sexta-feira, 27 de agosto de 2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Room for more

Vendo bem as coisas, não mudou nada. Nunca me fui embora, nem nunca irei. Se bem que, sentindo-as melhor, mudou tudo.

Não concordo com os que dizem que não podemos voltar ao sítio onde fomos felizes. Às vezes, não só podemos como devemos voltar lá. Só é preciso que haja espaço para mais. E assim se explica tão desafinada cantoria matinal.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

As primeiras palavras de João Pereira, quando recuperou do traumatismo craniano?

"Foda-se, ainda me lembro de quem sou."

Mmmmf mmmff

Os pêssegos deviam ser vendidos juntamente com alguns pares de tampões para os ouvidos. Pelo menos, desconfio que o meu colega de gabinete era pessoa para incentivar e até fazer campanha pela ideia. Digo isto porque não me parece que nutra especial interesse pelo mmmf mmmf que estive a fazer durante os últimos cinco minutos. Aliás, vai-se a ver, e existe uma relação de proximidade intrínseca entre o mmmmf mmmf dos pêssegos e a flatulência debaixo dos lençóis: são tão bons, que não foram feitos para serem partilhados. E sim, eu sei que consegui estragar o vosso próximo pêssego. Ter este poder é giro.

Machado de Assis

Comecei devagar. Três dias depois, discutindo-se o orçamento da justiça, aproveitei o ensejo para perguntar modestamente ao ministro se não julgava útil diminuir a barretina da guarda nacional. Não tinha vasto alcance o objeto da pergunta; mas ainda assim demonstrei que não era indigno das cogitações de um homem de Estado; e citei Filopémen, que ordenou a substituição dos broquéis de suas tropas, que eram pequenos, por outros maiores, e bem assim as lanças, que eram demasiado leves; fato que a história não achou que desmentisse a gravidade de suas páginas. O tamanho das nossas barretinas estava pedindo um corte profundo, não só por serem deselegantes, mas também por serem anti-higiênicas. Nas paradas, ao sol, o excesso de calor produzido por elas podia ser fatal. Sendo certo que um dos preceitos de Hipócrates era trazer a cabeça fresca, parecia cruel obrigar um cidadão, por simples consideração de uniforme, a arriscar a saúde e a vida, e conseqüentemente o futuro da família. A Câmara e o governo deviam lembrar-se que a guarda nacional era o anteparo da liberdade e da independência, e que o cidadão, chamado a um serviço gratuito, freqüente e penoso, tinha direito a que se lhe diminuísse o ônus, decretando um uniforme leve e maneiro. Acrescia que a barretina, por seu peso, abatia a cabeça dos cidadãos, e a pátria precisava de cidadãos cuja fronte pudesse levantar-se altiva e serena diante do poder; e concluí com esta idéia: O chorão, que inclina os seus galhos para a terra, é árvore de cemitério; a palmeira, ereta e firme, é árvore do deserto, das praças e dos jardins.
Memórias Póstumas de Brás Cubas

Devorem Machado de Assis. E se não gostarem de ler em "brasileiro", azar, habituem-se. É que este gajo não escrevia em "brasileiro", mas sim na língua universal dos génios. Como se isso não fosse suficiente, ainda fazia malabarismo com palavras, dogmatizava o indogmatizável e discorria sobre o indiscorrível, como no trecho acima. Só assim, aliás, conseguiu elevar duas histórias potencialmente desinteressantes a obras-primas. E agora, depois de O Alienista e Outros Contos, Dom Casmurro e o já citado Memórias Póstumas..., segue-se o Quincas Borba, personagem desta última obra que deu em livro.
Lobo Antunes deve ter razão: o livro é, efectivamente, um ouvinte, que está ali ao serviço do leitor. Só assim consigo explicar que, ao ler a história de Brás Cubas, desse por mim a pensar que a vida de Quincas Borbas, personagem secundária daquele livro, daria um livro espectacular, para depois constatar que Machado de Assis pensou da mesma forma me ouviu. How cool is that?

