segunda-feira, 19 de março de 2012

Feist


Não sei se é do espaço, se dos músicos que por lá passam, se de ambos, mas o velhinho Coliseu vai-se assumindo, cada vez mais, como a melhor sala de espectáculos de Lisboa e arredores.

O concerto de ontem não foi excepção. Num registo mais rock do que folk, algo que à primeira se estranhou mas cedo se entranhou, Feist encheu as medidas de todos. Os hits foram aparecendo, uns atrás dos outros, em versões mais encorpadas e amadurecidas, o que não deixou de ser uma (boa) surpresa, reveladora do crescimento da cantora. E se algum faltou, é sinal, e bom, de que são muitos.

Mas não foi só nas músicas que o crescimento de Feist se fez notar. Como com qualquer artista que começa a solo e vai ganhando protagonismo, a entourage também aumentou. Neste caso, ainda bem: as quatro backup singers, ironicamente apelidadas de Mountain Men, fizeram muito mais do que mero número. Uma delas, aliás, poderia perfeitamente ter o palco só para ela e levar a plateia ao rubro sem sequer precisar de abrir a boca.

Felizmente para os presentes, crescimento não significou, no caso de Feist, esquecimento, ao contrário do que acontece com muitos outros músicos. Houve sempre uma aura intimista ao longo das mais de duas horas (coisa rara, infelizmente) de espectáculo, como se o concerto estivesse a ser, não para 4000 pessoas num Coliseu, mas para 40 num qualquer bar nos arredores do Cais do Sodré.

Conta quem já vai no terceiro concerto da cantora em Lisboa que, há coisa de uns anos, na sua primeira aparição por estes lados, e chegada ao fim do concerto, Feist enfiou a sua guitarra num Opel Corsa e fez-se à estrada, ao volante, rumo ao Porto, para mais um espectáculo (imaginamos nós que pelo IC2, para poupar na portagem). Não terá sido assim ontem, mas não deve ter andado muito longe.

Feist é indie dos pés à cabeça, e que assim continue por muitos anos.

Hope you liked it, 'cause I surely did.

2 comentários:

Anónimo disse...

zé essa informação do opel corsa não sei quem ta veiculou (desculpa, não resisti) mas tenho quase a certeza que era um renault clio.
dir-me-ás que quando uma miúda, depois de dar um concerto sozinha em palco, enfia a sua guitarra numa carro e se faz à estrada só se repara na marca se for tipo um chevrolet biscayne de 1964. bem sei que sim, mas isso só é verdade até à parte em que ficas a vê-la partir em direcção ao IC2.

rosé mari disse...

agora que falas nisso quico, acho que era mesmo um chevrolet biscayne!