domingo, 30 de dezembro de 2007

Re: ASAE

Em resposta a este post de um caro amigo.

Não iria tão longe. Se não deixa de ser verdade que a ASAE tem pautado a sua conduta por um certo excesso de zelo, também não é menos verdade que num modelo contratualista e garantista de Estado, a tua autonomia da vontade encontra-se limitada por certos critérios. Como em qualquer contrato, abdicas de algo para em troca receber uma vantagem. Aqui, a vantagem - discutível ou não - é a de viveres em sociedade.

Seguindo a tua linha de raciocínio, nenhuma razão haveria para proibir a liberalização de todos os tipos de drogas, a eutanásia, etc. Estou obviamente a extremar um bocado a situação, mas isto não são mais do que consequências da admissibilidade de uma liberdade total dispositiva dos direitos individuais, leia-se um liberalismo radical.

A questão é que a ASAE não está a pensar em ti quando toma estas medidas. Tu, enquanto licenciado de classe média-alta/alta, habitante da capital, não encaixas no perfil do cidadão médio: a tua educação e conhecimentos conferem-te um discernimento muito acima da média, que te faz pesar automaticamente na balança os prós e os contras de ir a um tasco que tu sabes que tem baratas, e que pode colocar em risco a tua saúde. O que a ASAE faz, com a sua conduta (e encontro-me apenas no plano da legitimidade teórica), não é mais do que garantir que certas normas de saúde pública não são violadas por esses estabelecimentos, de forma a proteger o cidadão-médio, chamemos-lhe assim.

Não sei, efectivamente, se alguém morreu alguma vez por comer bolas de berlim estragadas, tal como não sei o risco que daí advém potencialmente, mas sei que a ASAE não existe apenas para chatear, existe porque razões de interesse público assim o justificam.

Resumindo, a ASAE tem razão de ser, o que eu já não sei é se tem razão de ser...assim.

n.d.r. - continua aqui

Mais amigos

Tenho um amigo, que por acaso até é amigo do meu amigo que tem um fraquinho por um bom par de chapadas, que recebeu uma guitarra eléctrica de presente de Natal. Tenha-se presente que o meu amigo em questão nunca teve formação musical. No entanto, isso não o impede de se arrogar como a maior autoridade em tudo o que tenha a mínima pretensão melodiosa. Do rock ao ragga, passando por indie e até mesmo jingles publicitários radiofónicos alusivos a materiais de construção civil e a estabelecimentos que fazem casamentos e baptismos na cave, he's the man. E ai de quem ouse sequer questionar a sua douta sabedoria, tão sabedora que sabe sozinha que o seu saber não conhece rivais. Outro amigo tem ele, e eu, e o meu amigo que é partidário do tabefe (o mundo é pequeno), que só não diz que sabe mais que ele, porque tudo aquilo que ele - o da guitarra eléctrica - ouve, ou coagita ouvir, já esse meu amigo, não o das bofetadas, não o supra-sumo musical, mas o outro, o novo, ouviu, re-ouviu, fartou-se, e voltou a ouvir passado uns largos tempos, como quem decide relembrar um Phil Collins poeirento. É verdade, he's that good.
Só não se considera ainda mais iluminado musicalmente do que o outro amigo eléctrico porque tem consciência do vanguardismo que carrega nas costas, qual cruz que pesa como um grito insuportável, desconhecida e desconsiderada pelos demais. Sofre em silêncio, ele, e a sua música. Estava eu há coisa de umas horas, depois de um filme que não reuniu consenso, cuja banda sonora consistia numa música, ainda por cima dum gajo morto, o que é esperto, quanto mais não seja pelos direitos de autor, o Eu Sou Uma Lenda (vale a pena ir ao cinema só para fazer a gorda da bilheteira repetir vezes sem conta o nome do filme), ainda a tentar explicar que tinha gostado do filme, sem no entanto achar que era nada de extraordinário, pela simples razão que me tinha pregado uns quantos cagaços e me tinha mantido colado à cadeira (o último filme que fui ver foi o Assassinato de Jesse James, esse sim uma obra-prima, da qual falarei no seu devido tempo, mas que é o antípoda deste, o que talvez tenha influenciado o meu julgamento), quando o meu amigo, não o novo incompreendido, nem o que tem a mão solta, mas sim o que é proprietário de um instrumento musical, por sinal conotado com alguma agressividade e energia, decide dizer que já sabe tocar uma ou outra coisa. Fruto da referida associação entre a guitarra eléctrica e barulhos estridentes, assim como da sua quase infindável cultura musical, epíteto esse de que o outro amigo, o Jesus Christ musical, discorda, entre músicas (que estar na vanguarda dá trabalho), emitindo um ruído que se assemelha ao de um roedor assustado, a única resposta possível e imaginária seria...exactamente a que estão a pensar, nem mais, o Frère Jacques, esse hit do jardim-escola. E com esta tirada, vai ficar certamente o meu amigo vanguardista sem saber o que fazer, surpreendido que está com tão arrojada escolha, porque o Frère Jacques é antigo, ridículo e estúpido de se tocar numa guitarra eléctrica (como aqueles CDs para ensinar a aprender uma língua em que a frase que nos fazem dizer vezes sem conta é qualquer coisa como "A repartição de finanças está encerrada"), mas ao mesmo tempo é bastante cool, pelo que o mais provável é que o seu ímpeto modernista esmoreça, ficando simultaneamente o meu amigo da guitarra eléctrica sem referência (constantemente negada, que supra-sumo que se preze não tem referência), perdido para sempre, sem encontrar outra solução que não seja a de levar à perfeição o seu Frère Jacques na sua guitarra, passando a carregar ele a cruz, que lhe cai mal porque não está habituado nem a queria carregar. Maldito CD de aprendizagem.

