sexta-feira, 28 de março de 2008

Work of newbies

Quem tenha passado pelo binómio Litos/Dulcineia, rapidamente conclui que esta história do Carolina Michaelis foi coisa de amadores.

Fosse o Youtube, e talvez o Pedro Nunes tivesse perdido a few good spoiled teenagers para colégios internos.

terça-feira, 25 de março de 2008

Processo Penal: a quickie



Pinto da Costa vai ser julgado por corrupção desportiva

"Pinto da Costa foi pronunciado? Mas afinal o que é isto? Só agora é que vai ser julgado? Não estava já a ser julgado há não sei quanto tempo? Deve ser por ser figura pública...ou presidente do porto". Sirva um semestre de Processo Penal para alguma coisa, quanto mais não seja ajudar a elucidar amigos, futebolísticos, e não-juristas. Confesso que até há coisa de um ano atrás, isto para mim era quase chinês, mesmo com três anos de curso no bucho, daí estar a escrever isto.

Trocando por míudos, sem citar artigos nem entrar por explicações fastidiosas, quando há um crime, é assim que se processa a coisa:

1- Há uma queixa de A em relação a um crime praticado por Pinto da Costa - doravante PC, queixa essa que leva o Ministério Público a realizar um inquérito. Para quê? Para ver se a queixa tem razão de ser, para não sobrecarregar os tribunais, para evitar uma desnecessária exposição do PC a um julgamento, etc.

2- Findo o inquérito, o MP decide se acusa ou não PC. "Mas pera lá, o MP? Então, a vítima que apresentou queixa, não deveria ser ela a acusar?" A resposta é: mais ou menos. Como o Direito Penal mexe mais acentuadamente com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, o Estado achou por bem salvaguardar uma coisa que se chama "poder de promoção da acção penal", conferindo esse poder ao Ministério Público. Por isso, em regra, quem investiga e acusa é o MP, com a ajuda da polícia. Os particulares, nomeadamente quem apresentou queixa, mas não só, podem-se juntar ao MP, como assistentes do processo. "Então por que é que disseste mais ou menos?". Porque, para além do que disse anteriormente, num tipo de crimes, os crimes particulares, normalmente de pena mais leve, invertem-se as posições: no fim da investigação, quem acusa é o particular, e o MP pode, ou não, apanhar a boleia. Se o MP e/ou o assistente acusarem, e ninguém disser nada, vai directamente para julgamento. Mas pode não ser - e na maioria dos casos não é - bem assim.

3- Entre o inquérito e o julgamento é que isto se torna complicado, para quem não perceba nada disto. E porquê? Porque pode existir uma fase facultativa, chamada fase de instrução, fase de controlo e de debate da decisão do MP - de acusar ou arquivar o processo -, fase essa que pode ter lugar, quer por interesse do tal assistente, quer do arguido, o que foi acusado. Isto, para quê? Mais uma vez, para averiguar da razoabilidade da existência de julgamento, mas também para delimitar aquilo que efectivamente vai ser julgado. E porquê? Porque isto do processo penal em Portugal é regido por uma máxima que cada professor repete, em média, 10 vezes por aula: "quem acusa, não julga", e vice-versa.

4- Havendo essa fase facultativa, de instrução do processo, como foi o caso deste processo do PC (e que é o que acontece na maioria dos casos complicados, porque o assistente não concorda com o MP, e o arguido, a menos que não seja acusado, também não), o juiz, não o do julgamento, mas outro, o de instrução criminal, que também supervisiona o processo na fase de inquérito, decide se o caso vai ou não a julgamento. E como é que faz isso? Através de uma "espécie" de sentença, chamada despacho de pronúncia, ou de não pronúncia, do arguido, conforme entenda que o caso deva, ou não, ir a julgamento.

5- O critério, numa e noutra fase - de inquérito e instrução -, é a da existência, ou não, de indícios suficientes.

6- Só depois é que tem lugar a fase de julgamento propriamente dita, como a maioria das pessoas a conhecem, onde o juiz condena, ou absolve, o PC.

