quinta-feira, 18 de outubro de 2007

United Colors of Portugal

Quando uma vitória da selecção é em parte decidida através de um golo de um congolês a passe de um cigano, opções essas tomadas por um treinador brasileiro, julgo que passo a ter oficialmente legitimidade para apelidar de "imbecil" quem continuar sem perceber porque é vibro muito menos com a selecção do que com o Benfica. Apoia-se a selecção por patriotismo, patriotismo esse que não encontra, não consegue encontrar, correspondência num grupo de portugueses do Lidl. Esvazia-se o conceito, e com ele o sofrimento. Veja-se a forma como cantam o hino, ou melhor, não cantam, mais parece que o ditam.

Podem ser luso-congoleses ou luso-ciganos que um gajo não se importa, a multiculturalidade até é bem vinda dentro de um país. Caso não saibam, e arrisco aqui outro dogma social, quanto mais nacionalidades se conseguirem misturar na concepção de uma criança, maior é a probabilidade de ela sair top-model.

Claro que a ratio decidendi dos fulanos é nobre, se formos a ver o Deco e o Pepe não estavam tapados na selecção do Brasil quando pensaram em naturalizar-se, e o Makukula não pediu há FIFA há uns anos para se naturalizar congolês de forma a poder passar a jogar pela respectiva selecção. Só consigo ter pena é do Quaresma, que não tem culpa que o seu povo seja nómada e dedique a sua vida a actividades inúteis. Desculpem, nómada não. O Quaresma não tem culpa que o seu povo "goste de viajar, só o fazendo aliás por estarem incumbidos, através de desígnio superior, de levar aos quatro cantos do mundo essa forma superior de cultura que é o circo de baixa-gama, juntamente com a arte milenar de limpar vidros de carros parados no trânsito e vender pacotes de lenços", assim é que é. Não vamos entrar pelo caminho do racismo, que não vale a pena.

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