem com uma rotura de ligamentos no tornozelo e um bocado de água

1 - Transportar - acreditem, é muito mais do que simplesmente levar, implica toda uma logística e metodologia de fazer inveja à mais reputada empresa de transportes - uma couvette de gelo, acabada de encher, do lava-loiças até à gaveta do congelador.

Go extreme: Repetir o procedimento, mas sem antes ter aberto o congelador.

2 - Transportar um copo com água, de uma divisão para qualquer outra da casa, sem entornar pelo menos metade do conteúdo.

Go extreme: Repetir o procedimento com muletas nas duas mãos.


Assim que descubra mais coisas giras, I'll let you know.

domingo, 6 de abril de 2008

Longe, bem longe

Assim de repente, parece que ninguém foi campeão. Deve ser para isto que Erasmus realmente serve. Obrigado, Erasmus.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Mental note



Must not wear this t-shirt to the gym, ever again.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Mero prognóstico



(Fim de Junho, calor abrasador, sala de um professor qualquer)

Zé Maria, um 6*?Mas afinal, o que é que se passou com o seu exame?
Senhor Professor, a culpa não é minha..
Não? Então é de quem? Não vai dizer que é minha?
Também não..
Então, homem, diga lá de quem é, raios.
Sara Tancredi, Nika, e Michael Scofield, por esta ordem.

*n.d.b.: A minha prestigiada instituição decidiu, no último semestre do meu curso, converter a escala de avaliação de 0 a 6, para 0 a 20. E que não se diga que não teve em conta os melhores interesses dos alunos, visto que, no primeiro semestre, para que estes não estranhassem tão súbita mudança, achou por bem passar de 0 a 6, para 0 a 7. E ainda há quem diga que isto é despotismo. Se o for, é iluminado, e muito.

A rally requirement



Got me playing in the distance,
Said they got me playing in the distance,
Said they got me playing in the distance,
And then they told me i could offer no resistance.

We're not caving in


Se algum dia pensar em entrar numa manifestação, e se a minha vontade for resoluta ao ponto de não se deixar abalar por umas quantas pauladas de sensatez auto - ou como ultima ratio, hetero - infringidas, que seja ao som desta música. Pode parecer um bocado apanascado/wannabe cool, "ah...sim, sim, quero ir para a rua entoar cânticos de protesto no meio de gente, cartazes e bifanas, desde que os Grand National me façam companhia", mas a culpa não é minha, é dos Grand National. Said they got me, playing in the distance.

Ekantonomics

The world would be a whole lot happier place if everyone acted according to the law of diminishing returns.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Work of newbies

Quem tenha passado pelo binómio Litos/Dulcineia, rapidamente conclui que esta história do Carolina Michaelis foi coisa de amadores.

Fosse o Youtube, e talvez o Pedro Nunes tivesse perdido a few good spoiled teenagers para colégios internos.

terça-feira, 25 de março de 2008

Processo Penal: a quickie



Pinto da Costa vai ser julgado por corrupção desportiva

"Pinto da Costa foi pronunciado? Mas afinal o que é isto? Só agora é que vai ser julgado? Não estava já a ser julgado há não sei quanto tempo? Deve ser por ser figura pública...ou presidente do porto". Sirva um semestre de Processo Penal para alguma coisa, quanto mais não seja ajudar a elucidar amigos, futebolísticos, e não-juristas. Confesso que até há coisa de um ano atrás, isto para mim era quase chinês, mesmo com três anos de curso no bucho, daí estar a escrever isto.

Trocando por míudos, sem citar artigos nem entrar por explicações fastidiosas, quando há um crime, é assim que se processa a coisa:

1- Há uma queixa de A em relação a um crime praticado por Pinto da Costa - doravante PC, queixa essa que leva o Ministério Público a realizar um inquérito. Para quê? Para ver se a queixa tem razão de ser, para não sobrecarregar os tribunais, para evitar uma desnecessária exposição do PC a um julgamento, etc.

