terça-feira, 28 de julho de 2009

Bu

You know something's wrong, or really right, when a box of smarties means the world to you. jai freaking ho.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

And unto shit salt thou return?

escatologia
s. f.
1. Tratado acerca dos excrementos.

2. Teol. catól. Pretensa ciência das coisas que hão-de suceder depois do fim do mundo.

Das homonomias mais sórdidas e preocupantes que por aí andam.

Sabes pouco oh praticamente careca

Actividade do Bairro Alto cai 70% com horário nocturno

É fazer uma interpretação extensiva do Bairro Alto, de forma a açambarcar o Solar, que fica tudo na mesma. É ou não é, Xôr Velez?

quinta-feira, 23 de julho de 2009



Aqui está ele, for ease of picturing. Verdade seja dita, foi uma belíssima lambada, inteiramente merecida, misericordiosa até - no estado em que estava, it would have had been a walk in the park for Joao Pinto. Voltaria a fazer a mesma coisa? Claro.

João Pinto à la madeixa

Nos próximos dias, quando andarem a vaguear, macambúzios, por Lisboa, sem razão para esboçarem um sorriso, procurem um dos inúmeros anúncios da Vodafone que agora invadiram a cidade, de slogan "Levem-lhes tudo" (ou algo do género), e olhem para o rapazote loiro, de tronco nu, que está no meio.

Olhem bem para ele, e visualizem a manápula desse menino - que à data envergava uma t-shirt justinha de leopardo - a vir direita à minha cara, depois de eu o ter chamado, sensivelmente 10 vezes, de João Pinto com madeixas. E se isto não vos chegar, imaginem-me a fazer uma rotação de 90 graus com a cara, e mais outra para voltar ao sítio original, para dizer a seguinte frase: "Se queres bater, bate como um homem, João Pinto".

De nada. Só não quero é ver-vos tristes.

Primo il cinema, dopo il paradiso



- Toto, e agora?
- Agora, aspettas.
- Espeto? Isso não é un picolo strano?
- Aspettas, stupido. You waiti.
- Va bene. Grazie Toto.
- Prego, Giuseppe.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A good morning song



A dream of togetherness
Turned into a brighter mess
A faint sigh my spoken best
Now, now


Lucky One, música de Au Revoir Simone, conhecidas (demasiado, a meu ver) como as meninas de David Lynch - não é uma coisa má, longe disso, simplesmente pode levar à associação da esquizofrenia do realizador a estas meninas, o que seria sempre uma estupidez, como aliás o é qualquer rótulo apressado.

Não consigo explicar muito bem de que é que gosto no vídeo. Mas que gosto, gosto, e é daqueles casos em que a música ganha com o videoclip. Deve ser porque, afinal de contas, ballet é d'homem.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Benfica 2009/2010

Rui, queres Tu dizer que este ano vai ser qualquer coisa do género:

- Moreira nas redes, Maxi na ala direita, Luisão e David Luiz como zagueiros, Schaffer no corredor esquerdo, Javi García a 6, Ramires como médio-interior direito e Di Maria do lado esquerdo (ou Rúben Amorim, para os jogos mais difíceis, ou ainda - porque não? - El Payaso, com Di Maria a 10), El Payaso a 10, e lá na frente El Conejo y Tacuara?

Joder...agora vamos só tentar manter o mesmo treinador por mais do que um ano?
Só me preocupa isto de estarmos a brincar ao Tottenham no campeonato português, a desbaratar milhões de euros por qualquer jogador contratado, preocupação que, pelos vistos, é partilhada por mais benfiquistas.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Do Verão

(um café qualquer, daqueles cuja música de fundo consiste num contínuo tilintar de chávenas e pires por entre protestos fumegantes de uma cansada máquina de café, e onde o branco das camisas dos empregados se confunde com o amarelo dos seus dentes, por oposição ao sorriso genuíno e acolhedor com que recebem os clientes. No ar, cheira a folhados, a guardanapos de papel translúcidos e ao «salgado» da praxe)