Um Bom Ano.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Sardinha de chapadas

Ontem, dizia-me um amigo meu, entre pensamentos roubados, num tom de voz fermentado e indignado, que ele era assim, que gostava de dar chapadas às pessoas, como que a desculpar-se (melhor, a explicar-se!, que a desculpa pressupõe uma dose mínima de arrependimento, e não era o caso) das duas que me tinha acabado de dar na música anterior, sem qualquer tipo de razão, com um capricho de carácter.
Não conseguiu perceber, o meu amigo, que eu, quando me dão uma chapada sem qualquer tipo de explicação e pré-fundamentação adequada, gosto de responder, de preferência com um bocadinho mais de força. Sentia-se, aliás, profundamente revoltado, como se esperasse que a seguir às chapadas eu lhe fosse comprar um vodka - ele que seguramente já tinha bebido o suficiente - em jeito de agradecimento. No fundo, ele só estava a fazer de mim um homem. Devia ser isso.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

So THIS is Christmas

O frenesim de sempre, as lamúrias de que o Natal já não é o que era, que o consumismo isto e o espírito natalício aquilo, a desilusão com que se fala das tradições perdidas, porque há uns anos era melhor. Antes era sempre melhor, mesmo que na verdade não o fosse, porque o tempo tem este poder. Há quem pense que o tempo é pó, rugas e trocar o nome aos filhos e netos, mas o tempo é exactamente o contrário. O tempo pega nas nossas memórias e faz-lhes liftings, plásticas e lipo-aspirações, transformando vigaristas em bons pais de família, tropeções em mortais encarpados, e jantares em banquetes. Talvez na altura fossem realmente bons pais de família, mortais e banquetes, mas antes, coitados, não o poderiam ser, porque havia sempre um "antes é que era" pronto a lembrar ao presente que precisava de esperar o seu lugar no tempo para existir. Que, no fundo, precisava de deixar de ser para conseguir ser alguma coisa. Parménides explica. Ele, ou Freud.

É sempre a mesma coisa. 20,21,22. 23, Aproximam-se os dias, e com eles um misto de ansiedade e curiosidade invasivo, cheio de vontade de se materializar num "antes é que era". Mas eis que, repentinamente, num simples jantar no dia 24, que parece distar um século do que veio com o sol anterior, aquela sensação de alegria, partilha e tranquilidade, que julgávamos perdida e abandonada no baú da nossa felicidade, conquista-nos novamente. E, se dúvidas restassem, a Missa do Galo faz questão de relembrar aos mais cépticos, ainda que por dois dias apenas, que o Natal ainda é o que era. As queixas, essas, ficam para os outros 363 dias do ano.

No meu caso, o "antes é que era" viu desde cedo que não tinha hipóteses. Não obstante, ainda tentou, do alto da sua teimosia e sobranceria, dizer de sua justiça, mas achou, e achou muito bem, que era melhor sair de cena, ao ver a pujança e determinação do "agora é que foi", qual cantor que se apercebe finalmente do cansaço na voz.

E é só isto, este é o meu SMS de Natal. Um Bom Natal (peço-vos que imaginem esta frase com a entoação, não da minha pessoa, mas daquele locutor da RFM, o que diz: "RFM, só grandes músicas". Muito mais natalício).

