quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Conclusões



Retiram-se duas coisas dos Contemporâneos:

- Umas quantas - cada vez mais - gargalhadas (how catchy).

- Um atestado da estupidez do português comum, se não mesmo do Homem comum. É constrangedor e ao mesmo tempo elucidativo assistir aos interrogatórios públicos levados a cabo pelo Bruno Nogueira.

Explica muita coisa: for starters, a necessidade, talvez portuguesa, talvez não, de formar opinião sobre o que quer que seja, sem o mínimo de trabalho de investigação e reflexão, como se ter opinião fosse uma prerrogativa fundamental e inalienável com trejeitos de dever social. Tem-se opinião sobre o assunto "x" porque sim, "na medida em que é assim" que o opinador vê as coisas, e porque ter opinião sobre o assunto, por mais superficial e aleatória que seja, sempre é uma primeira capa que mascara uma ignorância latente, mas que al fin y al cabo vai-se a ver e é ainda maior do que se pensava; mas infelizmente, não nos ficamos por aqui, bom era. No prato principal, temos a tendência vérmica para dizer mal dos políticos. "A quem é que deixava a torneira da casa de banho aberta para inundar a casa?", pergunta-se, para obter como resposta irritantemente automática e mecânica: "Ao José Sócrates e ao Cavaco"; e para sobremesa, já refastelados com tanta estupidez e primitivismo, vem uma taça com uma bola de racismo e outra de xenofobia, por vezes regadas, como não poderia deixar de ser, com uma capa que mascara o conteúdo, porque verdade seja dita, sentimentos desse género podem ter-se, mas não podem dizer-se, a menos que se façam acompanhar de uma gargalhada explicativa, que no fundo significa "eu só estou a dizer isto porque é na brincadeira, hehe".

E já agora, vejam este vídeo com a janela minimizada. Inacreditável, sobretudo o último minuto.

1 comentário:

Gui disse...

Bem visto. Concordo contigo.

E toma lá um hug,
gui
(ramboiablog.blogspot.com)