sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Impossible is this



Andou a Adidas a gastar milhões de euros com a campanha "Impossible is nothing", quando uma simples fotografia seria muito mais do que suficiente. O momento alto dos Óscares. Este, e o anúncio da Campofrio.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Corre, corre

Foi preciso chegar ao último ano de curso para perceber que aquilo até tem a sua graça. O tuga que há em mim está neste momento a pular - porque o tuga não salta, pula - de alegria, orgulhoso do patriotismo do seu hospedeiro.

Ou talvez não seja disso.

Tenho é medo de, mais cedo ou mais tarde, enveredar pelo piadismo jurídico, caminho obscuro e sinuoso, que já trucidou muito boa gente. Se algum dia andar por aí a rir a bandas despregadas depois de ter dito "ele trocou-a por outra? é por pessoas como ele que a novação ainda existe", avisem-me. É que, por enquanto, ainda consigo perceber que isto não tem graça nenhuma.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Spoon is good





Se as expectativas já eram altas, Spoon superaram-nas, no passado sábado, na Aula Magna. Banda de indie rock texana, com uma atitude que tem tanto de indiferente como de explosiva, encheram a sala, depois de Mazgani, curioso e perturbador, to say the least, acompanhado de um guitarrista que cometeu a proeza de não abrir os olhos durante a hora de concerto a que assisti, ter aberto as hostes. O porquê da realização de concertos deste género - completamente incompatíveis com cadeiras - na Aula Magna, intriga-me durante o tempo máximo que um assunto desta importância deve intrigar alguém, cerca de minuto e meio, mas intriga corrosivamente.

Outro pormenor de relevo musical, e que por si só já tinha valido o bilhete, foi a descoberta de um bidé na casa de banho do andar de cima, naquilo que - e espero não estar a cometer nenhum imprecisão - constitui o único lavabo público a nível nacional, quiçá mundial, dotado de semelhante infraestrutura. Aliás, todo o ambiente, nomeadamente a simpatia e fisionomia das pessoas do bar, a larga oferta de salgados e afins, a proibição de beber cerveja no auditório (cerveja num concerto de rock!pfff) e o cheiro bolorento no ar, geram no espírito mais atento, de forma quase inevitável, a dúvida se se está realmente a entrar para um concerto de rock, ou para uma aula de História do Direito. Cozy. Valha-nos a música. E o bidé, but that goes without saying. Da próxima vez vou lá fazer um chap chapzinho.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ironias académicas

A grande ironia da minha Faculdade - private joke:

Cláudia Trabuco
Teresa Beleza

Deus não devia ter mesmo nada para fazer naquela terça-feira à tarde.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Just freakin' teach them how to fish



"Like earlier practitioners of paternalist charity, today’s Africrats propose policies that treat the material effects of Africa’s problems—disease, dirty water, hunger—not their underlying causes, which the West, too, once struggled with. For thousands of years, high rates of death from infectious diseases were the norm throughout the world. Before the twentieth century, Western parents expected to lose at least one of their children to illnesses that are preventable today. Not until late in the nineteenth century did the White House itself have clean water; in 1862, Abraham Lincoln’s son Willie died of typhoid, likely contracted from the mansion’s tainted plumbing. Hunger, too, once darkened what is now the prosperous world, though so effectively has the problem been solved that countries like the United States face a looming obesity crisis."


Pela primeira vez vejo alguém a afirmar publica e fundadamente, que isto do LiveAid não são só rosas; que, se calhar, causa mais prejuízos do que traz benefícios. De um ponto de vista meramente humano-económico, faz muito sentido. É a história do velho ditado: "ao pobre, não lhe dês o peixe, ensina-lhe a pescar", neste caso dito por uma boca (demasiado?) liberal. O artigo - polémico, sem dúvida - critica o excessivo paternalismo ocidental no combate à pobreza em África, argumentando com um case study fortíssimo: o do próprio Ocidente - ver supra. Não obstante a agressividade brutal com que desfaz todas as estrelas que, na sua opinião, alimentam os respectivos egos à custa do continente africano, o texto dá, no mínimo, que pensar.