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Da violência no Porto

É uma questão de liberalismo socio-marginal: enquanto se forem matando uns aos outros, é deixar a mão invisível actuar.

P.S.- Segundo 17. Níveis de bazófia magníficos, bravo José.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

The bull by the name

Minha irmã: Tou aqui à espera do técnico da EPAL e ainda não chegou ninguém, eles não te deram o nome dele?
Eu: Não, acho que não era suposto.
Minha irmã: Então como é que é, ligas para lá, pedes e já está?
Eu: Sim, liguei para lá, expliquei o problema e disseram que iam enviar um piquet.
(Silêncio)
Eu: Espera, se calhar chama-se Nelson.
(Telefone desligado na cara)

Não posso com pessoas com falta de sentido de humor automobilístico.

Raising sand





Robert Plant, vocalista dos Led Zeppelin, e Alison Krauss: ligação improvável, num dos melhores CDs do ano.

O Terceiro

Saltas
de dentro para fora,
mas não desapareces,
pairas na incerteza de uma palavra.

Cresces
do nada para o tudo,
num tudo que mais não é
que perene disfarce de nada.

Consomes
sem respeitar podes e deves,
limitado apenas pelo que queres
E consegues.

Cascão

A única coisa gira de ficar mais de 24 horas sem tomar banho é que o corpo começa a desenvolver um cheiro a modos que repugnante. No meu caso, cheiro ligeiramente menos a rosas do que é costume.

Sente-se qualquer coisa estranha no ar, confirma-se que vem de nós, inspira-se profundamente, seguindo-se um inevitável franzir dos olhos e um "eish" enojado.

E por que é que isto é giro? Porque passado um minuto volta-se a fazer exactamente a mesma coisa, como se se quisesse confirmar que o cheiro vem realmente de nós, num misto de orgulho, impavidez, curiosidade e nojo. Sobretudo orgulho. São horas e horas de divertimento garantido.

Pera lá, mas que cheiro é este?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

They shot them down, bang-bang

Dois actores amadores angolanos foram mortos pela polícia ao serem confundidos com criminosos durante as gravações de um filme na capital de Angola, Luanda.

Diário Digital


Parece tirado de uma das cenas finais do Underground, de Kusturica. Não devem ter reparado nas câmaras. O Blacky também não reparou. Acontece.

Amsterdam



Bem me parecia que isto não tinha sido produto da minha imaginação.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sonho

Hoje sonhei que estava a ser perseguido não-sei-muito-bem-por-quem por ter feito não-sei-muito-bem-o-quê, e que tinha sido condenado à morte por esse facto indesculpável que é fazer-se-não-se-sabe-muito-bem-o-quê.

On the plus side, though, tinha um feitiço que me permitia ficar invisível, que era no entanto de fiabilidade duvidosa, funcionando apenas se proferido da boca para fora e através de um movimento específico da varinha, tecnicismos esses que eu, ignorante do fantástico, desconhecia até certo momento onírico, dando origem a umas quantas semi-invisibilidades que, se não me falha o sonho, me puseram em maus lençóis por diversas vezes. Exacto, esqueci-me de dizer, I had a wand.

Era de fiabilidade duvidosa, o feitiço, já que a invisibilidade se desfazia assim que alguém, mesmo que acidentalmente, me tocasse. Sonhos e tal, varinhas, perseguições e feitiços, tudo bem, mas com o devido respeito pelas mais elementares leis da física.

Por outro lado, acordei irritado com a minha estupidez/incompetência mágica, já que o único feitiço que conjurava era o da invisibilidade. E mágico que se preze, toda a gente sabe, conjura muito mais feitiços. Nem me vou alongar sobre a estupidez que é ficar invisível, e mesmo assim ser repetidamente encontrado, como se quisesse ser perseguido. Aposto que este detalhe faria as delícias de qualquer psicólogo.

Não sei se sonhei o que sonhei por ter passado o dia inteiro numa sala - rectius, uma sauna - com cerca de 50 miúdos a jogar Playstation, ou por ter adormecido com febre. Acho que o facto de o sonho que se seguiu ao primeiro ter envolvido a minha pessoa, uma praia, e alforrecas bebés agarradas aos meus dedos, inclina-me (ligeiramente) para a segunda opção.