My own personal Soma

Da minha experiência pessoal, concluo que devias ser partilhada, pelo menos 9 dias por ano, com o mundo inteiro, num L por Portugal. Conhecesse-te Huxley, e a Soma talvez tivesse merecido um nome diferente.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Gone went gone

Três dias aí,
Três dias ali.
Seis dias de ti,
O que é que ainda fazemos aqui?
Idem Ibidem

Islândia


To do list:

You, me, Iceland. Alguém quer vir?

Sou menino para ficar a ouvir isto o dia inteiro. E a dançar sentado, com uma ligeira ginga, a mexer um ombro de cada vez, de sobrancelhas levantadas e cara meio espantada, como quem pergunta "o que é isto?".

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Peter Pan



This blog used to have rythm / can't stop the rythm.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Formentera: relato de viagem

A todos os que estão a pensar ir a Formentera, eis a minha experiência de viagem:

Para lá chegar, é uma chatice. Duas longas viagens de avião aviões, um barco - perigoso - onde os passageiros são forçados a remar à vez, horas de espera no aeroporto, enfim, uma viagem interminável. Podia a enorme chatice que é a jornada ser compensada pela oferta da ilha, mas não.

As praias, são poucas, pequenas e de calhau. Vá lá que não se perde grande coisa, porque o tempo mais parece o de São Martinho: frio, chuvoso e ventoso. Após todos estes anos, descobri finalmente onde é que o Inverno faz férias nos dias bons de Salgados. Por outro lado, ainda bem que assim é, porque se sol houvesse, não havia maneira de fugir ao calor. O mar é tão picado que mais parece que Formentera se encontra situada em pleno mar alto, algures na Escandinávia (sem suecas). Se tiverem um barco e se quiserem aventurar por aquelas bandas, sugiro que contratem o Russell Coutts. E a água era quente, ao menos, Rosé Mari? É questão de perguntar aos tubarões-brancos que por lá vi de gorro e luvas.

Mulheres, nem vê-las, exceptuando as praticantes de halterofilismo e lançamento do disco que por lá se passeavam, sisudas e consternadas, caso estas se tivessem decidido a fazer o bigode. Igualmente agradáveis - e conversadoras - eram as suas companhias: inúmeros cidadãos do leste, em quantidade bastante superior do que as suas conterrâneas, acabados de cumprir o serviço militar e com aquele sorriso caloroso que só a vivência num regime comunista consegue oferecer.

E se lerem isto já com bilhete marcado para Formentera, levem comida. A menos, claro está, que o vosso paladar nutra especial predilecção por salsicha com couve lombarda. Longe de mim ser injusto: há boa salsicha com couve lombarda em Formentera. Comi, inclusivamente, uma das melhores mousses de salsicha com couve lombarda de toda a minha vida. Pedia-se, contudo, um bocado mais de imaginação do ponto de vista culinário. Ah, não se esqueçam também de levar bebida. Se bem que, disseram-me lá, água com cal faz bem ao organismo. Por outro lado, a mistelgada com sensivelmente 70% de álcool e de nome quase impronunciável sai, feitas as contas, bastante económica. Pena é que só esteja à venda, de forma racionada, entre as 10 e as 11 da manhã.

Por fim, aconselhava ainda que a viagem fosse feita com um grupo grande. Claro que poderão sempre travar amizade com as baratas que lá se encontram a banhos. Vai-se a ver, e são dos seres mais faladores - e irrequietos - que poderão ter a sorte de encontrar na ilha. Ia-me esquecendo, levem colunas, mas não ponham a música muito alto a partir das 10:30, que os polícias são um bocado chatos com o recolher obrigatório. Despertador é que não precisam, a não ser que acordem antes das 6:30, hora em que os altifalantes da ilha entoam o hino regional.
No meio disto tudo, o melhor mesmo são os domingos de regresso, que quase chegam a dar vontade de repetir a viagem outra vez.

E pronto, this is Formentera in a nutshell.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Worth every second of the wait.