A ajuda é necessária? Sim, mas não nos termos em que se processa actualmente. But hey, you moron, what if there's no fish at all? Mesmo nesses casos, non gongoa han zangoa. Não percebes, é? Quem é que te mandou vir com o inglês, armado ao pingarelho? When there's a will, there's a way. Happy now? Yes, thank you moron. Amigos imaginários à parte - damo-nos mal -, a grande questão está relacionada, para Michael Knox Beran, não com razões de eficiência, mas ainda - e infelizmente - com razões de eficácia. Pede-se uma ajuda menos espalhafatosa, menos mediática, e que crie as bases para um crescimento e desenvolvimento dos países africanos, em vez de se andar constantemente a tentar remendar.

É extenso, mas na pior das hipóteses, sempre é uma maneira de desenferrujarem o inglês, quase tão boa como ver o Prison Break. Descoberto no blog da Atlântico, revista altamente recomendável.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Eu radio, tu radias, ele radia...



radiado

do Lat. radiatu

adj.,
disposto à maneira de raios, com estrias partindo de um centro;


Emílio Macedo, presidente do Vitória de Guimarães, torturador medieval nas horas vagas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

And now for something completely...boring

No chuvoso domingo passado, Hugo Leal optou pelo McDonald’s da estação de serviço de Oeiras para almoçar com a família. O médio do Belenenses, de 27 anos, está a recuperar de uma intervenção cirúrgica ao joelho esquerdo, que fez há mais de um mês, e anda ainda apoiado numa canadiana. Hugo Leal estava com a mulher, a manequim espanhola Elizabeth Nouvelle, e o filho Pelayo, de 2 anos, que dominou as atenções do pai.

in...Record (!)


Hugo Leal optou pelo Super Menu Double Cheeseburguer - um dos seus preferidos - sem pepino nem cebola, tendo elegido, categoricamente, um Nestea de pêssego, sem gelo, com a palhinha levemente rasurada na sua parte final, para regar o seu repasto. Quando instado a comentar a sua opção, o jogador, ligeiramente manco mas com uma pele irrepreensível, afirmou que a elevada dose proteica do double cheeseburguer McDonalds® tinha sido um elemento crucial na escolha efectuada, uma vez que, aliado ao delicioso sabor deste, que é do conhecimento público, permitia uma rápida recuperação do problema que o afligia no joelho esquerdo - e que belo joelho -, quer a nível físico, quer a nível anímico.

Hugo Leal aproveitou para pedir que não se divulgasse a escolha alimentícia do petiz Pelayo, dono de um sorriso como há poucos, de forma a proteger a sua privacidade. Já a esposa, optou pela salada Caesar e um sumo de laranja natural, escolha condicente com as esbeltas formas que exibia.

O agregado pareceu feliz ao longo do almoço, trocando carícias, batatas e sorrisos, num ambiente de harmonia e tranquilidade.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Carla Bruna


Algures na Margem Sul, Carla Bruna lamenta-se da sua falta de sorte, insensível ao fastidioso discurso materno sobre a irrelevância do nome, "porque somos o que fazemos e não somos o nosso nome", e "porque devias ter vergonha, Carla Bruna. Eu e o teu pai demos-te tudo aquilo que nunca tivemos". Carla Bruna, ao ouvir isto, perguntava, num choro sofrido, "porque é que nunca me deram o i?era assim tão difícil, um i!", ao mesmo tempo que se lembrava que o único Eliseu que conhecia era um pescador que tinha amado, numa noite de quarto minguante, dentro de uma tenda qualquer na praia de Quarteira, durante quatro ou cinco músicas perdidas na discoteca de onde tinha saído ou algumas ondas distantes. E quanto mais se lembrava dessa noite, mais chorava e se queixava do seu azar, e mais a mãe duvidava das suas qualidades e da maneira como tinha educado a sua filha. Rapidamente entraram numa espiral de choro e protestos mútuos à volta de um i, espiral essa que cresceu tanto que a certa altura estava do tamanho da pequena vivenda onde viviam no Montijo, e Carla Bruna viu-se obrigada a sair de casa, com medo que a espiral destruísse o lar que os seus pais tinham construído com o fruto do seu suado labor. Estava decidida a remediar a tremenda injustiça divina que tinha sido nascer com um a em vez de um i, ela que até era jeitosita. Mais do que tudo, mais do que a espiral que serviu de desculpa à intempestiva saída de casa, tinha fugido por não suportar viver paredes meias com a fábrica da Nicola, instalada a 500 m de sua casa.

