sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fala poema

Peguei um papel
e num pedaço de carvão,
sentei-me junto à lareira
com o rabo no chão.

Olhei para o Presépio
e para a árvore de Natal,
veio-me uma alegria,
não sei bem qual.

Comecei a pensar
sobre o que iria escrever,
comecei a pensar
no que lhes iria ler!

Já sei!!! Já sei!!!
- e foi assim que comecei.

Eu tenho ali na mesa
comida quente e fria,
e está Jesus na gruta
de barriga vazia.

Deram-me brinquedos
e coisas para entreter,
e está Jesus na gruta
sem nada p'ra fazer.

Estou eu aqui
com um vestido quentinho,
porque está Jesus na gruta
com um pano fininho?

Eu vivo aqui
nesta casa moderna,
porque vive Jesus
naquela simples caverna?

Estou numa casa
com ar condicionado
e está Jesus na gruta
todo gelado.

Mas porquê?
Porque é que é assim?
Eu tenho tudo bom,
tudo para mim!

Afinal não faço anos,
quem faz é o Menino,
que devia estar bem,
porque é bem pequenino.

Anónimo


Desde há uns dias, o meu poema preferido. Apesar de o Jesus já não viver numa gruta, mas numa vivenda em S. João da Caparica. Bem vistas as coisas, não sei o que é melhor.

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