quinta-feira, 31 de maio de 2007

Hide and seek


terça-feira, 29 de maio de 2007

MSN

rosé mari +34677262811 diz:
tudo porreiro por esses lados? exultaste com a taça??
alguém diz:
pah mais ou menos, foi giro e tal, jamor e isso
Pedro diz:
mas tb com o 3º lugar no campeonato
alguém diz:
n consola mto
rosé mari +34677262811 diz:
3º n, 2º! deviam ter festejado isso tb...
alguém diz:
lol não, 3º mm, não sabes que reviram a classificação, o puto dos morangos ganhou o campeonato, teve 70 pontos
rosé mari +34677262811 diz:
?? de que é q tas a falar
alguém diz:
não soubeste do puto dos morangos que apanhou tareia numa discoteca?
alguém diz:
70 pontos na cara
rosé mari +34677262811 diz:
LOLOL
rosé mari +34677262811 diz:
genial


Ao nível da mensagem que andou por aí a circular depois do quinanço daquele gajo com nome de personagem dos Flinstones.

Mental note

Word aberto. Hum, uma conversa no msn, não vou ser mal-educado. (10 min depois) Porra Rosé, tens que trabalhar. Alt-tab, de volta ao word, faz-se o título, centra-se o mesmo, uma sensação de cansaço corrói a mente, fora de forma no que ao academismo diz respeito. Onde é que estava o e-mail do Professor?Vamos lá ver...epah pera aí, mails novos do Xico? Vejo só um, assim como quem não quer a coisa, 2 min e depois acabou-se. (10 min mais tarde, com todos os mails do Xico vistos e revistos) Foda-se, o e-mail do professor!...ah, está aqui. Alt-tab, directrizes do trabalho na cabeça, mãos à obra. Espera lá, preciso da lei portuguesa, vou procurá-la. Lei?Lei, rei. Rei, boss. Boss, herói. Herói, Heroes. Ainda não vi o último episódio de Heroes, que falha!Vejo só os primeiros 15 minutos e guardo o resto para o fim do trabalho. (45 min mais tarde) Porra, bom fim, por acaso não estava à espera, mas o Peter tem que estar...ROSÉ, A LEI!Concentra-te pah, tens que fazer isto. Uns quantos alt-tabs e copy pastes depois e está-se pronto para se começar a escrever. Talvez precise de aprofundar um bocado a questão. Abre-se o Google, procura-se o que se quer, há um blog que tem um post sobre o tema. Porreiro, vamos lá ler isto. Pera aí, não conheço este blog, será que vale alguma coisa? (5 min depois, com um não como resposta) O texto seu anormal, vai lá ver os links do post. Links lidos, alt-tab, ideias no sítio, de volta à workstation. Que é que são estas duas moedas aqui ao lado do computador? E se elas começassem a lutar uma contra a outra...se calhar era giro. (3 minutos mais tarde, com a moeda de 5 cêntimos extenuada e a pedir clemência à de 10, que a continuava a encher de porrada como se não houvesse amanhã) CONCENTRA-TE PALHAÇO, senão nunca mais acabas isto. (5 segundos depois) Mas a moeda de 5 cêntimos quer apresentar protesto porque diz que a de 10 tinha níveis de cobre ilegais...TRABALHA!

Lá o fiz, a muito custo, mas fi-lo. 3 páginas, mais umas quantas de anexos, arrancadas a ferro e fogo, e com um esgotamento à vista.

Mental note: Must avoid working in Erasmus at all costs.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Benfica-AEK

19:13 - Emanuel canta "A Portuguesa" em Newark.

Contra os canhões, nós pimba, nós pimba?