2- Findo o inquérito, o MP decide se acusa ou não PC. "Mas pera lá, o MP? Então, a vítima que apresentou queixa, não deveria ser ela a acusar?" A resposta é: mais ou menos. Como o Direito Penal mexe mais acentuadamente com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, o Estado achou por bem salvaguardar uma coisa que se chama "poder de promoção da acção penal", conferindo esse poder ao Ministério Público. Por isso, em regra, quem investiga e acusa é o MP, com a ajuda da polícia. Os particulares, nomeadamente quem apresentou queixa, mas não só, podem-se juntar ao MP, como assistentes do processo. "Então por que é que disseste mais ou menos?". Porque, para além do que disse anteriormente, num tipo de crimes, os crimes particulares, normalmente de pena mais leve, invertem-se as posições: no fim da investigação, quem acusa é o particular, e o MP pode, ou não, apanhar a boleia. Se o MP e/ou o assistente acusarem, e ninguém disser nada, vai directamente para julgamento. Mas pode não ser - e na maioria dos casos não é - bem assim.

3- Entre o inquérito e o julgamento é que isto se torna complicado, para quem não perceba nada disto. E porquê? Porque pode existir uma fase facultativa, chamada fase de instrução, fase de controlo e de debate da decisão do MP - de acusar ou arquivar o processo -, fase essa que pode ter lugar, quer por interesse do tal assistente, quer do arguido, o que foi acusado. Isto, para quê? Mais uma vez, para averiguar da razoabilidade da existência de julgamento, mas também para delimitar aquilo que efectivamente vai ser julgado. E porquê? Porque isto do processo penal em Portugal é regido por uma máxima que cada professor repete, em média, 10 vezes por aula: "quem acusa, não julga", e vice-versa.

4- Havendo essa fase facultativa, de instrução do processo, como foi o caso deste processo do PC (e que é o que acontece na maioria dos casos complicados, porque o assistente não concorda com o MP, e o arguido, a menos que não seja acusado, também não), o juiz, não o do julgamento, mas outro, o de instrução criminal, que também supervisiona o processo na fase de inquérito, decide se o caso vai ou não a julgamento. E como é que faz isso? Através de uma "espécie" de sentença, chamada despacho de pronúncia, ou de não pronúncia, do arguido, conforme entenda que o caso deva, ou não, ir a julgamento.

5- O critério, numa e noutra fase - de inquérito e instrução -, é a da existência, ou não, de indícios suficientes.

6- Só depois é que tem lugar a fase de julgamento propriamente dita, como a maioria das pessoas a conhecem, onde o juiz condena, ou absolve, o PC.

7- Resumindo, e partindo do princípio que há acusação, pronúncia, e sentença condenatória: Queixa -> Inquérito -> Instrução (facultativa) -> Julgamento -> Choça

E isto para quê? Para, meus caros, dizer que se o MP entendeu que existiam indícios suficientes, e o Tribunal de Instrução Criminal também achou que sim senhor, é bem possível, sobretudo num caso com o mediatismo deste, que se venha a fazer história no desporto português. Bem possível, mas não certo. Mas bem possível. Assim espero.

Political activism unveiled


Activista dos RSF - Repórteres Sem Fronteiras

O bom dos bons blogs, e quem diz blogs diz textos, é que, mais do que entreterem/ensinarem/informarem, parece que têm uns quantos pares de asas descartáveis prontas para serem colgadas em mentes mais ousadas, ou, no meu caso, parvas.

Vai daí, ao ler um post crítico em relação à politização dos Jogos Olímpicos, mais precisamente quanto a um eventual boicote dos Jogos, caso as autoridades chinesas não resolvam o dossier Tibete da melhor maneira, post esse, que, aliás, subscrevo inteiramente, cheguei a uma conclusão, para mim bastante óbvia, embora, senão impossível, bastante difícil de alcançar por si só, sem qualquer tipo de launch base: esta pretensão de boicote não é mais do que inveja disfarçada de activismo político.

Pela pinta dos greenpeacers deste mundo, de certeza que eram aqueles que eram gozados em putos na aula de ginástica; que, nos intervalos, ficavam para último nas linhas, lado a lado com o gordo que nem gostava muito de jogar futebol mas era obrigado a estar lá para fazer número.