7- Resumindo, e partindo do princípio que há acusação, pronúncia, e sentença condenatória: Queixa -> Inquérito -> Instrução (facultativa) -> Julgamento -> Choça

E isto para quê? Para, meus caros, dizer que se o MP entendeu que existiam indícios suficientes, e o Tribunal de Instrução Criminal também achou que sim senhor, é bem possível, sobretudo num caso com o mediatismo deste, que se venha a fazer história no desporto português. Bem possível, mas não certo. Mas bem possível. Assim espero.

Political activism unveiled


Activista dos RSF - Repórteres Sem Fronteiras

O bom dos bons blogs, e quem diz blogs diz textos, é que, mais do que entreterem/ensinarem/informarem, parece que têm uns quantos pares de asas descartáveis prontas para serem colgadas em mentes mais ousadas, ou, no meu caso, parvas.

Vai daí, ao ler um post crítico em relação à politização dos Jogos Olímpicos, mais precisamente quanto a um eventual boicote dos Jogos, caso as autoridades chinesas não resolvam o dossier Tibete da melhor maneira, post esse, que, aliás, subscrevo inteiramente, cheguei a uma conclusão, para mim bastante óbvia, embora, senão impossível, bastante difícil de alcançar por si só, sem qualquer tipo de launch base: esta pretensão de boicote não é mais do que inveja disfarçada de activismo político.

Pela pinta dos greenpeacers deste mundo, de certeza que eram aqueles que eram gozados em putos na aula de ginástica; que, nos intervalos, ficavam para último nas linhas, lado a lado com o gordo que nem gostava muito de jogar futebol mas era obrigado a estar lá para fazer número.


No fundo, activismo político e desporto de alta competição são altamente incompatíveis, senão mesmo antagónicos, e isto tudo não é mais do que uma revolta maquiavélica, alimentada à custa de uns pequenotes carecas que gostam de se vestir com o equipamento secundário do Benfica de há uns anos, orquestrada por malta que teve o azar de ter dois pés esquerdos.

E as Vanessas Fernandes deste mundo é que se lixam.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Utilitarismo futebolístico

"O Sporting perdeu a Taça da Liga?"
"Perdeu..."
"Eish."
"Mas como?"
"Em penalties."
"Ah. Ninguém diria."

Um dos maiores - senão o melhor, certamente o mais erudito e requintado - enxovalhos de lagartagem que já vi, aqui. Convém já ter ouvido falar de um tal de Jeremy Bentham.

Il Gattopardo

O Leopardo é daqueles livros que obriga um gajo a sair da cama - leio deitado - para ir buscar um lápis e com ele destacar os momentos de genialidade que se sucedem, a uma velocidade e imprevisibilidade tais, que quase podiam tropeçar uns nos outros.

E eu sou preguiçoso.

Sweet Easter ending


"Nada", entre lágrimas, gargalhadas, esconderijos, lo que sea.

Mas nada, nunca é nada.

sábado, 15 de março de 2008

That's the thing


I think on-stage nudity is disgusting, shameful and damaging to all things American. But if I were 22 with a great body, it would be artistic, tasteful, patriotic and a progressive religious experience.

Shelley Winters

sexta-feira, 14 de março de 2008

On piercings II



Se estivesse numa de teoria da conspiração, facilmente associaria a medida do post anterior com esquimós do século XIX, ou com os chacinados Maias e Aztecas. Cala-te, não sejas parvo, mesmo que quisesses, nunca conseguirias associar o PS, piercings, esquimós do século XIX, Maias e Aztecas, it's way out of your league. Eu até nem queria, mas já que me picas, ó ser prepotente e desconfiado das minhas capacidades conspirativas, cá vai:

Lip piercing was a way to define Eskimos' social status until the late nineteenth century. Eskimo boys coming of age received the labret as a symbol of manhood.


Cambaleias já, ignóbil? A ousadia preço tem, desprezível ser de arrogância inexcedível. Pois prepara-te para a machadada final, impiedosa, qual fatality literário:

The tongue is another ancient piercing. In the ancient temples of the Aztecs and Mayans, Shamans and High Priests pierced their tongues as a part of a ritual to communicate with their gods.

Faz todo o sentido: proíbam-se os piercings "bocais", e com eles qualquer forma de intercessão divina, bem como eventuais vontades de emancipação. Trocando por miúdos - literal e figuradamente -, é o PS a brincar ao Neverland, com a Sininho presa.