Gravíssimo. Ao menos metessem o Tony Carreira. Ou uma gravação. Sim, definitivamente uma gravação.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Antevisão


O concerto vai ser épico. Lovely lady, I would treat you sweetly, adore you. Tenho a certeza que o será, mesmo que o Pavilhão Atlântico não encha, porque grande parte das pessoas que lá vão estar andam há já uns anos à espera da vinda deste senhor à Europa, o que significa que os silêncios vocais serão preenchidos com alguns milhares de gargantas em unísono. You wear nothing but you wear it so well. Quem me conhece sabe que prefiro Dave Matthews com Tim Reynolds, mas de qualquer maneira tenho bastante pena de não poder assistir ao concerto. Oh and you come crash, into me yeah, baby. Resta-me o consolo de saber que vou estar durante o fim-de-semana com o meu pai, dois irmão e cunhados, a ver uma das regiões mais bonitas de Espanha, a Costa Brava, mientras encho o bucho em alguns dos melhores restaurantes da região. I will go in this way and I'll find my own way out. Não toca guitarra o programa, é certo, mas vai ser muito bom.

Em jeito de antevisão do concerto, prevejo o seguinte:

- O Brinho não dorme há duas noites, pelo que se vai apresentar no concerto com umas olheiras maiores que as de um asmático agarrado a cortizona. Não obstante, entrará duas horas antes, e até ao princípio do concerto terá à volta de 5 orgasmos. Que aproveches Brinhoca, que sei que estás maluco!!;

- Assistir-se-à a uma das maiores concentrações de duras dos últimos tempos. Arrisco dizer que o número de duras por m2 será superior ao do Creamfields;

- O Brinho vai ficar grávido -gravidez histérica- no fim do concerto.

Por acaso achei que tinha mais coisas para prever. Vou fazer a mala. Se por acaso der o Crush, agradecia uma chamada. Por solidariedade económica, terei o número português ligado durante o concerto. A todos os que vão, divirtam-se, aproveitem a experiência única que é ter este monstro em Portugal!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

The Champions


O Milan, a fazer lembrar a França do Mundial 98 e do Euro 2000, com uma defesa experiente, três trincos cheios de raça mas que sabem tratar a bola, um virtuoso, um Deus, e um matador, merecia. O futebol inteligente é o mesmo, linhas perto umas das outras, futebol jogado pela zona central, sem no entanto ser afunilado, e contra-ataques mortíferos de 3, 4 unidades máximo. Digo inteligente, e não cínico, como o da Grécia de 2004, porque não abdicam de jogar à bola.

O Liverpool não merecia. Os seus adeptos, talvez. Alec Baldwin merecia, Maldini também. Mas, sobretudo, Káká e Seedorf mereciam. Geniais ao longo de toda a competição, com um entendimento perfeito, cruciais em todos os jogos. A bola de ouro deste ano terá um de dois nomes: Maldini, por reconhecimento, ou Káká, por mérito. Que vá para Káká, que es el puto amo.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Drama queen



Fazes-te melhor do que realmente és, mas és muito melhor do que realmente pensas.

Ilusão de óptica

Repete-se o ritual. Ou pelo menos parece.

O passo pesado, lento, quase burocrático, é o mesmo.

O olhar, alheio como o pensamento, também. Mais seco, talvez. De certeza,

mas quem me viu antes, não me reconheceria.

Não tinha nada a ver.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Ser bom é...

ganhar a Taça da Liga, a Taça de Inglaterra, ficar em 2º na Premier League e ser eliminado injustamente, em penalties, nas meias-finais da Liga dos Campeões, e ter pessoas a considerarem que a época foi um fracasso.

Tiffany Mulheron



Como se ela já não fosse boa o suficiente, ainda tinha que vir com um apelido que proporciona horas e horas de pagode. Do género "tu no Porto ias tar tramada"; ou "é bom ver que fazes jus ao nome"; e ainda "se as tuas filhas forem feias têm de mudar de apelido?". Entre tantas, tantas outras...

Muito obrigado Tiffany Mulheron. É bom poder chamar as boas pelos nomes.

Fogo que não queima

São fogo elas, mas podes brincar à vontade que não te queimas.

Momento de inspiração num táxi.

domingo, 20 de maio de 2007

Talk, talk


O vídeo do youtube com o average rating mais alto. Espectacular.

"E o que é que vieste cá fazer?"