- Boa tarde, amigo.
- Boa tarde, Rosé Mari. Então o que é vai ser?
- Vai ser um bocado de Verão, mas dos clarinhos faxavôr. Esse não; sim, esse, exactamente, o de Vila Nova. E dê-me também umas quantas marés vazias ao fim da tarde, aquela irresponsabilidade de quem sabe que o tempo é a prisão dos cinzentos, e meia dúzia de pores-do-sol que dão vontade de, já lá em cima a ir embora, largar tudo, tirar a t-shirt e voltar para só mais um mergulho.
- Aqui está. Mais alguma coisa? Estamos com larica hoje.
- Sim. O que é que tem de ressacas?
- Ressacas? Sou capaz de ter aqui alguma coisa, mas olhe que o Rosé Maria não se dá muito bem com isso.
- Eu sei, mas dê-me uma ou outra, para que aquele primeiro banho de mar me saiba pela vida e me faça perder uma tarde preguiçosa a pensar nas propriedades curativas da água salgada num corpo ressacado.
- O Rosé Mari é que sabe. Mais alguma coisa?
- Sim. Arranje-me aí uns fins de noite nos quais qualquer tipo de racionalidade tenha ido dormir por volta das quatro da manhã, e que valham não só por si mesmos mas também pelas gargalhadas reconstrutivas do dia seguinte.
- Eh valente. É tudo?
- Sim, já chega...pensando bem, não. Dê-me também aqueles pagodes dos jantares intermináveis - mas tão curtos! - no alpendre, o dobro da cerveja que achar suficiente, os meus amigos, uns brown eyes, e já agora qualquer coisa que ajude a disfarçar a cara de parvo com que me vou passear durante esses dias.
- Irra. Se calhar ficamos por aqui?
- Acho que não. O que é que tem de acampamentos, de idas aos Aivados para ir ver as minhas princesas, de enxovalhos na Mabi, de momentos no canal, esse fiel companheiro em todas as horas do dia, e de bidos, uns atrás dos outros, porque toda a gente quer e vai ser campeão do Mundo?
- Sou capaz de ter qualquer coisa. Algo más? - Javier Ponce, o empregado de balcão, era de origem galega, daí os espanholismos.
- Um comando, para que os dias em Lisboa sejam passados em fast-forward.

domingo, 19 de julho de 2009

Instead of seeking new landscapes, develop new eyes

Le véritable voyage de découverte ne consiste pas à chercher de nouveaux paysages, mais à avoir de nouveaux yeux.

Marcel Proust

Se calhar tenho de pensar em começar a ler este menino daqui a uns tempos, apesar de não concordar completamente com a frase. Para mim, a vontade de procurar novas paisagens deve existir sempre, mas não enquanto fuga inconsciente daquelas que já se conhece; ou seja, deve existir simultaneamente com uma capacidade de, quando necessário, desenvolver novos olhos que permitam ver a mesma paisagem de uma maneira diferente, sem nunca, no entanto, abdicar desse direito absoluto a conhecer o mundo por inteiro. Não tenho qualquer tipo de legitimidade para discordar de uma frase de Proust, mas faço-o à mesma: para mim, faria - ou fazeria, como alguém disse ontem - mais sentido qualquer coisa do género Before seeking new landscapes, learn how to develop new eyes, diz aqui o badameco.

Vai ser um concerto brutal, não foi?

Giro, o concerto de The Killers. Podia era ter durado um bocado mais do que 2 minutos na minha cabeça.

E gostava de aproveitar para pedir desculpa à senhora dos cachorros, se bem que continuo a achar que quem monta um stand de cachorros no meio de um festival não está lá para vender os ditos, está mas é a pedir para ser maçado. Realmente, há malta para tudo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

I want to meet your morning elegance



Oren Lavie - Her Morning Elegance

Descoberto pelo Vasco. Como o vídeo é inacreditável, e a música também não é nada de se deitar fora, e porque nem toda a gente é amiga do Vasco, ponho isto aqui. Quem não é, devia pensar em sê-lo, é um gajo porreiro, o Vasco. Obrigado Vasco.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Discovery



Esta é a vantagem de ter amigos no facebook que percebem alguma coisa de música. Discovery, projecto composto pelo teclista dos Vampire Weekend e Wes Miles dos Ra Ra Riot. I guess this is what you call indie hip-hop, and I must say, it is quite the groove.

