domingo, 30 de dezembro de 2007

Re: ASAE

Em resposta a este post de um caro amigo.

Não iria tão longe. Se não deixa de ser verdade que a ASAE tem pautado a sua conduta por um certo excesso de zelo, também não é menos verdade que num modelo contratualista e garantista de Estado, a tua autonomia da vontade encontra-se limitada por certos critérios. Como em qualquer contrato, abdicas de algo para em troca receber uma vantagem. Aqui, a vantagem - discutível ou não - é a de viveres em sociedade.

Seguindo a tua linha de raciocínio, nenhuma razão haveria para proibir a liberalização de todos os tipos de drogas, a eutanásia, etc. Estou obviamente a extremar um bocado a situação, mas isto não são mais do que consequências da admissibilidade de uma liberdade total dispositiva dos direitos individuais, leia-se um liberalismo radical.

A questão é que a ASAE não está a pensar em ti quando toma estas medidas. Tu, enquanto licenciado de classe média-alta/alta, habitante da capital, não encaixas no perfil do cidadão médio: a tua educação e conhecimentos conferem-te um discernimento muito acima da média, que te faz pesar automaticamente na balança os prós e os contras de ir a um tasco que tu sabes que tem baratas, e que pode colocar em risco a tua saúde. O que a ASAE faz, com a sua conduta (e encontro-me apenas no plano da legitimidade teórica), não é mais do que garantir que certas normas de saúde pública não são violadas por esses estabelecimentos, de forma a proteger o cidadão-médio, chamemos-lhe assim.

Não sei, efectivamente, se alguém morreu alguma vez por comer bolas de berlim estragadas, tal como não sei o risco que daí advém potencialmente, mas sei que a ASAE não existe apenas para chatear, existe porque razões de interesse público assim o justificam.

Resumindo, a ASAE tem razão de ser, o que eu já não sei é se tem razão de ser...assim.

n.d.r. - continua aqui

Mais amigos

Tenho um amigo, que por acaso até é amigo do meu amigo que tem um fraquinho por um bom par de chapadas, que recebeu uma guitarra eléctrica de presente de Natal. Tenha-se presente que o meu amigo em questão nunca teve formação musical. No entanto, isso não o impede de se arrogar como a maior autoridade em tudo o que tenha a mínima pretensão melodiosa. Do rock ao ragga, passando por indie e até mesmo jingles publicitários radiofónicos alusivos a materiais de construção civil e a estabelecimentos que fazem casamentos e baptismos na cave, he's the man. E ai de quem ouse sequer questionar a sua douta sabedoria, tão sabedora que sabe sozinha que o seu saber não conhece rivais. Outro amigo tem ele, e eu, e o meu amigo que é partidário do tabefe (o mundo é pequeno), que só não diz que sabe mais que ele, porque tudo aquilo que ele - o da guitarra eléctrica - ouve, ou coagita ouvir, já esse meu amigo, não o das bofetadas, não o supra-sumo musical, mas o outro, o novo, ouviu, re-ouviu, fartou-se, e voltou a ouvir passado uns largos tempos, como quem decide relembrar um Phil Collins poeirento. É verdade, he's that good.
Só não se considera ainda mais iluminado musicalmente do que o outro amigo eléctrico porque tem consciência do vanguardismo que carrega nas costas, qual cruz que pesa como um grito insuportável, desconhecida e desconsiderada pelos demais. Sofre em silêncio, ele, e a sua música. Estava eu há coisa de umas horas, depois de um filme que não reuniu consenso, cuja banda sonora consistia numa música, ainda por cima dum gajo morto, o que é esperto, quanto mais não seja pelos direitos de autor, o Eu Sou Uma Lenda (vale a pena ir ao cinema só para fazer a gorda da bilheteira repetir vezes sem conta o nome do filme), ainda a tentar explicar que tinha gostado do filme, sem no entanto achar que era nada de extraordinário, pela simples razão que me tinha pregado uns quantos cagaços e me tinha mantido colado à cadeira (o último filme que fui ver foi o Assassinato de Jesse James, esse sim uma obra-prima, da qual falarei no seu devido tempo, mas que é o antípoda deste, o que talvez tenha influenciado o meu julgamento), quando o meu amigo, não o novo incompreendido, nem o que tem a mão solta, mas sim o que é proprietário de um instrumento musical, por sinal conotado com alguma agressividade e energia, decide dizer que já sabe tocar uma ou outra coisa. Fruto da referida associação entre a guitarra eléctrica e barulhos estridentes, assim como da sua quase infindável cultura musical, epíteto esse de que o outro amigo, o Jesus Christ musical, discorda, entre músicas (que estar na vanguarda dá trabalho), emitindo um ruído que se assemelha ao de um roedor assustado, a única resposta possível e imaginária seria...exactamente a que estão a pensar, nem mais, o Frère Jacques, esse hit do jardim-escola. E com esta tirada, vai ficar certamente o meu amigo vanguardista sem saber o que fazer, surpreendido que está com tão arrojada escolha, porque o Frère Jacques é antigo, ridículo e estúpido de se tocar numa guitarra eléctrica (como aqueles CDs para ensinar a aprender uma língua em que a frase que nos fazem dizer vezes sem conta é qualquer coisa como "A repartição de finanças está encerrada"), mas ao mesmo tempo é bastante cool, pelo que o mais provável é que o seu ímpeto modernista esmoreça, ficando simultaneamente o meu amigo da guitarra eléctrica sem referência (constantemente negada, que supra-sumo que se preze não tem referência), perdido para sempre, sem encontrar outra solução que não seja a de levar à perfeição o seu Frère Jacques na sua guitarra, passando a carregar ele a cruz, que lhe cai mal porque não está habituado nem a queria carregar. Maldito CD de aprendizagem.

