domingo, 6 de maio de 2007

Espectacular



Grande...acordei agora e n tou em condicoes de me meter numa festa trance, acho que me vou cortar. Depois avisa qt é do carro...Abr e divirtam-se!

Depois de uma ligeira insistência, até porque a vontade, neste caso com toques de curiosidade, era mais que muita, acabei por ir, mochila atestada de supplies, rumo ao aeroporto, onde uma Sharan, o nosso tanque de guerra, esperava para nos levar a Pla de Manlleu, terra perdida no Minho da Catalunha. "Procurem qualquer coisa fluorescente, quer dizer que a festa está perto". A fita fluorescente lá apareceu numa estrada de pedra e areia em plena floresta, desconfortável no meio de tanto verde, e ao lado de uma casa de campo que mais parecia ter sido tirada de Ponte de Lima.

O primeiro embate foi traumático: chuva, poucas pessoas, frio. Ficámos no nosso canto, observados por ninguém, porque eles estão noutro mundo, e nós, por opção própria, ainda estávamos à porta, que não havia, mas que decidimos criar por estupidez, ainda que compreensível. "Tou com os meus amigos, temos tudo o que precisamos para sermos felizes (por acaso estávamos bem artilhados), vou mas é curtir", pensamento prontamente extravasado para os restantes e aceite na hora. Não obstante, a entrada naquela dimensão paralela, porque a é verdadeiramente, foi a medo.


E assim ficámos, até que o terreno, já de si inclinado, começou a fazer-nos deslizar para debaixo do pano que fazia as vezes de toldo, e a música a chamar-nos de uma maneira estranha, puxando-nos para perto dela, até que demos por nós no meio da micro-confusão, ao lado de rastas, saídas das cada vez mais cabeças presentes, que davam movimento à música, e de cães, conformados por ali estarem, que procuravam o seu dono perdido num cheiro, numa anarquia em que cada um faz o que quer, como quer.



O descanso de algumas horas, que quase não o foi, graças a um ataque de riso digno de Guiness, foi a droga que nos permitiu aguentar o matinal, como supostamente lhe chamam. O ambiente, mais pesado, mas agressivamente tranquilo, permitiu umas quantas conversas com a Ana, portuguesa que tinha vindo à aventura para Barcelona, e a quem gostaria de agradecer por se ter dado ao trabalho de vir de Zion para falar comigo, e que me explicou o mundo onde vivia, sem no entanto conseguir disfarçar uma reacção de espanto quando à pergunta "E tu, o que é que meteste?", lhe respondi com um "Nada."

E a noite, ou o dia, não acabou sem antes ouvir uma voz, a voz, increíble até na ressaca, e que fez com que a festa acabasse da melhor maneira. Ou quase.

Cheguei cansado, a querer a minha cama como se querem poucas coisas, mas ao mesmo tempo com uma pica inacreditável, até porque tinha batido o recorde de chegada ao piso, 15:28, pulverizando em 28 minutos a marca do metaleiro. Não foi a primeira de muitas festas, porque o ritmo é bastante agressivo, mas foi concerteza a primeira de algumas, porque vale muito a pena.

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