sábado, 3 de fevereiro de 2007

Estamparente

"Hoje escrevi uma carta ao meu anjo da guarda..."

"E o tio pode saber o que é que escreveu?"

"Pode."

"O que é que dizia então?"

"Gosto muito de ti..."

"Tão querida. Sabe que a Tátá não consegue ver o seu anjo da guarda, mas ele tá sempre ao seu lado..."

"Eu sei tio, é porque ele é estamparente."


Foi mais um dia de despedidas, malas, o saco que não fecha, etc. Tenho a sensação que me ando a despedir das pessoas há 1 semana, parece que domingo é sempre amanhã. Curiosamente, de toda a gente a quem disse adeus, as que me mais me custaram foram as pessoas que provavelmente menos sentirão a minha falta, as filhas da minha irmã Filipa, porque o que querem é brincar e nem sequer ligam ao passar do tempo (a mais velha tem 4 anos). Apesar disso, o pensar que a próxima vez que as vou ver é em Julho, fez com que me apercebesse que vou estar 5 meses afastado desta realidade de Lisboa, de todas as rotinas, sítios, pessoas. E a despedida, que era suposta ser longa, encurtou-se rapidamente. "O tio vai aonde?", diziam elas.

1 comentário:

El-Gee disse...

Gostei disto.

ainda para mais, tenho uma prima pequenina que é a Tátá e por quem tenho o mesmo carinho