Um Bom Ano.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Sardinha de chapadas

Ontem, dizia-me um amigo meu, entre pensamentos roubados, num tom de voz fermentado e indignado, que ele era assim, que gostava de dar chapadas às pessoas, como que a desculpar-se (melhor, a explicar-se!, que a desculpa pressupõe uma dose mínima de arrependimento, e não era o caso) das duas que me tinha acabado de dar na música anterior, sem qualquer tipo de razão, com um capricho de carácter.
Não conseguiu perceber, o meu amigo, que eu, quando me dão uma chapada sem qualquer tipo de explicação e pré-fundamentação adequada, gosto de responder, de preferência com um bocadinho mais de força. Sentia-se, aliás, profundamente revoltado, como se esperasse que a seguir às chapadas eu lhe fosse comprar um vodka - ele que seguramente já tinha bebido o suficiente - em jeito de agradecimento. No fundo, ele só estava a fazer de mim um homem. Devia ser isso.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

So THIS is Christmas

O frenesim de sempre, as lamúrias de que o Natal já não é o que era, que o consumismo isto e o espírito natalício aquilo, a desilusão com que se fala das tradições perdidas, porque há uns anos era melhor. Antes era sempre melhor, mesmo que na verdade não o fosse, porque o tempo tem este poder. Há quem pense que o tempo é pó, rugas e trocar o nome aos filhos e netos, mas o tempo é exactamente o contrário. O tempo pega nas nossas memórias e faz-lhes liftings, plásticas e lipo-aspirações, transformando vigaristas em bons pais de família, tropeções em mortais encarpados, e jantares em banquetes. Talvez na altura fossem realmente bons pais de família, mortais e banquetes, mas antes, coitados, não o poderiam ser, porque havia sempre um "antes é que era" pronto a lembrar ao presente que precisava de esperar o seu lugar no tempo para existir. Que, no fundo, precisava de deixar de ser para conseguir ser alguma coisa. Parménides explica. Ele, ou Freud.

É sempre a mesma coisa. 20,21,22. 23, Aproximam-se os dias, e com eles um misto de ansiedade e curiosidade invasivo, cheio de vontade de se materializar num "antes é que era". Mas eis que, repentinamente, num simples jantar no dia 24, que parece distar um século do que veio com o sol anterior, aquela sensação de alegria, partilha e tranquilidade, que julgávamos perdida e abandonada no baú da nossa felicidade, conquista-nos novamente. E, se dúvidas restassem, a Missa do Galo faz questão de relembrar aos mais cépticos, ainda que por dois dias apenas, que o Natal ainda é o que era. As queixas, essas, ficam para os outros 363 dias do ano.

No meu caso, o "antes é que era" viu desde cedo que não tinha hipóteses. Não obstante, ainda tentou, do alto da sua teimosia e sobranceria, dizer de sua justiça, mas achou, e achou muito bem, que era melhor sair de cena, ao ver a pujança e determinação do "agora é que foi", qual cantor que se apercebe finalmente do cansaço na voz.

E é só isto, este é o meu SMS de Natal. Um Bom Natal (peço-vos que imaginem esta frase com a entoação, não da minha pessoa, mas daquele locutor da RFM, o que diz: "RFM, só grandes músicas". Muito mais natalício).

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Da violência no Porto

É uma questão de liberalismo socio-marginal: enquanto se forem matando uns aos outros, é deixar a mão invisível actuar.

P.S.- Segundo 17. Níveis de bazófia magníficos, bravo José.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

The bull by the name

Minha irmã: Tou aqui à espera do técnico da EPAL e ainda não chegou ninguém, eles não te deram o nome dele?
Eu: Não, acho que não era suposto.
Minha irmã: Então como é que é, ligas para lá, pedes e já está?
Eu: Sim, liguei para lá, expliquei o problema e disseram que iam enviar um piquet.
(Silêncio)
Eu: Espera, se calhar chama-se Nelson.
(Telefone desligado na cara)

Não posso com pessoas com falta de sentido de humor automobilístico.