E se tal teoria quisesse florear, num bom floreado, diga-se, faria acompanhar todo este exercício especulativo da música dos Vampire Weekend, primeira revelação indie - e indie, neste caso, é categorização, no mínimo, limitada - de 2008, "The Kids Don't Stand a Chance".



A devastating backstroke
All the way from France
With shiny, shiny cufflinks
A shirtsleeve to enhance

The pin-striped men of morning
Are coming for to dance
With pure Egyptian cotton
The kids don't stand a chance


Não tou é para isso. Neste momento, estou é mais preocupado por ser a segunda vez que se fala neste blog do Peter Pan. Gravíssimo, e isto sim, a rever.

Wise up*

Partido entregou hoje projecto de lei no Parlamento

PS quer proibir colocação de “piercings” na língua

Por outro lado, o projecto estabelece a proibição da aplicação de piercings, tatuagens e de maquilhagem permanente a menores de 18 anos


e


BARCELONA

Los «piercings» o tatuajes a menores de 16 años requerirán de un permiso paterno

En ella se desaconseja, por el alto riesgo de complicaciones, poner piercing en las zonas de cartílago, en los labios, el pene y en el clítoris, con lo que para los profesionales la obligación de no hacerlos será solo moral.


Sabe a democracia, cheira a democracia, parece democracia, mas vai-se a ver, e não é democracia.

*ou não há nada como uma notícia populista para desviar as atenções das manifestações dos professores

domingo, 9 de março de 2008

The Cure



or the power of encores. Tuga que se preze não descansa enquanto não houver pelo menos um. As palmas, incessantes, são acompanhadas por um "Olha o artista, com a mania que é mais cá gente. Vem aqui, toca e vai-se embora? Mas quem é que o gajo julga que é? Aposto que tá drogado. Esta malta famosa, real...(o músico regressa ao palco) espectáculo, tá'í o gajo! É o maior!"

sábado, 8 de março de 2008

A stroll in the park

So, This is balance.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Cervantes I (on disabilities I)

Tenho dois cegos na minha aula do Cervantes. Um dos meus passatempos preferidos, durante as quase 4 horas que dura a aula, é jogar ao sério com eles. São lixados: ele, refugia-se nuns óculos escuros "à Davids"; ela, dispensa o acessório ocular, atacando antes com um estrabismo de fazer inveja a muito vesgo que por aí anda. Perco sempre.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Do sindicalismo


No outro dia, li um artigo numa dessas coisas gratuitas diárias que das 9 às 9:30 quase que chegam ao estatuto de jornal, para num ápice serem promovidas a lixo-que-caga-a-cidade-toda, artigo esse que versava sobre o sindicalismo, rectius, sobre a sua morte mais do que anunciada.

Vaticinava o autor, em tom meio trocista, o destino trágico reservado para o dito movimento, atirando para o papel esse dado científico que era o facto do filho de Carvalho da Silva trabalhar na PT, e não estar sindicalizado. Sinal dos tempos, dizia ele. Fofoquices sindicalistas aside, tenho ideia que apontava algumas razões, bem esgalhadas, merecedoras de um "epah sim senhor, realmente", como a globalização - essa madrasta que tudo justifica -, o individualismo, e a existência de cada vez mais trabalhadores sem contrato, entre outras, que presidiam a este requiem sindicalista.

Fico contente. Detesto sindicatos, greves, manifestações e outras desculpas para não trabalhar que tal, enfim, tudo o que envolva bonés, t-shirts, bandeiras bandeirinhas bandeiretas, crachás, camionetas e megafones espalhados nas ruas ao pé de minha casa. Tenho uma certa curiosidade em saber quem financia todo esse aparato manifestativo, curiosidade essa que esbarra, por enquanto, com uma enorme falta de paciência para investigar. Alguém me esclarece?

Quanto aos argumentos invocados, concordo, em parte, com eles (e com ele). Parece-me que o sindicalismo continua a (sobre)viver sustentado pela memória do 25 de Abril, memória essa que com o tempo se vai tornando mais distante e consequentemente mais frágil: são, na sua maioria, quase sempre os mesmos, cansados da famigerada luta contra a entidade patronal capitalista, mas mais do que isso, acomodados à boa vida que essa mesma luta, por ironia, lhes proporcionou. Esta falta de rotatividade e de sangue novo impossibilitam o aparecimento de novas ideias e a actualização de um - felizmente - desgastado sindicalismo.