Atentem, como dizia um professor de filosofia que tive, à parte que vai do 1:40 aos 2:15. A música acaba aos dois minutos e qualquer coisa; acho que é de propósito, mas com estes artistas de hoje em dia, you never know. Às tantas, é um período de introspecção, ou coisa co'valha.



Constantino, o que é que tu já andas para aí a fazer?

The so called olympic minimum


Assim de repente, para sábado, para além de um dia de praia, minis com vista para o rio and something else, queria isto:

- Somebody told me
- All these things that I've done
- Smile like you mean it
- Tranquilize
- Human
- Dustland fairytale
- When you were young
- Don't shoot me Santa
- Jenny was a friend of mine
- Neon Tiger
- Read my mind
- I can't stay

"- não acredito que estes gajos não vão tocar o mr. brightside. queres ver que não voltam? merda de concerto, já parece o de the kooks.
- o de the kooks?
- sim. porquê?
- ninguém diz de the kooks. também disseste que gostaste muito de ver os los campesinos?
- o quê, não me digas que tu não gostaste?foi espectacular.

- não é isso, estúpido. dizes os los campesinos?
- digo. porquê? mas não gostaste do concerto? pouças.

- e uma vodka?
- o que é que isso tem a ver? bora mas é buscar uma jola, que a seguir é brandie carlile e eu quero ir lá para a frente.
- ??'bora."
(gritos misturados com palmas)


(1º encore)
- Mr. Brightside
- Spaceman
(2º encore)
- Sam's town
- Romeo and Juliet
- Exitlude (a catarse)
(3º encore)
- Ser Benfiquista

- olha lá, como é que se escreve pouças?
- sei lá. que concerto espectacular.
- qual, o de the kooks, o de los campesinos ou o de the killers?ainda não consigo perceber como é que não gostaste de los campesinos.

Brandon, isto chegava para fazer de mim um gajo bastante feliz. E eu sei em que é que estão a pensar: talvez um 2º encore com três músicas seja um bocado demais.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Os Vinho Tinto


Será?

Alive and kickin'

Então, como é que foi o Optimus Alive?
Festipo brutále.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Del fuego

Head's on fire, everything's on fire.

domingo, 12 de julho de 2009

DMB



Thank you, Mr. Band. Thank you for one of the best, if not the best, concerts of my life. E já agora, se calhar já nem te lembras, mas obrigado por me teres mostrado, de maneira completamente desinteressada, este senhor, há coisa de uns quatro ou cinco anos. "As letras são brutais", disseste. E tinhas toda a razão.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Fenómeno



Que classe inacreditável. Reconhecem o gadelhudo a jogar a central?Arrancou uma exibição galática, a julgar pelo vídeo.

My picks for today

17h00 - 19h00: Gaslight Anthem / Pontos Negros
19h15 - 19h45: Late of the Pier
19h50 - 23h00: The Kooks / Blasted Mechanism (com salto na Optimus discos para ouvir um bocadinho dos coldfinger e a voz de Margarida Pinto) / Placebo (cheirinho)
23h15 - 00h30: Fischerspooner
01h00 - 02h30: Ting Tings

Eu não vou conseguir cumprir isto na íntegra, vou saltar metade de certeza, mas quem tiver a disciplina para o conseguir, vai curtir à grande. Agora toca a trabalhar como se não houvesse nada depois das 18:30.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Flashbacks

Antes de começar, queria só avisar que isto vai acabar de maneira completamente inesperada. Leio Ortega y Gasset, um livro genial deste filósofo espanhol, daqueles em que se vai notar que o li, pela quantidade de frases sublinhadas e cantos de página dobrados. Tenho esse hábito, na vaga esperança que os meus putos sejam menos teimosos e orgulhosos que o futuro pai e encontrem alguma graça nas partes do livro que me marcaram, quando o li.

Já tinha comprado o livro aqui, e dá pelo nome de Estudios sobre el amor. Dirão, com (alguma) razão, que estudar o amor é um ultraje, uma negação total de todos e quaisquer sentimentos românticos; que o amor não se estuda, vive-se, sente-se, sofre-se, descobre-se nos sentidos e não na razão. Mas é exactamente por não se dever estudar o amor que dou mais mérito a quem o consegue fazer, como Ortega y Gasset, dissertando sobre o gajo ao longo de mais de 200 páginas.

