quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ricardo, o moscardo

Ninguém acredita, mas tenho um moscardo que decide entrar no meu quarto quase todos os dias a seguir ao almoço. Dá umas voltas, manda duas ou três cacetadas na janela, quatro ou cinco na parede, e lá vai ele outra vez. É o Ricardo. Ricardo, o moscardo. Porque é que é o Ricardo, o moscardo, e não é a Clotilde, a varejeira? Porque é no meu quarto que o Ricardo entra, and for all I care, até podia ser o Wanderlei, o Elefante Larilas. Para além disso, não engana, tem moscardo chapado na tromba e no zumbido Ricardo. Um puro-sangue.

I guess this is as close as I can get to owning a pet for the time being. E o mais giro é quando ele me pousa no ombro e fica assim a zumbir baixinho, bzzt bzzt, a olhar para mim com respeito e admiração enquanto eu lhe acaricio suavemente as antenas com o dedo mindinho. Por acaso nunca fez isso, mas bem que podia fazer. Sabe lá ele a angústia que é para mim imaginar que um dia, depois do almoço, não vai haver zumbido e marradas no vidro, porque resolveu ficar a chafurdar num monte de estrume.

Aí tá o gajo. Ah...foi-se embora. Até amanhã Ricardo. Bzzt para ti também, pequenote. Tá sempre com os copos, o campeão.

1 comentário:

Antonio Gomes disse...

Impacável... É raro dar gargalhadas estridentes, mas desta vez dei-as. e bem merecidas foram. Não sei se ainda com algum vodka da noite passada à mistura (Não tirando protagonismo ao bom humor) mas gostei...