(a explicação para a espécie de conto)

Um i faz toda a diferença. Sim, um i, essa vogal esmigalhada pelo ae e ou. Um i pode ser a diferença entre o despoletar de inveja ou de uma troça desmedida. Um simples i. Quanto à história, por ter percebido que me fugia a olhos vistos das mãos, uso aquela ferramenta literária espectacular que passa por conferir ao leitor o direito de imaginar, especular e magicar, o desenrolar da história de Carla Bruna. No entanto, uma rápida pesquisa no Google por "Carla Bruna" revelou a existência de uma actriz pornográfica portuguesa com esse nome, o que, se pensarmos, faz todo o sentido. A cruzada de Carla Bruna tinha de ser financiada de alguma forma.

(a explicação para a explicação)

No fundo, só queria mesmo pôr uma fotografia da Carla Bruni. É que está na moda. Depois achei por bem fazer uma graça, mas dei por mim sem saber o que escrever, daí a tal espectacular ferramenta literária, ou ferramenta literária espectacular.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ya está, ya está


Se de um jogo de futebol a minha vida se tratasse, o voz-off - da Antena 1 - estaria neste momento a larinjar um inevitável "já está!, já está!", mas sem aquela música de fundo, género martelada de segunda categoria do Montijo.

Descreveria o golo como lance individual de interessante recorte técnico, pautada por alguns rodriguinhos, porventura desnecessários, por avanços e recuos, mas sobretudo por sucessivos esgares de surpresa e reflexão na cara do jogador, causados pelo próprio desenrolar da jogada. Não deixaria de apontar a indecisão que lentamente conquistava os seus movimentos, para logo a seguir, em debate com o outro comentador, porque há sempre mais do que um, concluir pela necessária ligação desta com o leque de opções de qualidade de que dispunha para marcar golo, leque esse que cortava o vento e deixava apenas um silêncio, ensurdecedor para o jogador, que se misturava com as vontades do público e descrições dos comentadores, silêncio ansioso causador de voltas, rodriguinhos e esgares de tal ordem, que a dada altura era impossível para o jogador destrinçar o silêncio do barulho, perdido que estava em rodopios.

Pelo meio, registaria a inexperiência do puto, não obstante o futuro que uns quantos - não sabia ao certo precisar um número - lhe agoiravam, pretexto ideal para novo debate - este, inconclusivo - com o colega de voz rouca e sensata, agora sobre o eventual excesso de pressão colocado nos ombros, ou melhor, nos pés, ou seria na voz, do jogador, apanhado de surpresa nesse turbilhão de opções, e "talvez ainda verde para estes palcos", tirada final que as suas cabeças se encarregariam de arrumar na área dos consensos possíveis, lado a lado com inúmeros se calhares, e uns quantos - carcomidos por informalismos linguísticos - porventuras e quiçás.

Após tanto serpenteio em preliminares, relataria o golo em si, fazendo ver aos ouvintes que a unanimidade quanto ao modo de finalização escolhido pelo jogador era de obtenção improvável, se não mesmo impossível. Lembrar-se-ia da discussão labiríntica que mantinha desde pequeno com o seu Tio Carlos, sobre Prost e Senna, mas acharia por bem não a referir, uma vez que desconhecia a opinião do seu colega de voz rouca e sensata, inclinando-se contudo a identificá-lo com o aborrecido Prost. Não queria novo debate, se bem que à noite, já de microfones desligados, daria o melhor de si para fazer ver ao seu colega que o Senna é que era.

