segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Caminho para a parede


Tenho-me dito que não, que não, por aí não. Ou talvez seja o meu super-ego a falar. That I know better than this, that this road will lead to nowhere, se é que a isto se pode chamar estrada. Prefiro chamar-lhe caminho, no sentido tosco, bruto, aventureiro, do termo. A parede está já ali

onde?

mas eu não a vejo, finjo que não a quero ver, e vou seguindo caminho, ignorando a parede,

qual parede?

porque sei se a encontrar, não será por isso que hei-de parar. As paredes atravessam-se, deitam-se abaixo, contornam-se - desde que com esforço, porque sem ele voltam a aparecer, mais altas e espessas - por isso a parede não é, nunca será, o problema.

então qual é?

É saber se quero seguir caminho, se quero continuar a andar até encontrar a parede. Já dizia o Manuel Cruz, agora pára de fazer sentido, não vês que assim estás a pisar fora da estrada. Neste caso, estás a fazer-me pisar dentro do caminho.
Há alturas na vida em que sabe tão bem ser estúpido.

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