segunda-feira, 2 de abril de 2007

Discussões


"Lembras-te a que propósito é que a viabilidade dos carros híbridos tem a ver com a necessidade que sentimos de ter regras e viver em sociedade?"
"Sinceramente não, tou completamente perdido, como é que fomos lá dar?"
"Não faço a mínima ideia."
"Bora começar de novo?"
"Bora."

O giro das discussões é ficar de fora a vê-las.

Aliás, poucas coisas me deram tanto gozo nos últimos tempos como assistir aos infindáveis debates de amigos sobre o aborto, mais concretamente aos saltos de raciocínio que invariavelmente aconteciam, e que levavam a conversa a entrar por assuntos completamente diferentes e em que na maioria dos casos nenhum dos participantes está completamente à vontade. Daí até à especulação -de valores, datas ou acontecimentos- para fazer valer uma posição, é um passo curtíssimo e dado quase sempre de forma rápida.

Gosto sobretudo daquelas pessoas que não discutem, baralham a outra pessoa com argumentos completamente desconexos, e que conseguem saltar do aborto para a necessidade que um país tem de ter fronteiras como se nada fosse, estabelecendo uma ligação mágica que lhes dá toda a razão, até que chega uma altura em que ninguém sabe a quantas anda.

Em quase todas as discussões que temos, se a meio da mesma tivéssemos a coragem e a humildade para parar e dizer "e se começássemos outra vez mas this time sticking to the subject", ia ser muito mais rentável. Contudo, muito menos divertido para pessoas como eu, que gostam é de estar caladas e ir absorvendo aquilo que se aproveita, enquanto se riem para dentro.

posted @ 5:20 (fui comer que tinha fome)

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