"Vim ver o Benfica ser campeão."

sábado, 19 de maio de 2007

O Chico da Damaia

Faltam-lhe 2 dentes, compensados com duas argolas, douradas, nas orelhas. A cara está marcada pela vida, e os olhos, por estranho que pareça, têm algo de infantil, duma infância esquecida. Sorri quando fala, mas não sorri de felicidade, sorri com os olhos abertos de loucura, um sorriso que intimida sem precisar de fazer muito por isso. É chamado à conversa, por estar de passagem, porque estamos no Bairro e no Bairro é assim (e porque as cervejas não grandes amigas da clarividência), para dar a sua opinião sobre marketing, tema que estava a ser alvo de discussão. O marketing é um chamariz, opina ele. E publicidade? Epah, como quem diz já me estão a pedir de mais. Decide ficar, decidimos deixá-lo ficar, já que o tínhamos convocado para tão acesa discussão.

Passado algum tempo, só estou eu e ele. Do primeiro para o segundo momento não sei como passámos. Como quando se está a ver um dvd em casa que se deixou a meio, e se avança um capítulo porque o capítulo seleccionado afinal não era aquele, é essa a ideia que conservo da passagem da conversa de grupo para o tête a dangereuse tête, ou seja, nenhuma.

Vem da Damaia, ofereceu-me o seu nome, "caso tenhas algum problema já sabes", mas o álcool não me permitiu guardá-lo. Falamos da sua vida. Está na 4ª, ou seria a 5ª?, liberdade condicional, ou "precária", como ele dizia. "Porque é que estiveste preso?", pergunto-lhe, olhos nos olhos, com a intimidade que se tem com um amigo de um amigo que se acaba de conhecer. "Tráfico". "E agora como é que tás?", contraponho, porque a história, a realidade, tão diferente, me interessa, chega a fascinar-me, admito. "Tou bem man, tenho uma mulher, ando mais tranquilo, etc.", para minha surpresa. Tudo o que diz, di-lo aproximando a cara, porque talvez sempre o tenha feito assim, para mostrar que não tem medo de ninguém.

A conversa entra por caminho turvos, difíceis de recordar hoje, que serviram para que eu ganhasse a sua confiança, porque o tratava sem o temor no olhar a que devia estar habituado. "Vamos aí mandar umas 3 ou 4 unhas? Tenho 10 gramas de branca comigo! Da boa man, colombiana!", solta ele a dada altura. Pese embora a sua insistência, Rechazei a oferta, feita com trejeitos de loucura no olhar, brilhante, e mais uma vez no sorriso. "Mas ouve lá, então andas a tentar endireitar-te e tás para aí a vender coca? Tens uma mulher, e eu sei que não deve ter piada nenhuma para ti arranjares um emprego normal, mas se continuas assim tás a foder não só a tua vida mas a dela também!", decido arriscar, porque há algo de frágil nele que me dá a segurança suficiente para não estar com merdas. "Isto dá muita guita tás a ver, mas tu tás certo, agora tou a deixar de traficar, curto a minha mulher, tou a tentar pôr-me nos eixos, mas leva o seu tempo!", elucida-me com franqueza. Continuamos a falar, sobre isto e aquilo. "Curto bué o teu pensamento, és esclarecido tu man!", diz-me ele. "Obrigado", agradeço-lhe.

A noite caminha para o fim, e despeço-me do Chico da Damaia, chamemos-lhe assim, com um abraço e um "Força aí". Fiz a minha parte, vamos ver se ele faz a dele.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

A verdadeira história


Fez-se luz, acabei de perceber porque é que crescemos. Não tem nada a ver com essas merdas de biologia e medicina, hormonas e outras tretas que tal. Crescemos, meus amigos, porque a dada altura da nossa infância tivemos a infelicidade de ver o Peter Pan, exacto, o gajo que não queria crescer. Parece contraditório? Acompanhem-me então para que vos explique.

Éramos nós putos, preocupados única e exclusivamente em jogar à bola, à apanhada, às escondidas, e entrar em duelos épicos com os nossos micromachines e GI Joes, tomando banho apenas em dias de festa, quando a RTP resolve passar, num domingo à tarde, o Peter Pan.

