Deus,
Quando eu era puto tinha cabelo liso. Uma vez a minha empregada disse-me que quando eu era mais novo gozava com os meninos pretos que via na rua, apontava-lhes o dedo e dizia que eles eram pretos a rir-me.
Foi por isso que, com o passar dos anos, transformaste o meu belíssimo cabelo liso numa não menos atraente carapinha? É que se foi, avisa-me sff, não me apetece muito daqui a uns anos começar a cheirar a caril; ou ter uma vontade incontrolável de abrir uma loja para vender todo o tipo de bugigangas que não servem para nada.
Faças o que fizeres, peço-Te é que nunca me despertes o desejo de ir para o pé dos sinais da Castilho de balde e limpa-vidros na mão, tal como Te peço que nunca me faças desenhar corações num dos vidros do carro quando o condutor não me der nada.
Obrigado.
segunda-feira, 24 de abril de 2006
Carta aberta a Deus (a propósito do post anterior)
Publicada por rosé mari às 20:34
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3 comentários:
Não tens hipotese. o gajo do post anterior és tu daqui a 15 anos!
Caro Zé Maria,
não percebo o enfado. Fica-lhe tão bem o ar das ilhas...
cumps.
mto bom
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