quarta-feira, 30 de setembro de 2009

The Shins - Plenty is never enough

Uma corrente preguiçosa, adormecida por um Verão nocturno fora de tempo, guarda - como aqueles guardas-nocturnos que já não guardam coisa nenhuma, fazem apenas parte da mobília - um lugar à espera de ser conquistado. Quer dizer, há quem por lá já ande a zumbir (esfregaram as patas assim que perceberam).

Um livro qualquer


Plenty is never enough. Mais outra na gaveta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A planta que fuma


Pretty much self-explanatory. Brilhante, apesar de o gajo da direita ser um bocado florzinha.

O efeito descredibilizador de um gelado

Saudades dos dogmas sociais? Também pensei que sim. Este é simples e inquestionável, como qualquer dogma que se preze e seja digno do epíteto que ostenta, todo ele sobranceria e presunção:

«É absolutamente impossível ter qualquer tipo de credibilidade a comer um gelado.»

Dúvidas? Sugiro que façam a seguinte experiência: ofereçam um gelado a um amigo vosso, mas antes, peçam-lhe para dar a sua opinião sobre um tema sério, em relação ao qual tenham a sua opinião em conta. A seguir, dêem-lhe um gelado e repitam a experiência.

Já me ia esquecendo, mas como é óbvio, quanto mais velha a pessoa e mais "de puto" o gelado - sendo que o mini milk é o descredibilizador máximo -, melhor o efeito.

Watermat



Gadget especialmente vocacionado para famílias, amigos, namorados - pré ou não - e emigrantes clandestinos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bússola eleitoral



As perguntas são parvas porque levam a respostas que nem sempre correspondem à realidade, viciadas por advérbios que não têm nada de lá estar: perguntar se "O Benfica deve ter jogadores estrangeiros" é completamente diferente de perguntar se "O Benfica deve ter exclusivamente jogadores muito estrangeiros". Other than that, um bocado o que estava à espera, à excepção do campo "estilos de vida e ética".

E realmente gosto bastante de MMS, tenho vindo a gostar cada vez mais, e de M&Ms, mas desconheço a ideologia política de qualquer um dos dois.

Fried Friday

As equipas que jogarem contra o Barcelona vão começar a perceber que a única maneira de os parar é à paulada. Isto, se se vier a confirmar, como eu penso, que todos temos um Jaime Pacheco dentro de nós, normalmente escondido atrás do pâncreas.

Modest Mouse - Dashboard




Esta música acabou de fazer com que ficasse mais de um minuto dentro da garagem, de carro parado, a ouvi-la. Pior, esta música fez com que eu reabrisse o portão da garagem para que a interferência que começou a aparecer quando aquele se fechou desaparecesse. E isto foi só uma maneira rebuscada que encontrei para dizer que esta música é daqui (e quando escrevi "daqui" estava a segurar com o polegar e o indicador no lóbulo de uma das minhas orelhas e com os outros três dedos esticados). E esta foi outra, pelos vistos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Atleti

Para muitos, o Atlético de Madrid é o clube de Futre e Gil y Gil, e agora de Simão; para a maioria, os colchoneros são o segundo clube de Madrid; para a família do Zé Castro, é o clube do Zé Castro. Mas os madrilenos são também conhecidos por terem os melhores anúncios de sempre (?) de promoção do clube e da temporada desportiva, lado a lado com aquele do Rui Costa:

(no princípio desta década o clube foi despromovido para a 2.ª Liga. Quando subiram, apareceu este anúncio)


(2005/2006)


(2006/2007, à volta da guerra civil espanhola)


(2007/2008




(2008/2009, ano do regresso à Champions)


(and last, but not least, Atlético de Madrid me mata, com o sócio n.º1 do clube)

Arigatô

Piquenas facadas nipónicas em nome de surpresas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A insustentável leveza do ser


A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera, devia ser de leitura obrigatória. Em português - ou em francês, se preferirem, que até foi a língua em que o livro foi escrito, apesar da nacionalidade checa do escritor. Verdade seja dita, só pus o nome do livro aqui em francês porque acho que L'insoutenable légèreté de l'etre consegue ter ainda mais estilo que a tradução para português, e está taco a taco com a equivalente inglesa, The unbearable lightness of being, nome que também não deixa de ser do cacete. Como é óbvio não foi por isso, ou não foi só por isso, mas se percebessem tudo deixavam de vir cá.

