Corrupio de entrevistas. Parece uma dança minhota, todos rodam e vão mudando de par ao som de uma voz de comando que, neste caso, vem não se sabe bem de onde, mas é tão forte, presente e audível como a outra, com a diferença de que nesta roda, a das entrevistas, para além da dita voz, há outras, muitas, vozes que não se cansam de aconselhar recomendar contestar apoiar dissuadir, sem talvez saber que com isso mais não fazem do que perturbar o ritmo e a ordem do bailarico, porque a voz de comando é, no fundo, a que manda na roda. Evoca em mim, de forma automática, a vaca de fogo, com um homem a guiar. Os putos fogem, sortudos, mas eu não. Yeats disse, "nos sonhos começa a responsabilidade". Razão tinhas, sonhar é giro, mas cansa. Sobretudo quando ninguém nos ensinou a dançar.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Voz de comando
Publicada por rosé mari às 13:18
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2 comentários:
Pa muito muito bom. Tudo, o tema, as imagens, a analogia, a danca (que qusae me faz levantar os pes do chao)
excelente texto, revejo-me inteiramente nele e acho-o uma maravilhosa perola literaria.
muito obrigado, enches-me o ego pah!
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