No fundo, activismo político e desporto de alta competição são altamente incompatíveis, senão mesmo antagónicos, e isto tudo não é mais do que uma revolta maquiavélica, alimentada à custa de uns pequenotes carecas que gostam de se vestir com o equipamento secundário do Benfica de há uns anos, orquestrada por malta que teve o azar de ter dois pés esquerdos.

E as Vanessas Fernandes deste mundo é que se lixam.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Utilitarismo futebolístico

"O Sporting perdeu a Taça da Liga?"
"Perdeu..."
"Eish."
"Mas como?"
"Em penalties."
"Ah. Ninguém diria."

Um dos maiores - senão o melhor, certamente o mais erudito e requintado - enxovalhos de lagartagem que já vi, aqui. Convém já ter ouvido falar de um tal de Jeremy Bentham.

Il Gattopardo

O Leopardo é daqueles livros que obriga um gajo a sair da cama - leio deitado - para ir buscar um lápis e com ele destacar os momentos de genialidade que se sucedem, a uma velocidade e imprevisibilidade tais, que quase podiam tropeçar uns nos outros.

E eu sou preguiçoso.

Sweet Easter ending


"Nada", entre lágrimas, gargalhadas, esconderijos, lo que sea.

Mas nada, nunca é nada.

sábado, 15 de março de 2008

That's the thing


I think on-stage nudity is disgusting, shameful and damaging to all things American. But if I were 22 with a great body, it would be artistic, tasteful, patriotic and a progressive religious experience.

Shelley Winters

sexta-feira, 14 de março de 2008

On piercings II



Se estivesse numa de teoria da conspiração, facilmente associaria a medida do post anterior com esquimós do século XIX, ou com os chacinados Maias e Aztecas. Cala-te, não sejas parvo, mesmo que quisesses, nunca conseguirias associar o PS, piercings, esquimós do século XIX, Maias e Aztecas, it's way out of your league. Eu até nem queria, mas já que me picas, ó ser prepotente e desconfiado das minhas capacidades conspirativas, cá vai:

Lip piercing was a way to define Eskimos' social status until the late nineteenth century. Eskimo boys coming of age received the labret as a symbol of manhood.


Cambaleias já, ignóbil? A ousadia preço tem, desprezível ser de arrogância inexcedível. Pois prepara-te para a machadada final, impiedosa, qual fatality literário:

The tongue is another ancient piercing. In the ancient temples of the Aztecs and Mayans, Shamans and High Priests pierced their tongues as a part of a ritual to communicate with their gods.

Faz todo o sentido: proíbam-se os piercings "bocais", e com eles qualquer forma de intercessão divina, bem como eventuais vontades de emancipação. Trocando por miúdos - literal e figuradamente -, é o PS a brincar ao Neverland, com a Sininho presa.

E se tal teoria quisesse florear, num bom floreado, diga-se, faria acompanhar todo este exercício especulativo da música dos Vampire Weekend, primeira revelação indie - e indie, neste caso, é categorização, no mínimo, limitada - de 2008, "The Kids Don't Stand a Chance".



A devastating backstroke
All the way from France
With shiny, shiny cufflinks
A shirtsleeve to enhance

The pin-striped men of morning
Are coming for to dance
With pure Egyptian cotton
The kids don't stand a chance


Não tou é para isso. Neste momento, estou é mais preocupado por ser a segunda vez que se fala neste blog do Peter Pan. Gravíssimo, e isto sim, a rever.

Wise up*

Partido entregou hoje projecto de lei no Parlamento

PS quer proibir colocação de “piercings” na língua

Por outro lado, o projecto estabelece a proibição da aplicação de piercings, tatuagens e de maquilhagem permanente a menores de 18 anos


e


BARCELONA

Los «piercings» o tatuajes a menores de 16 años requerirán de un permiso paterno

En ella se desaconseja, por el alto riesgo de complicaciones, poner piercing en las zonas de cartílago, en los labios, el pene y en el clítoris, con lo que para los profesionales la obligación de no hacerlos será solo moral.


Sabe a democracia, cheira a democracia, parece democracia, mas vai-se a ver, e não é democracia.