É-nos transmitida, então, a imagem do puto que não quer crescer, e como é que ele fica? Para sempre num campo de futebol, rodeado de doces e de coca-colas? Ou numa corrida interminável de Mario Kart em que só lhe saem trovões, carapaças encarnadas e coca-colas? Ou talvez numa piscina, com prancha, em que a água não é água, mas sim...coca-cola? Quase. Fica vestido de verde dos pés à cabeça, qual duende do Pai Natal, com um chapéu ridículo, uns leggings emprestados pelo metaleiro de minha casa, umas botas gamadas do armário do Aladino e uma espada de madeira, senhores, de madeira, que não tem mais de 20 cm de comprimento e que se vê claramente que perderia para a bisnaga do nosso vizinho da frente. Como se isto não fosse suficiente, ainda tem que aturar com uma gaja apaixonada por ele, que não mede mais de 10 cm e deita um pó irritante das asas.

Tá bem que o gajo voa, mas foda-se, vestido daquela maneira quem é que ia querer sair de casa? Foi então que, meus caros, aterrorizados por tal futuro, achámos por bem começar a crescer. Faz todo o sentido.

Starry starry night

"E Platão, sabes onde fica?"

Nota: A frase em questão foi proferida a olhar para as estrelas.

Pelos vistos não deixou de ser planeta, simplesmente mudou de nome. Noite gira a de hoje. Futilmente gira, diria. Com direito a uma boa conversa, e outras coisas que se guardam.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

"When people give themselves away, it's by little things."

280; 125

Crescer dá um trabalho do caraças.

Just a thought

Marketing is something invented by men to make people buy things they don't actually need. Not to be confused with publicity, which makes sense, from an informational point-of-view, wherever there is competition. Marketing, on the other hand, relies strictly on costumer deceival. Kinda like publicity's evil twin.

Cheguei a esta conclusão há uns dias, achei por bem pô-la aqui.

terça-feira, 15 de maio de 2007


Muito obrigado Brinho.

domingo, 13 de maio de 2007

Be like Dennis, Wise


É antigo, mas(?) é bom. É um clássico, e faz-me lembrar Barcelona, sobretudo os meus primeiros dias cá, para além de que tem tudo a ver com este poema:

Desiderata

Go placidly amid the noise and haste,
and remember what peace there may be in silence.
As far as possible without surrender
be on good terms with all persons.
Speak your truth quietly and clearly;
and listen to others,
even the dull and the ignorant;
they too have their story.

Avoid loud and aggressive persons,
they are vexations to the spirit.
If you compare yourself with others,
you may become vain and bitter;
for always there will be greater and lesser persons than yourself.
Enjoy your achievements as well as your plans.

Keep interested in your own career, however humble;
it is a real possession in the changing fortunes of time.
Exercise caution in your business affairs;
for the world is full of trickery.
But let this not blind you to what virtue there is;
many persons strive for high ideals;
and everywhere life is full of heroism.

Be yourself.
Especially, do not feign affection.
Neither be cynical about love;
for in the face of all aridity and disenchantment
it is as perennial as the grass.

Take kindly the counsel of the years,
gracefully surrendering the things of youth.
Nurture strength of spirit to shield you in sudden misfortune.
But do not distress yourself with dark imaginings.
Many fears are born of fatigue and loneliness.
Beyond a wholesome discipline,
be gentle with yourself.

You are a child of the universe,
no less than the trees and the stars;
you have a right to be here.
And whether or not it is clear to you,
no doubt the universe is unfolding as it should.

Therefore be at peace with God,
whatever you conceive Him to be,
and whatever your labors and aspirations,
in the noisy confusion of life keep peace with your soul.

With all its sham, drudgery, and broken dreams,
it is still a beautiful world.
Be cheerful.
Strive to be happy.


Já diziam os UB40, so live the life you love, love the life you live. A big carpe-fucking-diem to yall.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Tabela de conversão

O peso da alma em Barcelona não é 21 gramas, é 20.