Sem querer estragar a história, Kundera parte de uma ideia de Parménides (que não se cansa de desconstruir e questionar), segundo a qual as coisas "leves" são positivas e as "pesadas" são negativas. A esta associa duas outras: a da inevitabilidade das coisas, o es muss sein! de Beethoven, o "tem de ser!", referindo-se constantemente ao poder e à beleza dos acasos como antecâmara do amor, porque o que tem de ser, tem muita força; e à impossibilidade do eterno retorno, ou seja, de tomarmos banho duas vezes na mesma água de um rio - ou mais, para aquela malta que toma todos os dias banho no rio.

Recorrendo, por várias vezes ao longo do livro, a estas três ideias principais, constrói um romance - com várias histórias de amor e atracção interligadas e às vezes parece que paralelas - que se mistura com a realidade histórica da Checoslováquia sob ocupação russa, conseguindo descrever as relações de força e fraqueza no amor, bem como a influência que o passado familiar pode ter na vida amorosa de uma pessoa, de uma forma que eu nunca tinha visto num livro. E de vez em quando sai-se com umas tiradas de génio, como esta:

O amor não se manifesta através do desejo de fazer amor (desejo que se aplica a um numero incontável de mulheres), mas através do desejo de partilhar o sono (desejo que só se sente por uma única mulher).

É tão genial, que chega a ser tipo brutale.

O caminho

The walls, the walls are coming down
The here and now is coming round.


You're the one to blame. Não paraste.

Dirty Dancing

Tive a sorte de estar no ginásio à hora em que o Dirty Dancing estava a ser transmitido na SIC. Digo-me afortunado porque, como imagino que seja do senso comum, as academias de culto do corpo são não raramente frequentadas por indivíduos com especial apetência para atracar de popa.

Ora, o Dirty Dancing a passar num ginásio tem exactamente o mesmo efeito que a Alessandra Ambrósio (ou, verdade seja dita, qualquer mulher que não esteja de touca e a cheirar a courato) a atravessar as roulottes do Estádio da Luz em dia de derby: pára tudo. Halteres a passearem perdidos pelo ginásio e o caraças, como aquelas bolas de arbustos secos em cidades-fantasma do faroeste.

E acho que isto chega para perceber o espectáculo que presenciei ao entrar no ginásio ontem à tarde: meia dúzia de homens - que não deixam de o ser, só porque o Fado decidiu incutir-lhes uma predilecção por abafar a palhinha; já a utilização do H maiúsculo pode levantar alguma dúvida e celeuma entre os mais valentes - a abanar o pé, a anca (aqui usada propositadamente no singular) e uma das mãos, entre suspiros e olhos já lacrimejantes com a pinta de garanhão sentimental do Swayze. Com a minha esguia presença a passar discreta, não se coibíram de começar pouco tempo depois a comentar o efeito que estes filmes por eles apelidados de "sentimentalões" tinham nas suas pessoas: "eu ponho-me logo a chorar que nem uma maria madalena", dizia um; "eu agora dou por mim a chorar com todos os livros que leio", respondeu o outro. "ah, mas este filme é muito sentimental", chutava, com alguma falta de jeito (porque desde o Graeme Le Saux que não há registo de um homossexual bom de bola), um terceiro.

E já no fim, o coup de gras, no fim de uma série de exercícios que suponho que tenha sido extenuante para o aqui visado, que incluíram uma série de grunhidos desprovidos de qualquer virilidade e cuja reprodução neste blog poderia afastar os mais sensíveis: "ai, até me faltou o ar agora, bem que o Swayzi (assim mesmo, com o "i" no fim) podia estar aqui para me dar uma mãozinha.". "Seu maluco", ouviu-se algures do banco do supino.

Quando for o "Ghost: O Espírito do Amor", acho que vou para lá mais cedo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fanfarlo



Que coisa boa, acabada de descobrir sem razão especial.

She was a doctor from out of town

He recalls the shape of a woman, a dancing shape, moving to the sound of one of his favourite songs, in a way that gave the impression that she was the only one on the dancefloor of that dim-lit hip club he used to go to (a lot could be said on the reasons that took him there every week, but now is neither the time nor the place to do so - this story is not about him).

Night and spirits were both high and so he thought 'why not?' while he kept getting closer and closer, approaching the shape from her back.

