segunda-feira, 16 de julho de 2007

Vila Nova

Fui para o melhor sítio do mundo durante 15 dias. Hasta luego.

domingo, 15 de julho de 2007

Nunca algo tão raro serviu de tão pouco

Fui votar às 8:15 da manhã. Varri-vos a todos, no que ao exercício do direito de voto diz respeito. Espectacular.

Será que é um bom saca-gajas? "Uau, tu és mesmo um cidadão exemplar", diriam elas.

Xaile...ainda bem


São 7:30 da manhã, começa-me a entrar um sol tímido pela janela, e o quarto ganha contornos de dia. Devia estar na cama. Não estou. E ainda bem. Ainda bem que, às 7 da manhã, lembrei-me de ligar a televisão -coisa que nunca faço- adormecida na SIC Radical, e vir por aí abaixo, até que passei pelo 5, da SIC Notícias. O que é isto?. Passei, e parei, que havia qualquer coisa que me acordou no que estava a ver, tarefa hercúlea e digna de registo só por si, se tivermos em conta o sono que me conquistava a passos largos. Se me conseguiu acordar assim tão rápido, tem de valer a pena, que a vontade de ir dormir, e não a alma, não era pequena.


Xaile é música do fundo do nosso coração que, depois de naufragar numa longa saudade, volta cheio de coisas novas para contar e cantar: canções originais com propostas sonoras e cénicas vindas de cá de dentro de todos nós, sentidas e cantadas em português.


Música étnica, com raízes de música popular portuguesa plantadas na terra dos dias de hoje (já tás a parecer um crítico musical Rosé). Com 3 vozes que se completam, que se envolvem, de uma maneira simplesmente fantástica, quase mística. Com uma batida diferente, como diriam os Bossacucanova, retirada dos quatro cantos do mundo. Com movimentos, e olhares, hipnotizantes. Com uma Mulher que respira, transpira, sensualidade.


Que venha um concerto rapidamente, que isto é realmente bom. Não engana. E que voz, que olhos, que atitude, a da Mulher. Merece um foda-se, daqueles que vêm cá de dentro, carregados no f. Ainda estou a digerir. E ainda, bem, que liguei a televisão.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

La Marca


ou o post sobre barbeiros, e não só, para quem não tem headphones

Há coisas que não se escolhem. Vêm para ficar, qual cicatriz, se de ferida se tratar. Como o nosso barbeiro. O barbeiro? Ias puxar para o coração e falas-me de barbeiros? Já vais ver. Tá bem. Há poucos dogmas, na vida de um homem, como o que estabelece "não mudarás de barbeiro". Da água, daquela água, podes beber, mas de barbeiro não mudas que te fodes. Os nossos pais não devem ter tido noção das consequências que tem a escolha de um barbeiro. Eu, se fosse meu pai, faria um levantamento de todos os barbeiros de Lisboa, com visitas in loco para averiguar Da Lavagem, Do Corte, e Da Conversa de Barbeiro, sobretudo o último, com especial enfoque na CEPFPPT, Capacidade de Enunciar Problemas do Futebol Português Por Tesourada. Catchy, a sigla, não é? Mais fácil que IPPAR e EPUL, seguro. Ssépefepete. A primeira tesourada que ceifa o nosso couro cabeludo é a caneta do barbeiro, assinatura dum contrato vitalício que nos une a ele num vínculo insolúvel. Clac, clac. Por acaso não sei se as tesouras fazem clac, mas o txec, primeiro som que me veio à cabeça, precisava de sofrer um processo de masculinização. Lembrei-me disto no outro dia. Vou-vos contar um segredo, lembrei-me porque dei por mim a ponderar experimentar um barbeiro diferente em Lisboa, pensamento esse, que após 7 pares de chapadas auto-infrigidas, se esvaneceu envergonhado da sua ousadia. Merdas do gajo, vem de Erasmus com aquela atitude toda do "abre os horizontes, varia de sítios", e tem logo a mania que é campeão e pode perpetrar traições desta índole. Vai-se a ver e queria ir a um cabeleireiro. Isto devia dar para italizar o itálico, género parêntesis rectos da formatação de letra. Mas isso agora não interessa nada. Por falar nesta frase, já viram a Teresa Guilherme naquela telenovela nova da SIC (que tem um gajo que mais parece o Zorro de Albufeira)? É que é impossível vê-la na televisão sem estar constantemente à espera que ela pergunte ao Telmo se o forte da Célia tem ou não crocodilos à volta. Não se troca de barbeiro, não sei porquê mas não se troca. A regra do indicativo telefónico aplica-se a título excepcional, no caso de manifesta impossibilidade de se deslocar à terra natal para ficar com aquela cara de parvo que quem acaba de cortar o cabelo sabe fazer melhor que ninguém. Fiquei traumatizado das vezes que o Paulo, meu barbeiro, não me cortou o cabelo, talvez por sentir a ausência daqueles "hum hum"s que aquecem as minhas dissertações futebolísticas, que as fazem sentir ouvidas, mas que no fundo não passa dum "hum hum" que já está ouvir a mesma história pela 5ª vez nesse dia -corto o cabelo à tarde- representando, no entanto, o papel do "hum hum" interessado na perfeição, tipo puta das interjeições. O barbeiro não se questiona, nem sequer se procura saber se há alguém melhor ou mesmo se o que temos é mau. Há o amor eterno, e logo a seguir vem a relação que um homem estabelece com o seu barbeiro. Até que a morte nos separe. É que há coisas assim, sem que nos apercebamos disso, que nos marcam. Mas só é ferida caso se queira. Agora que penso nisso, o meu barbeiro tem um bocado o cabelo à foda-se, e eu corto lá. Mas tu tens carapinha, não faz diferença. Parvoíce, estes caracóis precisam de atenção especializada. Hoje comi caracóis na praia, bem bons os gajos. Gosto especialmente de olhá-los olhos nos olhos antes de os comer, enquanto lhes faço uma festinha, com o indicador, nas antenas. Esses gajos é que têm sorte, não precisam de cortar o cabelo. Não houve um dia. Talvez tenha havido, mas só porque a ressaca conseguia ser bastante ciumenta.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Deprimido

