sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Abort, Retry, Ignore?

Esqueci-me do que ia dizer. É tarde, tenho essa desculpa. Ah, já sei. E até me lembrei do título, sempre se poupa tempo.

A grande vantagem do referendo sobre a despenalização do aborto é que ninguém fala da Economia do país há dois meses. Bravo, Sócrates. E o mais giro é que as discussões não só entretêm os intervenientes, como todos aqueles que assistem à troca de ideias, tamanha é a facilidade com que se salta de um argumento para o outro.

Mais engraçado ainda é ver que, num assunto tão polémico e que mexe como talvez nenhum outro o faça com as concepções pessoais de cada um, onde nenhuma das posições é absolutamente defensável, todos se arrogam donos da verdade e tentam, de uma forma no mínimo intransigente, convencer a parte oposta a mudar completamente a sua visão sobre um assunto tão delicado.

Eu vou votar NÃO, mas tenho dúvidas, claro que tenho. E porquê?Porque no voto não podem pesar apenas as motivações pessoais. O voto tem de ter em conta não só as implicações sociais desta mudança, mas também as razões de Direito e de Estado que fundamentam esta vontade, óbvia para uns, absurda para outros, de querer alterar o regime relativo ao aborto.

E assim de repente é isto, vou dormir que já se faz tarde. Proporcionou-se uma noite do caralho, mas Anthony Rother prometia mais. Este é o primeiro post que não vou rever, pelo menos hoje, amanhã quando acordar logo se vê...

4 comentários:

Pipos disse...

"onde nenhuma das posições é absolutamente defensável"

Não concordo nada com esta tua frase. Para muita gente do NÃO é absolutamente, como acontecerá para o sim.

rosé mari disse...

com a frase que disseste, acabaste de me dar ainda mais razão...a intolerância das duas partes em ouvir os argumentos do lado contrário leva a que o debate não produza ideias nenhumas, it's like flogging a dead horse.

o facto de alguém achar a sua posição inatacável não a torna inatacável, aliás, quando isso acontece normalmente é mau sinal. e isto digo-o sóbrio

Pipos disse...

percebo o que dizes agora, não intrepertei isso dessa forma, mas sim que nenhum dos lados consegue defender o seu lado completamente. percebeste?

Assim, dou-te toda a razão, sóbrio ou não sóbrio.

rosé mari disse...

got it ;)