La Sombra del Viento III

Caminábamos sin rumbo fijo, más por acostumbrarnos al paso del otro que por llegar a algún sitio. Nos refugiamos en el único tema que teníamos en común, su hermano Tomás. Bea hablaba de él como de un extraño a quien se quiere, pero apenas se conoce. Rehuía mi mirada y sonreía nerviosamente. Sentí que se arrepentía de lo que me había dicho en el claustro de la universidad, que le dolían todavía las palabras que se la comían por dentro.
—Oye, de lo que te he dicho antes —dijo de repente, sin venir a cuento— no le dirás nada a Tomás, ¿verdad?
—Claro que no. A nadie.
Rió nerviosa.
—No sé qué me ha pasado. No te ofendas, pero a veces una se siente más libre de hablarle a un extraño que a la gente que conoce. ¿Por qué será?
Me encogí de hombros.
—Probablemente porque un extraño nos ve como somos, no como quiere creer que somos.
—¿Es eso también de tu amigo Carax?
—No, eso me lo acabo de inventar para impresionarte.
—¿Y cómo me ves tú a mí?
—Como un misterio.
—Ése es el cumplido más raro que me han hecho nunca.
—No es un cumplido. Es una amenaza.
—¿Y eso?
—Los misterios hay que resolverlos, averiguar qué esconden.
—A lo mejor te decepcionas al ver lo que hay dentro.
—A lo mejor me sorprendo. Y tú también.
—Tomás no me había dicho que tuvieses tanta cara dura.
—Es que la poca que tengo, la reservo toda para ti.
—¿Por qué?
Porque me das miedo, pensé.


Último diálogo que ponho aqui do livro. Poderia pôr outras partes que me chamaram igualmente a atenção, mas se o fizesse talvez estragasse o livro a quem ainda não o leu, talvez. Talvez ponha mais uma. Era esta.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

tempus, lato sensu, regit one's actum

does it pay-off? will it? i mean, who's to say it won't happen again? one can't tell for sure. in the other hand, what if it has nothing to do with that and it's just for the sake of having an excuse, while really wanting the opposite? because, you know, there's a kind of excuse one creates mainly, if not exclusively, for oneself, a personal justification if you will, a disguise of a lie. that way one gets to keep the what if, which is always cool. however, something tells me it's not that, it's something stronger, way beyond the self-protection that protects no more than it illudes. i think i know what it is and time, as usual, will tell. if i'm right and if it pays-off, that is. hope so.

Coisas de puto


Vibro à séria cada vez que me atiram qualquer coisa e eu a agarro.

Sobretudo se for pequena.

Se vier com efeito então, assim para o enviesada, é um mimo.

E se o fizer com a mão esquerda, nem se fala.

Sinto-me mesmo um puto, como quando jogava às escondidas, ficava para último, e salvava todos. Mas não digo a ninguém.

Stating the obvious

Vejo uns quantos nicks lagartos no MSN com uma frase dirigida a Simão Sabrosa. Suponho que seja dum cântico qualquer, e diz o seguinte:

"Eu vi o Simão no sexy hot, no sexy hot, a levar no pacote."

Por acaso não repararam, e já que estamos no campo do imaginário - se não estivermos, então aí é bastante pior, para o Simão, e para vocês - posso arriscar à vontade, que ao entoarem o cântico se pode inferir daí sem qualquer problema que se fizeram essa descoberta foi porque andaram a ver pornografia fanchona? Dumbasses.

domingo, 6 de maio de 2007

Frase

The past only haunts us when the present is not strong enough to make us believe in a future.

Gosto de praticar uma frase feita de vez em quando. Esta deve ter nascido lá para as 8 da manhã, não sei porquê, mas tratei de a partilhar na altura para que não me esquecesse dela.

Espectacular



Grande...acordei agora e n tou em condicoes de me meter numa festa trance, acho que me vou cortar. Depois avisa qt é do carro...Abr e divirtam-se!

Depois de uma ligeira insistência, até porque a vontade, neste caso com toques de curiosidade, era mais que muita, acabei por ir, mochila atestada de supplies, rumo ao aeroporto, onde uma Sharan, o nosso tanque de guerra, esperava para nos levar a Pla de Manlleu, terra perdida no Minho da Catalunha. "Procurem qualquer coisa fluorescente, quer dizer que a festa está perto". A fita fluorescente lá apareceu numa estrada de pedra e areia em plena floresta, desconfortável no meio de tanto verde, e ao lado de uma casa de campo que mais parecia ter sido tirada de Ponte de Lima.