Por fim, e após incessantes sinais vindos do técnico de estúdio para dar por encerrada a transmissão, faria ver que o puto, mais do que contente por ter marcado o golo, que o estava, e disso o comentador não tinha dúvidas, exibia nos seus olhos as cores da serenidade, determinação e confiança, esperando com essa perspicaz observação lançar o debate, nas casas que o acompanhavam, sobre o significado desse olhar, apesar de, em conferência com os seus botões, ter chegado à conclusão que tal semblante era um sinal inequívoco de que o jogador tinha finalmente percebido que, face às alternativas que tinha para marcar golo, seria sempre um golaço, mas mais importante do que isso, era seguir o seu instinto na hora do remate, porque ninguém nos conhece melhor que o nosso instinto.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Good ol' homemade food



“Why fool around with hamburger when you have steak at home?”

Paul Newman, on fidelity.

Da reflexão

Chego à conclusão que a infelicidade é condição indispensável de qualquer reflexão, maxime da introspecção. Faz todo o sentido: só quando estamos tristes é que precisamos de encontrar soluções - mais do que isso, justificações - para os nossos problemas, para além de, nessa situação, nos encontrarmos num inevitável estado de espírito filosófico e contemplativo, rodeados de uma aura de revolta, estado de espírito esse que se instala apenas em mentes desanimadas e cabisbaixas. É esquisito, o gajo.

Só o verdadeiramente infeliz, aquele que faz ponto de honra em sê-lo, por ter medo de sorrir, é que, mesmo quando está feliz, precisa de encontrar razões para estar assim, como se não fosse digno de tal bênção divina. E então, ainda mais fugaz se torna esse sentimento.

Caso contrário, quando se está feliz, a tendência é para uma letargia tal, um doze off de tal ordem, que não há tempo, nem vontade, para grandes reflexões. Daí, até concluir pela enorme neura em que homens como Kant, Descartes, Hegel, e sobretudo o trombudo Nietzsche, certamente viviam, é um passo. E ainda bem, bem hajam os trombudos, porque deles é o reino dos pensamentos.

Adoro falar sobre coisas vagas. É a mesma coisa que abrir a mão, agarrar um bocado de ar e dissertar interminavelmente sobre o que dentro da minha mão se esconde. Quase tão interessante, albeit not as schizophrenic, como falar da ASAE. Loses by an inch.

A única coisa que me inquieta é estar neste momento a reflectir, encontrando-me eu, acreditem, para lá de muito impecável. Tramado, o paradoxo. Por causa das tosses, o melhor mesmo é deixar de reflectir. Xixi. Cócó. Já está. Back to good old numb happiness.

Traffic ego

Quando desço ali uma rua, em S. Sebastião, que vai dar a um quartel, perto do Corte Inglés, onde existem dois sinais, lado a lado, separados por uns lugares de estacionamento improvisados, sinto-me verdadeiramente uma criança, porque o que mais quero é apanhar o sinal da esquerda - o mais distante - verde, para, num gesto claramente à campeão, salpicado com pinceladas de artolas, cruzar o "parque de estacionamento" e ganhar, não só cerca de dez segundos, mas também o dia. É uma questão de traffic ego.

Era a CML perceber isto, e fazer assim uns atalhos meio dissimulados, destinados apenas para street champions, e arrisco dizer que seríamos todos muito mais felizes. É a grande vantagem da parvoíce, permite um contentamento assente em pressupostos a roçar limiares mínimos de exigência.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

UPA UPA



Cantores que se juntam numa acção de solidariedade, neste caso contra a discriminação das doenças mentais. A iniciativa Unidos Para Ajudar, da Encontrar-se, sem ser pioneira, é sempre interessante e sobretudo bem-vinda: duetos inesperados, entre vozes diferentes, contrastantes até em certos casos. A primeira, dos Xutos e Pontapés e dos Oioai, promete. Podem ouvi-la, aqui.

Seguem-se, a um ritmo mensal, Rodrigo Leão/J.P Simões, Camané/Dead Combo, GNR/The Gift, Sérgio Godinho/Xana, José Mário Branco/Mão Morta, Cool Hipnoise/Tiago Bettencourt, Paulo Gonzo/Balla, Mariza/Boss AC, Jorge Palma/Clã.