Preciso de uma gaja...que me venha fazer a cama, o almoço, e me arrume a casa. A minha empregada foi para casa da minha irmã durante dois dias. Vaca.

terça-feira, 10 de julho de 2007

It's all in the brain

ou o post sobre barbeiros para quem tem headphones



Regras:


  • Fechem os olhos
  • Oiçam com headphones. Caso não os tenham, nem sequer carreguem no play
  • Surpreendam-se

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Cow parade


Isto é só vacas e eu não sou nenhum cowboy.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Breves considerações de (um) Erasmus

(Mais que considerações de Erasmus, são considerações do meu Erasmus.)

Façam-no, mas no 2º semestre, que chegar do período mais ocioso da vossa vida (negá-lo seria ridículo) para aulas é um choque que poucos serão capazes de aguentar.

Escolham uma cidade que vos ofereça tudo, ou uma que vos ofereça pouco, mas que vos permita viajar à volta. Não escolham uma cidade que vos ofereça tudo e vos permita viajar à volta. Ou escolham-na, se o vosso pai for o Abramovic.

Nunca se sentem ao lado de uma miúda que esteja sentada ao pé do mar (se puderem, façam até um desvio).

Não levem uma relação. Ou levem, se "não quiserem" fazer Erasmus (Erasmus é muito mais que isso, mas também é isso), ou se precisarem da desculpa perfeita para acabar com a mesma. Garanto, é infalível. Fazer Erasmus com uma namorada num indicativo telefónico diferente é como ir para a praia, em pleno Verão, de fato de ski vestido: das duas uma, ou se vai tomar banho nu -por dentro, e por fora- ou se fica a torrar ao sol. Contudo, se a relação aguentar sem afrouxar, casem-se o mais rápido possível.

Os metaleiros são uns mansos. Hiperactivos, é verdade, mas não fazem mal a uma mosca.

A superficialidade dos diálogos é um dos obstáculos mais difíceis de se ultrapassar. "Hola, que tal? Bien, y tu? También. De onde eres? Que estudias aquí?". Quem vos der mais que isto, não deixem fugir. No entanto, como quase tudo na vida, it takes two to make a thing go right, ou seja, há-que fazer por isso. Guardem as boas conversas que consigam ter sem ser na vossa língua materna, tal como os intervenientes nas mesmas.

Se conseguirem, vivam numa residência. Não o fiz, e arrependo-me. Aliás, passem um mês na residência, e arranjem uma casa depois. Não a partilhem com um francês, a não ser que queiram viver num esterco, e isto vindo da pessoa que vocês conhecem. Go for zee germans, simpáticos, civilizados e limpos.

Apaixonem-se. Encontrem alguém com quem possam conhecer a cidade, que no fim de tudo vos faça lembrar a mesma, que seja um porto de abrigo no meio da loucura. No fundo, alguém com quem possam partilhar a cidade. Façam-no sem entrar em ilusões de amor eterno, just carpe diem.

Se a fachada do vosso prédio estiver em andaimes, subam pelo menos uma vez por aí até vossa casa.

O pós-Erasmus não tem de ser uma depressão (esta frase parece retirada directamente de um livro terapêutico, foda-se Rosé). A primeira pergunta que toda a gente me fez, desde que cheguei, foi "então, triste/deprimido/na merda/whichever-sad-feeling?". A minha resposta é sempre não. não. não. Quanto mais rápido perceberem que é uma etapa da vossa vida, cuja duração sabem de antemão (logo aí as coisas ficam mais fáceis, porque é mais difícil ficar triste com algo que já sabemos que vai acontecer do que com o que nos apanha de surpresa), mais conseguirão aproveitar ao máximo essa fase, e perceber que Erasmus só acaba para quem quer. Citando uma pessoa, com quem só estive um par de noites em Barcelona, mas cujo blog li por acaso, por sorte, passado uns tempos, "não há maior viagem do que aquela que Erasmus nos leva a fazer dentro de nós". Tudo o que Erasmus vos fez ver, aprender, usem-no daí em diante. Façam da vida um Erasmus contínuo, sempre que possível. Com um ligeiro corte no álcool, por respeito ao fígado. Sair de Erasmus triste é uma estupidez, é sinal que não gostam da vida que levam no dia-a-dia. Well, I'm tired of playing of Dr.Phil.

Cozinhem com alho e bebam muita água.

Em comparação com as outras estudantes do sul da Europa, as portuguesas ganham aos pontos. Já quando se começa a subir no mapa, o caso muda de figura. Outra coisa interessante é que se transformam completamente quando saltam a fronteira, e aí, meus caros, a culpa é nossa. Gajo que come muitas gajas é o maior, gaja que o faça é badalhoca. Consequência? Fora de Portugal, as portuguesas tornam-se umas malucas (comparativamente com o que são em Portugal), o que torna as coisas muito mais divertidas, e honestas. Quando gostam, gostam, quando querem, querem, reduzem-se os jogos e as cabronices, sai toda a gente a ganhar.

E acho que é isto. Muchas gracias a todos. Ha sido de puta madre.

Old thought


E se as tuas palavras fossem mãos que empurram, falarias?