Há uma grande diferença entre arte e entretenimento. Este distrai, diverte, descansa; aquela, distrai também, mas mais do que isso, ao criar algo de novo, permite uma infinitude de interpretações, e através desse processo criativo obriga-nos também a crescer, a pensar, estimula-nos, chega por vezes a perturbar-nos e a acompanhar por dias o nosso pensamento, enquanto procuramos e batalhamos pela interpretação daquilo que os nossos sentidos presenciaram.
No fundo, o entretenimento distrai os sentidos, enquanto que a arte fá-lo também mas estimula ainda a razão. Não quer isto dizer, acho eu, que aquele seja mau e esta boa; são, isso sim, diferentes, e muitas vezes confundidos e injustamente menosprezados: o entretenimento é tido como fútil e superficial, ao passo que a arte é não raramente considerada pretensiosa, exageradamente intelectual e consequentemente incompreensível.
Nada mais errado. O problema é a tendência que existe para o esquecimento do seu congénere: quer pelo descanso e sensação de languidez que o entretenimento provoca, quer pela adrenalina intelectual causada pela arte, pelo desafio constante em que se traduz, há quem se esqueça que ambos coexistem, e mais, devem coexistir. Um precisa do outro, ou melhor, nós precisamos dos dois, sob pena de nos tornarmos totalmente vazios ou irremediavelmente incompreensíveis.
No fundo, o entretenimento distrai os sentidos, enquanto que a arte fá-lo também mas estimula ainda a razão. Não quer isto dizer, acho eu, que aquele seja mau e esta boa; são, isso sim, diferentes, e muitas vezes confundidos e injustamente menosprezados: o entretenimento é tido como fútil e superficial, ao passo que a arte é não raramente considerada pretensiosa, exageradamente intelectual e consequentemente incompreensível.
Nada mais errado. O problema é a tendência que existe para o esquecimento do seu congénere: quer pelo descanso e sensação de languidez que o entretenimento provoca, quer pela adrenalina intelectual causada pela arte, pelo desafio constante em que se traduz, há quem se esqueça que ambos coexistem, e mais, devem coexistir. Um precisa do outro, ou melhor, nós precisamos dos dois, sob pena de nos tornarmos totalmente vazios ou irremediavelmente incompreensíveis.
2 comentários:
E onde encaixa o "belo" neste teu conceito?
caríssimo,
parece-me que o podes encontrar em ambos. se entenderes que o belo é algo que te agrada aos sentidos e ao espírito - e não necessariamente à razão -, então quer uma forma de entretenimento, quer uma forma de arte, poderão ser belas, pelo menos subjectivamente.
já de um ponto de vista objectivo, isto é, quanto à possibilidade de encontrar algo que seja belo em si mesmo, independentemente das convicções pessoais do observador, também o poderás encontrar em ambos, embora me pareça pouco provável que a beleza no entretenimento vá além do meramente sensorial.
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