*ou não há nada como uma notícia populista para desviar as atenções das manifestações dos professores

domingo, 9 de março de 2008

The Cure



or the power of encores. Tuga que se preze não descansa enquanto não houver pelo menos um. As palmas, incessantes, são acompanhadas por um "Olha o artista, com a mania que é mais cá gente. Vem aqui, toca e vai-se embora? Mas quem é que o gajo julga que é? Aposto que tá drogado. Esta malta famosa, real...(o músico regressa ao palco) espectáculo, tá'í o gajo! É o maior!"

sábado, 8 de março de 2008

A stroll in the park

So, This is balance.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Cervantes I (on disabilities I)

Tenho dois cegos na minha aula do Cervantes. Um dos meus passatempos preferidos, durante as quase 4 horas que dura a aula, é jogar ao sério com eles. São lixados: ele, refugia-se nuns óculos escuros "à Davids"; ela, dispensa o acessório ocular, atacando antes com um estrabismo de fazer inveja a muito vesgo que por aí anda. Perco sempre.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Do sindicalismo


No outro dia, li um artigo numa dessas coisas gratuitas diárias que das 9 às 9:30 quase que chegam ao estatuto de jornal, para num ápice serem promovidas a lixo-que-caga-a-cidade-toda, artigo esse que versava sobre o sindicalismo, rectius, sobre a sua morte mais do que anunciada.

Vaticinava o autor, em tom meio trocista, o destino trágico reservado para o dito movimento, atirando para o papel esse dado científico que era o facto do filho de Carvalho da Silva trabalhar na PT, e não estar sindicalizado. Sinal dos tempos, dizia ele. Fofoquices sindicalistas aside, tenho ideia que apontava algumas razões, bem esgalhadas, merecedoras de um "epah sim senhor, realmente", como a globalização - essa madrasta que tudo justifica -, o individualismo, e a existência de cada vez mais trabalhadores sem contrato, entre outras, que presidiam a este requiem sindicalista.

Fico contente. Detesto sindicatos, greves, manifestações e outras desculpas para não trabalhar que tal, enfim, tudo o que envolva bonés, t-shirts, bandeiras bandeirinhas bandeiretas, crachás, camionetas e megafones espalhados nas ruas ao pé de minha casa. Tenho uma certa curiosidade em saber quem financia todo esse aparato manifestativo, curiosidade essa que esbarra, por enquanto, com uma enorme falta de paciência para investigar. Alguém me esclarece?

Quanto aos argumentos invocados, concordo, em parte, com eles (e com ele). Parece-me que o sindicalismo continua a (sobre)viver sustentado pela memória do 25 de Abril, memória essa que com o tempo se vai tornando mais distante e consequentemente mais frágil: são, na sua maioria, quase sempre os mesmos, cansados da famigerada luta contra a entidade patronal capitalista, mas mais do que isso, acomodados à boa vida que essa mesma luta, por ironia, lhes proporcionou. Esta falta de rotatividade e de sangue novo impossibilitam o aparecimento de novas ideias e a actualização de um - felizmente - desgastado sindicalismo.

Mas ainda existem outras duas razões, não despiciendas: o advento da depilação a laser, e sua generalização na sociedade, aliada aos enormes avanços verificados no campo dos utensílios de barbear - máquinas e gillettes -, bem como o aparecimento de lojas de roupa internacionais, que disponibilizam as últimas tendências da moda a um preço acessível. Com efeito, centenas de homens, mas também mulheres, que até há uns anos se viam obrigados a enveredar pelo sindicalismo, fruto de uma pilosidade facial abundante - seja na forma de bigode, seja de barba farta - e uma enorme tendência para camisas russas aos quadrados, podem agora decidir livremente se querem, ou não, passar os seus dias a defender os interesses dos trabalhadores da Lisnave e da Carris. E, pasme-se, a decisão tem sido: não.

Tanto pugnaram pelo fim da ditadura e pela abertura ao estrangeiro, que lhes saiu o tiro pela culatra, a criação virou-se contra o criador, o que não deixa de ter a sua graça. Benditos sejam, aloé-vera, lâminas de tripla acção e zara, por esta ordem.