Na altura, quando o comecei a ler, parei a meio, porque, confesso, estava a ter algumas dificuldades com o espanhol (a língua, não o senhor José Gasset). Agora, perdido no meio da minha pilha de livros que tenho para ler, fui resgatá-lo. Pois bem, este senhor é apenas e só um génio. É daquelas pessoas que, se fosse preciso, conseguiria apaixonar a mulher mais desejada do mundo com uma conversa sobre semi-condutores, e isto supondo que a mulher mais desejada do mundo não tem qualquer ligação, profissional ou afectiva, aos ditos.

Curiosamente, a re-leitura coincidiu com um facto que, para quem me conhece há já mais algum tempo, assume especial relevância: encontrei o bolo de bolacha perfeito. Já tinha tido essa sensação ("todo amor verdadero (...), nace en coup de foudre y es un flechazo. Poco puede apostarse a un amor que nace lentamente; cuando es plenario surge de un golpe, de tal modo instantáneo y arrollador, que lo primero de que él advierte es un fabuloso, irresistible anonadamiento. (...) El amor a aquella figura imaginaria preexistía ya; solo esperaba una ocasión favorable para dispararse.), mas achei por bem confirmá-la, não fosse o juízo, que se quer o mais possível objectivo, desvirtuado por condicionantes subjectivas. Afinal de contas, afirmar a existência tangível de algo perfeito, pode ser muito perigoso, para não dizer impossível. Kant, por exemplo, era menino para ficar chateado. E ninguém se quer chatear com Kant - não deve ser fácil discutir com ele, sobretudo quando não se fala alemão. No entanto, confirmei hoje que estava certo: quando é, é, e não há volta a dar. Claro que corro o risco de encontrar outro que saiba melhor, se bem que não me parece possível, mas se até os paradigmas mudam, porque não haverá de mudar um simples bolo de bolacha? Não me parece crível, dada a extensão da pesquisa que realizei, but you never know.

Mas qual é a relação que se pode estabelecer entre um livro de Ortega y Gasset e um bolo de bolacha? "São os dois doces". Quem é que foi o panasca que disse isso? Não, não tem nada a ver. Ortega y Gasset afirma que os ideais não são algo de transcendente, que não gravitam acima do mundo terreno, que mais não são do que realidades que nos estimulam e cativam ("diríase que son los ideales cosas ajenas, sublimes, a la vida y que ésta cuando asciende a ellos sale de sí misma y se eleva sobre su modesta órbita natural. No comprenden los que favorecen tal equívoco el daño que hacen a su propio idealismo. (...) La vida (...) es imposible sin ideal, o, dicho de otra manera, el ideal es un órgano constituyente de la vida)"). Pois bem, ao ler isso dei-me conta que, realmente, o bolo de bolacha perfeito pode existir, e existe mesmo. Ergo, não faz sentido continuar a Odisseia, até porque sabe Deus - e mais umas quantas pessoas - a quantidade de bolos de bolacha que varri pelos quatro cantos de Portugal (acho que até no estrangeiro os comi!), ou seja, não cheguei a essa conclusão no dia seguinte a ter começado a Odisseia, o que, convenhamos, até poderia ter acontecido, pese embora carecesse de solidez, quer do ponto de vista prático, quer teórico.

"E onde pára o safado, que eu já estou cheio de curiosidade, uma vez que, apesar de não gostar tanto de bolo de bolacha como tu, Rosé Mari, não digo que não a uma fatia, uma vez ou outra, se não estiver muito cheio?", perguntam. Pois bem, para não variar nestas coisas, no sítio onde menos esperava encontrá-lo, o que mostra também o grau de profundidade e solidez da pesquisa, servindo (espero) como prova de credibilidade que, sim senhor, o gajo bateu muito restaurante, tasca, tasquinha, self-service, café, snack-bar e inclusivamente caterings: na cafetaria da Cruz Vermelha Portuguesa, ali para os lados de Sete Rios, com uma tarde de frigorífico. Podia entrar em grandes descrições, comentando a presença, quase imperceptível, do café, o seu tamanho (ideal), ou ainda a maneira como a manteiga combina com a bolacha maria de forma irrepreensível, mas prefiro não me perder em -íveis, e sugerir que o provem, quando por lá passarem, para verem como eu tenho razão. Eu bem avisei.

