sexta-feira, 7 de agosto de 2009

So long, farewell

20h40 - De vestidinho branco e longa casaca colorida, Mallu Magalhães atrai algumas dezenas de espectadores para a frente do palco Planeta Sudoeste/Jogos Santa Casa. Ora de banjo eléctrico, ora de violão e até de melódica, a revelação brasileira confessou aos portugueses que "morria de medo" de tocar no Sudoeste TMN. Não é caso para tanto, até porque o escasso público acarinha a jovem namorada de Marcelo Camelo - tal como Camané, a assistir ao concerto - e as suas canções meigas, num doce balancé entre a indie pop, a folk e a MPB.

22h27 - (...) o palco Planeta Sudoeste preparava-se para receber Marcelo Camelo . (...) A primeira canção pop de rasgos dreamy, "Téo e a Gaivota", é servida por um verdadeiro batalhão de músicos e a voz soturna de Camelo, que lá se vai ouvindo por entre as batidas frenéticas do palco vizinho. O público escasso vai aparecendo a conta-gotas para assistir aos experimentalismos instrumentais que servem de pano de fundo à voz açucarada do músico brasileiro, espraiando-se pelo belíssimo "Mais Tarde". O tropicalismo junta-se à receita musical de Marcelo Camelo em "Menina Bordada" e as ancas vão-se mexendo timidamente, com o público ainda não totalmente convencido. "Quase íamos morrendo duas vezes para estar aqui, mas valeu a pena", exclama a dada altura o cantor.

21h00 - Há caras conhecidas que se cruzam e cumprimentam efusivamente minutos antes de os National entrarem em palco. (...) Apesar de praticamente jogarem em casa, os autores de Alligator sentiam-se na obrigação de compensar o público do Sudoeste pelo trôpego concerto de há dois anos, no palco secundário. "Da última vez que cá estivemos fiz uma figura de urso", confessou Matt Berninger (no original, "I made an ass of myself). "Mas hoje não, hoje até trouxe um fato". (...) Além da boa música (explosiva nas obrigatórias "Abel" ou, a fechar, "Mr November", íntima em "Fake Empire" ou nos inéditos "Vanderlyle Baby" e "Blood Buzz"), os National beneficiaram do carinho emprestado pelo público das primeiras filas. E retribuíram-no: "Available", por exemplo, foi repescada aos primeiros anos da banda para fazer a vontade ao fã Nuno. (...) A despedida, brusca após a descida de Berninger à plateia durante "Mr. November", deixa os mais afoitos a ansiar por (ainda) mais um concerto deste quinteto-maravilha (ampliado em palco com o violinista e teclista Padma Newsome) em Portugal.

23h19 - O espanhol Macaco está neste momento a fazer a festa possível no palco principal. A sua miscelânea de sons latinos faz dançar timidamente um público que já se transforma numa massa compacta frente ao palco (provavelmente à espera da festa dos Buraka Som Sistema).

00h00 - Um ano para os Buraka Som Sistema corresponde, para o comum dos mortais, a dez anos-luz. Na sua terceira passagem pelo Sudoeste TMN, um dos grupos portugueses mais internacionais do momento entrou em palco ao som de "Diamonds Are Forever", de Shirley Bassey, num claro jogo de palavras com o título do seu aclamado álbum de estreia. Evidente de imediato foi o upgrade de sofisticação daquilo que a banda tem, actualmente, a oferecer em palco.

03h15 - A noite no palco Planeta Sudoeste terminou em beleza, com as prestações de duas senhoras de respeito. A primeira a subir ao palco foi a neozelandesa Ladyhawke, e com um alinhamento directo ao assunto acertou na mouche. O poder do rock rodeado de sintetizadores esteve em perfeita consonância com a voz e o cabelo loiro naturalmente desgrenhado de Brown.

Fonte: Blitz.aeiou.pt

Agora, em uníssono, digam todos adeus ao melhor dia do Sudoeste, a menos que Pow Pow Movement, Marcelo D2, Au Revoir Simone e Basement Jaxx decidam puxar dos galões.

1 comentário:

Morales disse...

Marcelo Camelo foi muito bom! Mas é escandaloso o que se passava com a tenda electrónica atrás. O gajo fartou-se de refilar e com toda a razão.

Ainda assim, bom concerto! Intimista (dentro do possível), como se quer este género de concertos.

The National tb foi bom como sempre. Eu, que me contentava apenas com Matt Berninger, delicio-me com um Matt Berninger ébrio e a cair no palco...lol Ah e vi pela primeira vez o "Abel" ao vivo que é a minha música preferida dos gajos.