O primeiro embate foi traumático: chuva, poucas pessoas, frio. Ficámos no nosso canto, observados por ninguém, porque eles estão noutro mundo, e nós, por opção própria, ainda estávamos à porta, que não havia, mas que decidimos criar por estupidez, ainda que compreensível. "Tou com os meus amigos, temos tudo o que precisamos para sermos felizes (por acaso estávamos bem artilhados), vou mas é curtir", pensamento prontamente extravasado para os restantes e aceite na hora. Não obstante, a entrada naquela dimensão paralela, porque a é verdadeiramente, foi a medo.


E assim ficámos, até que o terreno, já de si inclinado, começou a fazer-nos deslizar para debaixo do pano que fazia as vezes de toldo, e a música a chamar-nos de uma maneira estranha, puxando-nos para perto dela, até que demos por nós no meio da micro-confusão, ao lado de rastas, saídas das cada vez mais cabeças presentes, que davam movimento à música, e de cães, conformados por ali estarem, que procuravam o seu dono perdido num cheiro, numa anarquia em que cada um faz o que quer, como quer.



O descanso de algumas horas, que quase não o foi, graças a um ataque de riso digno de Guiness, foi a droga que nos permitiu aguentar o matinal, como supostamente lhe chamam. O ambiente, mais pesado, mas agressivamente tranquilo, permitiu umas quantas conversas com a Ana, portuguesa que tinha vindo à aventura para Barcelona, e a quem gostaria de agradecer por se ter dado ao trabalho de vir de Zion para falar comigo, e que me explicou o mundo onde vivia, sem no entanto conseguir disfarçar uma reacção de espanto quando à pergunta "E tu, o que é que meteste?", lhe respondi com um "Nada."

E a noite, ou o dia, não acabou sem antes ouvir uma voz, a voz, increíble até na ressaca, e que fez com que a festa acabasse da melhor maneira. Ou quase.

Cheguei cansado, a querer a minha cama como se querem poucas coisas, mas ao mesmo tempo com uma pica inacreditável, até porque tinha batido o recorde de chegada ao piso, 15:28, pulverizando em 28 minutos a marca do metaleiro. Não foi a primeira de muitas festas, porque o ritmo é bastante agressivo, mas foi concerteza a primeira de algumas, porque vale muito a pena.

sábado, 5 de maio de 2007

La sombra del Viento II

—La gente que me conoce sabe que aprecio a Pablo. Mi familia y...
—Pero yo casi soy un extraño —interrumpí—. Y me gustaría oírlo de ti.
—¿Oír el qué?
—Que le quieres de verdad. Que no te casas con él para salir de tu casa,
o para dejar Barcelona y a tu familia lejos, donde no puedan hacerte daño. Que
te vas y no que huyes.
Los ojos le brillaban con lágrimas de rabia.
—No tienes derecho a decirme eso, Daniel. Tú no me conoces.
—Dime que estoy equivocado y me iré. ¿Le quieres? Nos miramos un
largo rato en silencio.
—No lo sé —murmuró por fin—. No lo sé.
—Alguien dijo una vez que en el momento en que te paras a pensar si
quieres a alguien, ya has dejado de quererle para siempre —dije.
Bea buscó la ironía en mi rostro.
—¿Quién dijo eso?
—Un tal Julián Carax.


Acabei o livro há uma semana. Recomendo seriamente, não tanto pela qualidade da escrita, mas pela maneira como o livro nos agarra, género Código da Vinci, mas mais bem escrito. As últimas 150 páginas então, geniais.

e-IQ, or lack thereof

(fim da tarde, conversa no MSN com uma emigrante)

"Realmente até tens umas quantas músicas brasileiras, mas podes sacar isto, isto, e isto."
"Tens de me mandá-las tu, que eu ainda não tenho youtube."


Já agora, o isto, isto e isto era Farofa Carioca (para quem gosta de Seu Jorge e funk, apesar de ele já não ser o vocalista hoje em dia), Zuco 103 (para quem gosta de boa música) e Zézé di Camargo (para quem gosta de música sertaneja).

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O post anterior é como aqueles prémios fidelidade que as empresas decidem oferecer aos seus clientes habituais. Como tal, é normal que newcomers não o percebam. Se estiverem curiosos, aventurem-se no blog, a resposta salvo erro encontra-se algures no mês de Março. Ou talvez Abril.