Air Jesus



Borra-te.

Curiosidade angustiante dos testes, de confirmar com os sentidos aquilo que a cabeça já percebeu, de tudo, vinda das entranhas.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Le Cool - A guide to Lisbon


Andava a namorar este guia há uns tempos, e se o não tinha comprado antes não tinha sido pelo seu preço, mas antes por se tratar de uma daquelas muitas ideias eternamente presentes, eternamente adiadas. Pois bem, naquele dia, foi o dia.

E chegou ontem, cheio de estilo, como seria de esperar. Para os que, como eu, lêem o Le Cool todas as semanas - e que preciosa ajuda se tem vindo a revelar, já desde o Erasmus que fez comigo em Barcelona -, é quase uma obrigação moral comprar este guia. Contudo, e ao contrário dessas obrigações que satisfazem a moral mas não alimentam os sentidos, este guia é fortíssimo, fonte inesgotável de silêncios activos. Serve também e sobretudo para que não nos esqueçamos que Lisboa é uma cidade deslumbrante, que merece ser devidamente conhecida e explorada. Várias vezes dou por mim a pensar na contradição latente que resulta da vontade que tenho de conhecer outras cidades sem antes ter dedicado um dia inteiro e ininterrupto que fosse a passear por Lisboa. Quelle injustice.

Mais, sou daqueles (muitos?) que nunca foi ao Cristo Rei. Em minha auto-flagelante defesa, também só na segunda vez que estive no Rio de Janeiro é que fui ao Pão de Açúcar. Mas fui. Tenho de ir ao Cristo Rei; e perder um dia a vaguear pela Mouraria; outro por Alfama; e outro no Dolce Vita Tejo. Diz que há uns arrastões que é um mimo, até dá para a carreirinha.

Encomendem, que vale a pena.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O rapaz mais ebúrneo que por aí anda



É impressionante como 10 m2 e uma montra chegam para fazer tanta gente feliz. A música, com letra e melhor qualidade, pode ser ouvida aqui. Se calhar, até é aconselhável ouvi-la primeiro. É tipo brutále. E o facto de ser um "cover" de uma música dos Daft Punk não lhes retira mérito algum, au contraire.

domingo, 5 de julho de 2009

Peter, thank you for coming


Confesso que era dos que achava que a final ia ser um walk in the park para Federer. Esteve longe de o ser, muito por culpa do surpreendente (?) jogo de fundo de Roddick, que arrancou ainda uma meia dúzia de passing shots de esquerda ao longo decisivas e impressionantes. Alguns dirão que a vitória de Federer se fica sobretudo a dever ao seu serviço esmagador - terão eventualmente razão. Já eu, prefiro pensar, depois de ter visto a final, que Federer quis enublar esta vitória, conferir-lhe algum grau de incerteza, para que a (inédita) conquista do 15.º Grand Slam ficasse para a história como a final de Wimbledon com o maior 5.º set de sempre, para que os do costume não viessem dizer que só fez o que fez porque Nadal está lesionado. No fundo, Federer sempre soube que seria o primeiro a beijar a inocente taça de Wimbledon 2009. No entanto, a dada altura do 5.º set, lá para os 8-8, se não me falha a memória, apercebeu-se que o público começava a duvidar do seu fado, que havia quem ousasse pensar que Roddick era menino para lhe fazer a desfeita, ou que era possível que isso acontecesse. Estava 15-40, salvo erro, com Federer a servir. E foi então que Ele - com 15 Grand Slams merece a deífica maiúscula - achou por bem esclarecer tudo e todos, com um ás seguido de um drive volley, demonstrando de forma clara, e inequívoca, que o campeão, ali, era Ele. Nessa altura, percebi que o sacana tinha tudo planeado desde o princípio.