'Hey.', he said, and it looked as though they were long time passion driven lovers - they obviously weren't since he had only seen that shape wandering around that place a few times before.

Nevertheless, he felt confident. Come to think about it, he had no reason not to.
She didn't answer back, pretended not to notice that stranger's voice on her left ear and kept on dancing. He did not take it as a tease; after all, in his head she was all alone dancing with herself. But as you will see, she did notice him. That was exactly why she did not answer at first, as she wanted to enjoy that unexpected voice first before reacting.

He stood there, taking a few sips of his whiskey and dancing to a beat he could not care less about (do not get him wrong though, he was into music. However, for those long minutes his mind was not set on the sound echoing from the speakers). By doing so, the shape lost her vagueness, as he was too close to avoid paying attention to a couple of details that immediately caught his eye: her left hand playing with her hair and the way her right arm strechted every now and then to grab the bottom of her t-shirt. All this she did while dancing at the same time, and he started to feel a dizziness one feels when one's being driven crazy.

A short statement about this character: he had a strange yet understandable resistance to "meant to bes", "meant to happens" and whatnots, but he knew he was going to get that girl tonight. And right he was.

Minutes went by until she slowly but firmly turned to him for no particular reason other than out of curiosity for the carrier of that soothing voice. After she did so, the distance between them was hardly longer than a whisper.

'Hey there sweet stranger, I've been watching you. You look familiar, you know, like someone I'm looking for.', she replied back. 'Let's go.', just like that, out of the blue.
"Let's go". He felt his heart racing when he heard this, but on the outside he looked calm. 'Where to?' he asked, trying to keep his cool.
'That's up to you. I already did my share.'
He laughed. 'And what's your name?'
'That depends on how good you are.', she uttered defyingly to his hear. He laughed once more, this time in a more confident way.

Gone they were, coming across a few waltzing John Does among the crowd on their way out. He was ahead holding her hand but he knew she was leading. 'Because I'm letting her.', he thought.

She was leaving next day, she told him. By the end of the night, let's just skip some horizontal details and say he got to know her real name. Or so he believes. He thinks he'll never see her again. She knows she will. That undisputable knowledge came to her as clearly as clear can get the second she realized the sweet stranger was that specific someone she had been looking for (once again, don't misinterpretate this: she was really looking for a guy, she just didn't know how he looked and thus kept on searching, until that night). How the hell did she find out "the" guy was him? I have no idea, but she knew she had found him. And she was right.

Obama do Biafra



Deu-se ao trabalho de pôr aparelho e tudo, mas aquele corte de cabelo não engana. Primeiro Adu, depois Obama...quem disser que Luís Filipe Vieira não tem visão estratégica é, no mínimo, parvo.

(e nem me venham com conversas que é porque são os dois pretos, porque isso é racismo)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009



Não tens nada a ver com isso, Senhor Turismo de Portugal.

It's going to get massive



Esta cachopa vai abrir o concerto de Massive Attack em Novembro. Mais uma boa razão para comprar o bilhete.

Vota Pereira

Depois de ver as entrevistas aos candidatos às legislativas na diagonal, acho que vou votar no Ricardo Araújo Pereira.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Back to reality II - Holy malária

Supostamente, e para além do já conhecido repelente, há duas maneiras eficazes de evitar a malária, que giram à volta da mesma ideia-base: fazer com que o corpo emane um cheiro que afugente os mosquitos.

A primeira, consiste em tomar doses cavalares de vitamina B; a segunda, recentemente desenvolvida por uma mente iluminada em solo timorense, tomar o mínimo de banho possível. Tal como com a presunção e com a água benta, o mesmo adágio se aplica ao combate à malária: vitamina B e banho, cada um toma o que quer.

Back to reality I

Se por acaso forem ao Sudeste Asiático, não dêem boleia ao troglodita indonésio que vai passar o dia seguinte ao vosso regresso a dar-vos marretadas na cabeça e a cantar, aos vossos ouvidos, o hino indonésio de trás para a frente. Jet lag é só um nome pomposo para a coisa.

Era eu. Now what?

domingo, 13 de setembro de 2009

Regresso

Nao sei como é que me vou re-habituar a deixar de ter o mar como uma das paredes de minha casa. A realidade está a 31 horas de viagem de um paraiso - esperas em aeroportos incluidas - mas, felizmente, a alguns minutos de outro.