quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Formentera: relato de viagem

A todos os que estão a pensar ir a Formentera, eis a minha experiência de viagem:

Para lá chegar, é uma chatice. Duas longas viagens de avião aviões, um barco - perigoso - onde os passageiros são forçados a remar à vez, horas de espera no aeroporto, enfim, uma viagem interminável. Podia a enorme chatice que é a jornada ser compensada pela oferta da ilha, mas não.

As praias, são poucas, pequenas e de calhau. Vá lá que não se perde grande coisa, porque o tempo mais parece o de São Martinho: frio, chuvoso e ventoso. Após todos estes anos, descobri finalmente onde é que o Inverno faz férias nos dias bons de Salgados. Por outro lado, ainda bem que assim é, porque se sol houvesse, não havia maneira de fugir ao calor. O mar é tão picado que mais parece que Formentera se encontra situada em pleno mar alto, algures na Escandinávia (sem suecas). Se tiverem um barco e se quiserem aventurar por aquelas bandas, sugiro que contratem o Russell Coutts. E a água era quente, ao menos, Rosé Mari? É questão de perguntar aos tubarões-brancos que por lá vi de gorro e luvas.

Mulheres, nem vê-las, exceptuando as praticantes de halterofilismo e lançamento do disco que por lá se passeavam, sisudas e consternadas, caso estas se tivessem decidido a fazer o bigode. Igualmente agradáveis - e conversadoras - eram as suas companhias: inúmeros cidadãos do leste, em quantidade bastante superior do que as suas conterrâneas, acabados de cumprir o serviço militar e com aquele sorriso caloroso que só a vivência num regime comunista consegue oferecer.

E se lerem isto já com bilhete marcado para Formentera, levem comida. A menos, claro está, que o vosso paladar nutra especial predilecção por salsicha com couve lombarda. Longe de mim ser injusto: há boa salsicha com couve lombarda em Formentera. Comi, inclusivamente, uma das melhores mousses de salsicha com couve lombarda de toda a minha vida. Pedia-se, contudo, um bocado mais de imaginação do ponto de vista culinário. Ah, não se esqueçam também de levar bebida. Se bem que, disseram-me lá, água com cal faz bem ao organismo. Por outro lado, a mistelgada com sensivelmente 70% de álcool e de nome quase impronunciável sai, feitas as contas, bastante económica. Pena é que só esteja à venda, de forma racionada, entre as 10 e as 11 da manhã.

Por fim, aconselhava ainda que a viagem fosse feita com um grupo grande. Claro que poderão sempre travar amizade com as baratas que lá se encontram a banhos. Vai-se a ver, e são dos seres mais faladores - e irrequietos - que poderão ter a sorte de encontrar na ilha. Ia-me esquecendo, levem colunas, mas não ponham a música muito alto a partir das 10:30, que os polícias são um bocado chatos com o recolher obrigatório. Despertador é que não precisam, a não ser que acordem antes das 6:30, hora em que os altifalantes da ilha entoam o hino regional.
No meio disto tudo, o melhor mesmo são os domingos de regresso, que quase chegam a dar vontade de repetir a viagem outra vez.

E pronto, this is Formentera in a nutshell.

6 comentários:

Mogli disse...

"?? - ... é verdade ou é mentira Brandão??
Brandão - é MENTIRA!!
?? - é VERDADE e tu és MENTIROSO!!"

rosé mari disse...

eu fui com o brandão a formentera, ela não me deixa mentir!

Anónimo disse...

esqueceste-te de avisar as pessoas para reservar a mota com antecedência.. as duas únicas da ilha esgotam-se com facilidade!

maurílio sabão

Anónimo disse...

once again... disappointed.. e esse lado atrevido? pra de baixo do tapete? primeiro criticas a larissa e agr atira-nos areia para os olhos...tsss tsss tsss

rosé mari disse...

mota??em formentera é a penantes...e é preciso ter cuidado com as cobras!

lado atrevido? I'm a pussy.

Morales disse...

Comi, inclusivamente, uma das melhores mousses de salsicha com couve lombarda de toda a minha vida.

he he he