Não deixa de ser louvável o facto de um dos duetos, mais concretamente o penúltimo, incluir um músico (?) mentally challenged. Mariza, preferes saltos altos ou calções e sandálias?

Pilooski



28 de Março marca o dia da actuação, em Lisboa, de Cédric Marszewski, mais conhecido por Pilooski, uma das novas coqueluches do electro francês, mestre dos agora-tão-na-moda re-edits. Ainda não se sabe onde, mas supõe-se que seja, mais uma vez, no Lux. A não perder.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Horribyblos

A Byblos - nova livraria que abriu ao pé das Amoreiras - ainda mal começou, e já é um case-study. Terão gastado tanto dinheiro em livros, que não tiveram outra alternativa a não ser a utilização de um paquiderme nos outdoors, ainda por cima de dimensões gulliverescas? O sentimento despertado em mim pela visualização desse cenário dantesco é de exteriorização algo complexa, mas se alguém conhecer a dita, transmita-lhe por favor os meus parabéns, pela coragem. Hard not to notice, naquele prédio gigante entre as Amoreiras e a Dom João V.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

(not so) Curta II


Franklin D. Roosevelt está neste momento a dar voltas no caixão. A razão? Simples: Hillary, ou Bill Clinton, preparam-se para atacar o seu estatuto especial de Presidente recordista - 4 mandatos -, e ninguém se apercebe. Em vez de se estar a discutir a relevância da cor da pele de Obama ou do heroísmo de McCain, a grande questão deveria ser: afinal de contas, quem é que veste as calças na família Clinton? Aqui reside o busílis, e não há nada como um bom busílis. E daí talvez não, porque quem as veste agora, seguramente vestia-as antes também, e eu acho que sei quem é.

Melhor, melhor, só se isto tiver sido planeado pelo casal em conjunto desde o princípio, tendo estes deixado, de forma propositada, passar o tempo suficiente para: (a) transformar Clinton, o Bill, num bom presidente. Não que efectivamente não o tenha sido, simplesmente o tempo tem este dom de, mais tarde ou mais cedo, enDeusificar praticamente qualquer estadista; (b) evitar uma ideia de monarquização - passe o exagero - da Casa Branca e consequentemente um desgaste do nome Clinton; (c) permitir a Hillary ganhar rodagem política, indispensável para deixar de ser vista como a mulher do Presidente e emancipar-se enquanto governante.

Se soubesse desenhar, este último parágrafo seria acompanhado de um cientista da ex-RDA, semi-careca, de olhos revirados, com um balão, daqueles de banda desenhada, a sair-lhe da boca e a dizer: "MUAHAHAHA, IT IS ZE PERFECT PLAN".

Curta



Não percebo por que é que tanta gente se queixa da famigerada lei do tabaco. Quer dizer, a Assembleia da República dá-se ao trabalho de discutir, votar e aprovar um instrumento valiosíssimo de conversa de circunstância, responsável pelo fim de inúmeros silêncios desagradáveis, já para não falar do grande alvoroço e agitação que se instalam cada vez que alguém se levanta para ir à rua fumar, e ainda há quem proteste. É preciso ser muito mal agradecido.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Voz de comando



Corrupio de entrevistas. Parece uma dança minhota, todos rodam e vão mudando de par ao som de uma voz de comando que, neste caso, vem não se sabe bem de onde, mas é tão forte, presente e audível como a outra, com a diferença de que nesta roda, a das entrevistas, para além da dita voz, há outras, muitas, vozes que não se cansam de aconselhar recomendar contestar apoiar dissuadir, sem talvez saber que com isso mais não fazem do que perturbar o ritmo e a ordem do bailarico, porque a voz de comando é, no fundo, a que manda na roda. Evoca em mim, de forma automática, a vaca de fogo, com um homem a guiar. Os putos fogem, sortudos, mas eu não. Yeats disse, "nos sonhos começa a responsabilidade". Razão tinhas, sonhar é giro, mas cansa. Sobretudo quando ninguém nos ensinou a dançar.