quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Sencillez, paso a paso


Voltas do Cervantes, meio-dia numa Lisboa abençoada pelo sol. Dormiste 6 horas...não dormiste nada, impossível, quem tá com essa pica toda tem de ter dormido pelo menos o dobro. Vens no teu carro, o teu Velly, braço de fora estendido no ar, como que a querer apanhar com a mão um bocado de dia, um bocado deste ar de Verão fora de época que te entra pelos poros adentro.

Como a mão não consegue agarrar, inspiras metade de Lisboa para dentro dos teus pulmões, que os ouvidos estão entretidos. Arrepias caminho, que a fome não se mata com um Toblerone, pacifista por natureza.

Um táxi, vindo da direita, a deixar-te passar? Deve ter reparado. It's hard not to. Dás por ti a pensar, porque sim, e porque sim chega, que não tens limites, que a vida é tua e fazes o que quiseres com ela. The time is now, canta a Roisin. E passar isso do pensamento ao acto, como é que o farás?

O rotineiro barulho do alarme do elevador traz-te cá acima, chave na mão e cá te espera a Verónica, pronta para mais um "Olá menino", mais do que tímido, ensinado pela vida a ser simples. Vês que o almoço é feijão frade com atum e ovo cozido, que tu adoras, e que te faz lembrar a tua avó.

"Verónica, faça-me um favor, pode pegar nestas batatas e fritá-las como se não houvesse amanhã? Sim, o almoço é exactamente o mesmo, mas achei que batatas fritas agora, ao almoço, seria a melhor expressão possível do estado de espírito em que me encontro hoje."

"Tá bem menino"
, responde-te ela com um sorriso no olhar. Também já percebeu. It's hard not to.

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