Flu lobby

O Monte Branco que se cria ao lado da minha cama faz-me desconfiar que o vírus da gripe é lançado no ar todos os anos, por esta altura, pela Renova. Que, segundo consta, também é responsável pela Primavera.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Depois do CDUL-Agronomia

Não há desporto menos sensual para uma mulher praticar do que rugby. Não é que não goste de mulheres selvagens, cheias de terra pelo corpo e capazes de soltar gritos animalescos, simplesmente faz-me confusão imaginar isso numa mulher com um quadricípete maior que o meu.

Confieso que te envidio

Leio a auto-biografia de Neruda, e à medida que as páginas avançam, cresce em mim o sentimento da dúvida. Dúvida, se o inveje, se o admire.

Neruda é das poucas pessoas com que me cruzei que, à medida que o vou conhecendo, me desperta um enorme sentimento de inveja. E digo conhecer sem qualquer tipo de pretensiosismo barato, porque se pode conhecer o artista pelo contacto com a obra, sobretudo se a obra for o artista, que é o caso.

E invejo-o porque me transmite a sensação que escreve, não com uma caneta convencial, mas com uma que encontrou algures num vericueto de Rangoon ou Valparaiso (que melhor lugar que Valparaiso para encontrar tal instrumento), onde condensou todas as cores, sabores e texturas do Mundo. Quer dizer, por isso admiro-o. Invejo-o, e não invejo quase ninguém, fruto talvez de um narcisismo latente dentro de mim, por saber que para chegar sequer perto donde ele chegou, tenho de pedalar muito. muito não, imenso. imenso não, Herculeamente.

Invejo-te, Pablo Neruda, e trato-te por tu confiante que 200 páginas da tua vida são suficientes para não estarmos com cerimónias, por saber que não fazes mais que jogar com palavras e sensações, e por saber que fazes mais, muito mais, do que jogar com elas.

E rio-me, ao mesmo tempo que te aplaudo, por saber que até o teu nome conseguiste transformar em algo de etéreo, como se Neftalí Reyes fosse um diamante em bruto, selvagem e indomável, à espera de se converter em Pablo Neruda.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Carta de motivação barbística - or lack thereof

Não é barba. É falta de paciência. Falta de paciência essa que, ainda por cima, permite horas e horas de roça-roça ao nível do queixo entre o polegar e o indicador, companhia ideal de qualquer ar pensativo que se preze.

Sai toda a gente a ganhar, it's a win-win situation. E por toda a gente entenda-se eu, o meu ar pensativo, e a minha falta de paciência (enquanto realidade corpórea).

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Quae sunt Caesaris, Caesari

Ao pé de minha casa há um Minipreço. Para ser mais preciso, nas costas de minha casa, numa rua que consegue ter o pior de Santos e do Bairro Alto. O aspecto dos clientes, como podem calcular, é impecável. Aliás, uma das coisas que me fascina no prédio onde moro é exactamente a sua localização: consoante a porta por onde saio, tanto me sinto em Lisboa como nos subúrbios de Marraquexe.

Nesse Minipreço está uma cigana a pedir esmola. Como se este acto - revelador de uma visão estratégica e ambição dignas de um entrepreneur - não fosse suficiente, fá-lo de costas para a estrada, sentada na margem do passeio, arriscando-se a levar a qualquer momento com um Toyota Corolla no lombar.

Estúpida, sim senhor, mas altamente radical.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Faz todos os sentidos

Só às 3 da tarde, mais precisamente às 14:57, é que reparei que tava um dia lindo de sol. E que o ar, de um azul amarelado vindo não se sabe muito bem donde, brilhava a morango, e me furava a alma, cada vez que o procurava. E fi-lo incessantemente.

n.d.r.- o -es caiu do estava propositadamente. não foi mais que uma tentativa de salvaguardar a virilidade da escrita. estava um dia lindo de sol é frase que pede pássaros a chilrear e flores a desabrochar ao som de um rio cujo curso é apenas interrompido por famílias de ursos e veados que do seu leito bebem a água que lhes dá a vida, e para essas paneleiradas não contem comigo.

Coisas II

Há coisas que não se podem dizer. Melhor, há coisas que certas pessoas não podem dizer, como se estivessem mancas da legitimidade conferida por algum poder socialmente divino, responsável pela atribuição do estofo que permite aguentar os quilos de responsabilidade, vergonha, ou medo, que pairam sobre alvos indefesos, à espera de uma palavra fugidia que lhes corte as asas para que possam desferir um ataque fulminante sobre as mais elementares -e frágeis- qualidades de um qualquer pobre coitado.