2009, anunciado por muitos como o ano da queda de Federer, foi afinal o ano da conquista do Grand Slam que lhe faltava e da confirmação que o melhor jogador de ténis de todos os tempos, até à data, dá pelo nome de Roger Alarcão Júdice Federer. Ca granda boss, oh Rogério. E o melhor de tudo, é que esgares de esforço, nem vê-los. Aposto que nem no trono os fazes, patife.

sábado, 4 de julho de 2009

Buddha Machine





Sure, the Buddha Machine is more than a little bit novelty. That's part of its charm. You can have a little pink (or red, or black) box that plays music. You can display it openly. People will ask about it. It's an icebreaker. But what's truly special about it is what FM3 has done with a tiny bit of recording space on a shitty little speaker. It's mesmerizing. It's portable relaxation.


A Buddha Machine costly roughly 1/10 the price of a robust MP3 player. It has no manual, no cables, no DRM or EULA, and certainly has no operating system requirements. A Buddha Machine is a defiant piece of retrograde technology that asks: what is the value of sound? What is worth listening to? The space between sounds, and the accidents that rise from random creativity. The Buddha Machine reminds us how to listen. Every elevator in the world should have their Musak channel replaced with a Buddha Machine. Buy one, take it with you in public, and turn in on in the thick of the crowds. Watch how the world changes.


Link: Amazon


Li sobre este anti-gadget há uns tempos num blog e tinha ficado intrigado, razão pela qual, esta semana, decidi comprá-lo. As citações que retirei de dois sites diferentes ajudam a explicar em que consiste o FM3 Buddha Machine: um anti-ipod, que mais do que um leitor ou transmissor de o que quer que seja, funciona como um statement num mundo em que a música e a tecnologia fluem a uma velocidade assustadora, num mundo onde estamos sempre e cada vez mais à procura daquela música nova (exactamente, essa), quando muitas das vezes deveríamos dar a certas músicas a atenção que elas merecem, porque há músicas que merecem que fiquemos nelas por muito tempo. In a way, este buddha machine funciona como um regresso às origens, envolvendo-nos numa teia de drones simples e repetitivos. É difícil, mesmo para quem, como eu, não vai muito à bola com statements, não simpatizar com esta pequena e elementar caixa chinesa - às vezes, as mais das vezes, as coisas simples são as que melhor sabem.


Ou se calhar sou só eu a tentar justificar os 20 euros que gastei numa caixa cool com sensivelmente quatro minutos de música. Diz que Siddartha Gautama encomendou uma palete, o que ajuda.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Dark was the night



Então não possuam imediatamente este CD: originais de Arcade Fire, Beirut, Andrew Bird, Bon Iver, David Byrne, Cat Power, Dirty Projectors, Feist, José Gonzalez, Iron & Wine, The National ou Spoon - e a lista nem vai a meio. Já para não falar que o khaki e o azul ganga do CD dão um estilo descomunal à coisa. Sinceramente, nem foi pelas músicas, foi mesmo pelo khaki. E pelo azul ganga. Sempre quis ter um CD khaki. Já khaki e azul ganga, achei que era mito, nem sequer me passava pela cabeça. Minto, às vezes passava, mas sempre achei que era areia a mais para a minha discoteca.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pina Bausch



Morreu Pina Bausch, uma das maiores referências da arte contemporânea. Tirando o facto de ser mais um desbloqueador de conversa (então parece que morreu a Pina Bausch?), trata-se de uma perda gigante para o teatro e bailado mundiais. Lembram-se de uma cena, acho que a primeira, fortíssima, do filme Hable con ella, de Almodovar, que não é mais do que um bailado melancólico? Bueno, era protagonizada por esta Senhora, com base no Café Müller, de que falo abaixo. Tive a sorte, o verdadeiro privilégio de assistir por duas vezes a peças por ela encenadas:



Nelken, acho que em 2005, e mesmo com essa idade, lembro-me que a peça me marcou profundamente, pela tragédia, pelo surrealismo, pelo lado cómico que só um génio consegue dar a um bailado repressivo e triste como o da peça.



A outra foi Café Müller, a única (?) peça onde Pina Bausch é simultaneamente coreógrafa e bailarina, que veio a Portugal no ano passado, e que esgotou, não por acaso, em menos de nada. A peça dura menos do que uma hora mas, à semelhança de Nelken, marcou-me indelevelmente. Inspirou Almodovar, Fellini, e certamente muitos outros.

E eu não percebo nada de teatro, muito menos de bailado, que isso para mim é tudo coisa de panisgas, atenção. Mas esta Mulher era um génio.