Mais uma vez, espero que o alvo da chacota não leia isto, até porque a chica era simpática.

Whiskas saquetas?

(num jantar segunda-feira)

"Blah blah blah, blah...blah blah!Blah?"
"Sim, claro."
"Yada. Yada yada, é que como tenho dois gatos, yada yada..."


Silêncio súbito da minha parte. Tom sério na voz.

"Pera lá, disseste que tinhas gatos?"
"Sim, porquê?"
"Mas dois?"
"Sim...porquê?"


Sorriso nos olhos, qual criança que consegue finalmente matar o chefe do Super Mário.

"Nada, nada. Que é que estavas a dizer?"

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Més que una noche

Cheguei a medo. Sento-me, são 7 da tarde, numa esplanada nas costas da Boqueria com sotaque portuense, vinho branco (com gelo) e cervejas. O sotaque, esse, foi conquistado por um gajo que começa a ganhar contornos de grande amigo. A conversa é de circunstância, acompanhada das habituais trocas de galhardetes Lisboa-Porto (no meu caso, genuínos) e daquelas conversas que se têm mas não nos lembramos depois. Fala-se de política, misturam-se umas quantas histórias, e as gargalhadas começam a sair, porque com esta companhia era difícil não o fazer, quanto mais não fosse pelo sotaque com toques, dizia eu, de vimaranense.

Saí com vontade. De ir ver a Champions - mais uma desilusão futebolística - e de voltar a juntar-me a esta malta, que continuou a dar o barulho que faltava à Boqueria, silenciada pelo feriado, enquanto me afastava de bicicleta, rumo à Gracia.

O suposto ponto de encontro com eles, depois do jogo, era a Cerveseria Catalana, que não o foi, dando lugar à Ciutat Comdal, onde mais uma vez fui recebido ao som de uns quantos oube lá. Agora já sabia ao que ia, e queria ir. A conversa começava a ser mais aberta, e as histórias mantinham-se, quase sempre com a mesma protagonista, uma gaja, desculpa, mulher, cuja sinceridade é hilariante.

Baixámos a Rambla da Catalunya, rumo à que é conhecida, a própria da Rambla, e mergulhámos no Raval. Mais cerveja, mais conversa, e claro está, mais histórias e muito pagode. Next stop, Moog, conhecido das primeiras noites em Barcelona, e que nos recebeu com o electro, bom, do costume. "É a minha discoteca preferida", mais uma surpresa no meio de tantas.

"E o after, é aonde?". Em minha casa, obviamente. Mais uma Rambla, a do Raval, nao sem antes termos sido ameaçados por dois travestis, ou talvez transexuais (duas coisas, pronto), na outra, exacto, a que é conhecida, tudo porque estávamos dispostos a abdicar de uma das 12 cervejas, que o nosso paki de ocasião levava alegremente na mão, a troco de uns miseros" 3 euros.

Despedimo-nos do Raval, entrámos em Sant Antoni, e a conversa começou a vir cá de dentro, intercalada com uma discussão sobre La Sombra del Viento. "Eu vivia aqui!", diz uma delas, a que tem um apelido ainda mais estranho que o meu, dona de um sorriso espectacular. Os seus olhos começaram-se a lembrar de tudo o que Barcelona lhe tinha proporcionado durante um ano, e as lágrimas, ao contrário das do restaurante, são verdadeiras, de saudade. Vejo-me ao espelho do meu fim de Erasmus, e só peço que tenha a mesma reacção no dia em que voltar a este bairro, porque vai querer dizer que isto tudo foi de puta madre. Mas sem chorar, que isso é coisa de gajas.

Chegados a casa, acostumada que está a entradas aleatórias de desconhecidos a altas horas da manhã, continuou a dormir enquanto nos instalávamos no meu quarto para dar largas áquelas conversas metafisicas que sao companheiras de guerra habituais do álcool e dos fins de noite. E assim ficamos, até que o cansaço começou a tomar conta de nos, arrastando-os, a eles, para a rua, e a mim, para a cama.

Confesso que o Porto subiu um bocadinho na minha consideraçao. Um bocadinho grande, vá.

A diferença entre um te e um vos é muito maior do que se pode pensar.