Mas ainda existem outras duas razões, não despiciendas: o advento da depilação a laser, e sua generalização na sociedade, aliada aos enormes avanços verificados no campo dos utensílios de barbear - máquinas e gillettes -, bem como o aparecimento de lojas de roupa internacionais, que disponibilizam as últimas tendências da moda a um preço acessível. Com efeito, centenas de homens, mas também mulheres, que até há uns anos se viam obrigados a enveredar pelo sindicalismo, fruto de uma pilosidade facial abundante - seja na forma de bigode, seja de barba farta - e uma enorme tendência para camisas russas aos quadrados, podem agora decidir livremente se querem, ou não, passar os seus dias a defender os interesses dos trabalhadores da Lisnave e da Carris. E, pasme-se, a decisão tem sido: não.

Tanto pugnaram pelo fim da ditadura e pela abertura ao estrangeiro, que lhes saiu o tiro pela culatra, a criação virou-se contra o criador, o que não deixa de ter a sua graça. Benditos sejam, aloé-vera, lâminas de tripla acção e zara, por esta ordem.

Rock bottom tv

Com a devida preparação prévia, ver o telejornal da tvi - small-case letters intended - de uma ponta a outra, pode ser dos exercícios mais revigorantes para a alma que para aí anda. No fundo, é só uma questão de se saber ao que é que se vai. It can't get any lower than that.

Comentadorismo de classe B

(Benfica-Getafe, comentador)

"E o Benfica precisa de Mantorras para dar equilíbrio ao ataque."

Não é por nada, mas o gajo é coxo.

terça-feira, 4 de março de 2008

Rock in Riov



O cartaz do Rock in Rio deste ano faz-me lembrar a equipa da Bulgária depois do campeonato do mundo de 1994: fraquinho, com uns quantos "ovs" e "evs" - mistura de velhas glórias foras de prazo e caras novas sensaboronas - a arrastarem-se dentro de campo, para desilusão do público.

Claro, talvez haja uma mão cheia de nomes que ainda se aproveite, mas não é todos os dias que se tem a oportunidade de estabelecer um paralelismo entre o rock in rio e a saudosa equipa de futebol da Bulgária, e se for preciso fechar ligeiramente os olhos - também não é preciso fechá-los assim tanto, que este ano é bastante medíocre - para que esse milagre comparativo aconteça e todo um momento inolvidável se forme no interior de cada um, so be it.

segunda-feira, 3 de março de 2008

A view from the afternoon



Perseverance in a song. Não tenho o hábito de ir ver videoclips, mas se houver mais como este, vão avisando, que eu gosto.

Noutra nota, não deixa de ser curioso verificar que os membros deste grupo de sheffield são ávidos leitores deste blog. Senão vejamos:

Anticipation has a habit to set you up
For disappointment in evening entertainment but
Tonight there’ll be some love
Tonight there'll be a ruckus yeah, regardless of what's gone before


vs

Dogma Social II

Só não vê quem não quer.

Il Principe è nudo


O único homem de tronco nu que alguma vez verão neste blog. Uma figura incontornável, um dos poucos sobreviventes do amor à camisola. Um génio, fantasista, maestro que conduz a orquestra mas que, a ser necessário - e disso não duvidem!, dará de bom grado uma perninha ao violinista que faltou por estar doente, segurando a batuta com os dentes, se for caso disso, para continuar a orientar os restantes músicos com imaculada destreza e precisão de movimentos. Um virtuoso, que embora ciente da sua responsabilidade enquanto referência de toda uma orquestra, não se deixa deslumbrar com o poder atribuído por decisão que se suspeita divina, mas antes sabe que é tão importante como o carregador do piano, e é por isso que todos o respeitam e o seguem sem hesitar, hipnotizados pela geometria da sua condução, que tem tanto de despretensiosa como de sublime.

Admiro-o quase tanto como o Seal.


(Com certeza notarão que fui parco em elogios; tal contenção é propositada, estou a guardá-los para momento mais marcante, afinal de contas, o jogo de ontem foi uma quase-derrota. Não obstante, já estava na hora de dar um cheirinho do perfume de Rui Manuel)

sábado, 1 de março de 2008

Highly graphical content



Descubram as semelhanças.