quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

A moeda ao ar


"Tenho esta moeda desde a República Checa, deve ser um prenúncio, tenho de confiar no destino e fazer moeda ao ar."

"Vais decidir isso assim?"

"Claro, assim tenho alguém para culpar."

"O tempo é sim, o fogo é não."

"Ao contrário, o fogo é sim, o tempo é que é não, porque tempo tens muito."

"Tens razão."


Os dois segundos e uns quantos centésimos que se juntam à contagem sem serem convidados e que preenchem aquele instante, que parecem demorar um ano, a moeda que gira vezes sem conta no ar. Tempo. Fogo. Tempo. Fogo. A moeda que muda de ideias constantemente, despreocupada e desinteressada com o resultado final, como se estivesse a fazer uma coisa de que não gosta, para a qual não foi originalmente concebida, e que como tal não o faz com interesse e empenho, aproveitando sim para utilizar cada volta que dá para provocar quem lança, para que da próxima vez se lembre que ela não está ali para isso, mas sim para pagar um ovezi que ficou por comer, ou um tequilla gold que ainda está à espera no bar para ser pago. Tempo. Fogo.

"Tempo."

Espertalhão este destino, sabe muito, anda cá há muito tempo. Bem jogado.

3 comentários:

Matos disse...

Não sei o q tavas a decidir! Mas sei que essa moeda devia, de facto, ter ficado no seu pais de origem, provavelmente num Desperados em troca de uma deliciosa tequilla gold.

Anónimo disse...

a moeda nem sempre tem razao...

El-Gee disse...

brutal