Esqueci-me do que ia dizer. É tarde, tenho essa desculpa. Ah, já sei. E até me lembrei do título, sempre se poupa tempo.
A grande vantagem do referendo sobre a despenalização do aborto é que ninguém fala da Economia do país há dois meses. Bravo, Sócrates. E o mais giro é que as discussões não só entretêm os intervenientes, como todos aqueles que assistem à troca de ideias, tamanha é a facilidade com que se salta de um argumento para o outro.
Mais engraçado ainda é ver que, num assunto tão polémico e que mexe como talvez nenhum outro o faça com as concepções pessoais de cada um, onde nenhuma das posições é absolutamente defensável, todos se arrogam donos da verdade e tentam, de uma forma no mínimo intransigente, convencer a parte oposta a mudar completamente a sua visão sobre um assunto tão delicado.
Eu vou votar NÃO, mas tenho dúvidas, claro que tenho. E porquê?Porque no voto não podem pesar apenas as motivações pessoais. O voto tem de ter em conta não só as implicações sociais desta mudança, mas também as razões de Direito e de Estado que fundamentam esta vontade, óbvia para uns, absurda para outros, de querer alterar o regime relativo ao aborto.
E assim de repente é isto, vou dormir que já se faz tarde. Proporcionou-se uma noite do caralho, mas Anthony Rother prometia mais. Este é o primeiro post que não vou rever, pelo menos hoje, amanhã quando acordar logo se vê...
sexta-feira, 19 de janeiro de 2007
Abort, Retry, Ignore?
Publicada por rosé mari às 08:04
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4 comentários:
"onde nenhuma das posições é absolutamente defensável"
Não concordo nada com esta tua frase. Para muita gente do NÃO é absolutamente, como acontecerá para o sim.
com a frase que disseste, acabaste de me dar ainda mais razão...a intolerância das duas partes em ouvir os argumentos do lado contrário leva a que o debate não produza ideias nenhumas, it's like flogging a dead horse.
o facto de alguém achar a sua posição inatacável não a torna inatacável, aliás, quando isso acontece normalmente é mau sinal. e isto digo-o sóbrio
percebo o que dizes agora, não intrepertei isso dessa forma, mas sim que nenhum dos lados consegue defender o seu lado completamente. percebeste?
Assim, dou-te toda a razão, sóbrio ou não sóbrio.
got it ;)
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