Ouvir o Ricardo, com aquela voz que demonstra que o tal poder divino não só não lhe deu o tal estofo como fez questão de o enxovalhar perpetuamente por razões alheias ao comum mortal, dizer que aguentou os últimos minutos do jogo do Bétis deste fim-de-semana, lesionado, porque "me recordei da canção e decidi aguentar para ajudar a equipa", é, já de si, ridículo. No entanto, os contornos ganham detalhe, espessura, inclusivé alargando-se até ao infinito, e mais além, quando se descobre que a música em questão era a versão espanhola do afamado hit de casamentos/trigonometria I Will Survive, de Gloria Gaynor, música essa que dá pelo nome de Resistiré, interpretada pelo Duo Dinamico, nome que, para os mais atentos, cheirará seguramente a imitação rasca dos sucessos imortais de Tsubasa e Misaki.

Se ainda fosse o Rocky a dizer isso, depois de desfeitear o Ivan Drago. Agora tu, Ricardo? Pior, só se acabasses as declarações com a palavra ceroulas.

Coisas I

O Benfica-Académica de ontem foi dos poucos jogos, na história do futebol, em que a coisa conseguiu ficar preta para os dois lados, figurada e literalmente, nos últimos minutos de jogo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Gaddafi



"Gaddafi surrounds himself with handpicked female bodyguards to foil such attacks, the Amazonian Guard. All of them swear an oath that they will give their lives for him. They never leave his side, night or day, and he insists they remain virgins. There is no shortage of volunteers for what is seen as a prestigious job. A special training college puts recruits through a tough program. Girls who don't drop out emerge as trained killers, experts with firearms and martial arts. Gaddafi makes the final selection and, despite the virginal tag, rumors abound that he demands their sexual favors."

It's like picturing Hugh Heffner's evil twin running a country

Chit chat

Ele: Manda-lhe um e-mail a pedir o número de telefone, e assim ligas-lhe que é mais simpático. He's the man to talk to (assim com um sotaque apenas ao alcance de pessoas que aprenderam francês a vida inteira) e pode ajudar-te, elucidar-te, encorajar-te, encaminhar-te...

Eu: Desde que o "ar-te" não se transforme em "er-te", acho óptima ideia.

Unlikelihood of a connection



Visto, e copiado de (sem o devido(?) consentimento), aqui. Directamente para Barcelona, con un abrazo.

Eu nem gosto especialmente de Scorsese, ou melhor, não é dos meus realizadores preferidos. E de Hitchcock, pouco conheço (se bem que com um mea culpa e consciência da temporalidade do véu de ignorância hitchcockiano que me cobre, à mistura), exceptuando aquilo que me lembro de ter visto há muitos anos aquando de um especial da TVI em homenagem a esse monstro do cinema. Mas tinha de ser. It was too good not to.

Também vai ali para a Rua do Arco de São Mamede, pois é meu mester zelar pela formação profissional de alguns dos meus amigos mais...vá, mentecaptos.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Dito assim não fica ordinário

Puedes tener una grande polla pero no tienes cojones

There was this friend who when he was younger accidentally happened to watch this strange channel once where there was this woman who came up with this sentence to describe her male friend's lack of...courage. And then this friend, not the woman's male friend but the one who was accidentally watching, who I am no longer acquainted with for the most obvious reasons, told me this sentence.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Childhood flashback

Quando era puto tinha uma miúda da minha aula que dizia que o avô tinha morrido porque comia ovos todos os dias. O nome dela era Inês Lamas.

Obrigado Inês Lamas, lembrar-me-ei de ti em todas as gemadas da minha vida.

Homenagem (discreta) a Rui Veloso e ao Grupo de Baile

Se fizesse um perfume, era com patchouli. Apenas, e só. "Que bem que cheiras, é o quê?"; "Patchouli". É bastante complicado, uma vez tendo contacto com a palavra, conseguir parar de a dizer, sobretudo quando a wikipedia nos diz que também pode ser designada por patchouly, patchuli, pachouli, patechuli, pachuli e patexulí; ou que o deus Krishna vive no patchouli. "Krishna, onde é que é a tua casa?", perguntaria Maomé. "No patchouli", responderia Krishna, envergonhado.

A repetição da palavra é quase tão boa como um bolo de bolacha inteiro. Patchouli pachuli patechuli patexulí patchouly patchouli patechuli patechouly pachouli patechouly patchouli. E faz muito menos mal à flora intestinal. Viva o patchouli pachuli patechuli patexulí patchouly patchouli patechuli patechouly pachouli patechouly patchouli