Raising sand





Robert Plant, vocalista dos Led Zeppelin, e Alison Krauss: ligação improvável, num dos melhores CDs do ano.

O Terceiro

Saltas
de dentro para fora,
mas não desapareces,
pairas na incerteza de uma palavra.

Cresces
do nada para o tudo,
num tudo que mais não é
que perene disfarce de nada.

Consomes
sem respeitar podes e deves,
limitado apenas pelo que queres
E consegues.

Cascão

A única coisa gira de ficar mais de 24 horas sem tomar banho é que o corpo começa a desenvolver um cheiro a modos que repugnante. No meu caso, cheiro ligeiramente menos a rosas do que é costume.

Sente-se qualquer coisa estranha no ar, confirma-se que vem de nós, inspira-se profundamente, seguindo-se um inevitável franzir dos olhos e um "eish" enojado.

E por que é que isto é giro? Porque passado um minuto volta-se a fazer exactamente a mesma coisa, como se se quisesse confirmar que o cheiro vem realmente de nós, num misto de orgulho, impavidez, curiosidade e nojo. Sobretudo orgulho. São horas e horas de divertimento garantido.

Pera lá, mas que cheiro é este?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

They shot them down, bang-bang

Dois actores amadores angolanos foram mortos pela polícia ao serem confundidos com criminosos durante as gravações de um filme na capital de Angola, Luanda.

Diário Digital


Parece tirado de uma das cenas finais do Underground, de Kusturica. Não devem ter reparado nas câmaras. O Blacky também não reparou. Acontece.

Amsterdam



Bem me parecia que isto não tinha sido produto da minha imaginação.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sonho

Hoje sonhei que estava a ser perseguido não-sei-muito-bem-por-quem por ter feito não-sei-muito-bem-o-quê, e que tinha sido condenado à morte por esse facto indesculpável que é fazer-se-não-se-sabe-muito-bem-o-quê.

On the plus side, though, tinha um feitiço que me permitia ficar invisível, que era no entanto de fiabilidade duvidosa, funcionando apenas se proferido da boca para fora e através de um movimento específico da varinha, tecnicismos esses que eu, ignorante do fantástico, desconhecia até certo momento onírico, dando origem a umas quantas semi-invisibilidades que, se não me falha o sonho, me puseram em maus lençóis por diversas vezes. Exacto, esqueci-me de dizer, I had a wand.

Era de fiabilidade duvidosa, o feitiço, já que a invisibilidade se desfazia assim que alguém, mesmo que acidentalmente, me tocasse. Sonhos e tal, varinhas, perseguições e feitiços, tudo bem, mas com o devido respeito pelas mais elementares leis da física.

Por outro lado, acordei irritado com a minha estupidez/incompetência mágica, já que o único feitiço que conjurava era o da invisibilidade. E mágico que se preze, toda a gente sabe, conjura muito mais feitiços. Nem me vou alongar sobre a estupidez que é ficar invisível, e mesmo assim ser repetidamente encontrado, como se quisesse ser perseguido. Aposto que este detalhe faria as delícias de qualquer psicólogo.

Não sei se sonhei o que sonhei por ter passado o dia inteiro numa sala - rectius, uma sauna - com cerca de 50 miúdos a jogar Playstation, ou por ter adormecido com febre. Acho que o facto de o sonho que se seguiu ao primeiro ter envolvido a minha pessoa, uma praia, e alforrecas bebés agarradas aos meus dedos, inclina-me (ligeiramente) para a segunda opção.

Flu lobby

O Monte Branco que se cria ao lado da minha cama faz-me desconfiar que o vírus da gripe é lançado no ar todos os anos, por esta altura, pela Renova. Que, segundo consta, também é responsável pela Primavera.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Depois do CDUL-Agronomia

Não há desporto menos sensual para uma mulher praticar do que rugby. Não é que não goste de mulheres selvagens, cheias de terra pelo corpo e capazes de soltar gritos animalescos, simplesmente faz-me confusão imaginar isso numa mulher com um quadricípete maior que o meu.

Confieso que te envidio

Leio a auto-biografia de Neruda, e à medida que as páginas avançam, cresce em mim o sentimento da dúvida. Dúvida, se o inveje, se o admire.

Neruda é das poucas pessoas com que me cruzei que, à medida que o vou conhecendo, me desperta um enorme sentimento de inveja. E digo conhecer sem qualquer tipo de pretensiosismo barato, porque se pode conhecer o artista pelo contacto com a obra, sobretudo se a obra for o artista, que é o caso.

E invejo-o porque me transmite a sensação que escreve, não com uma caneta convencial, mas com uma que encontrou algures num vericueto de Rangoon ou Valparaiso (que melhor lugar que Valparaiso para encontrar tal instrumento), onde condensou todas as cores, sabores e texturas do Mundo. Quer dizer, por isso admiro-o. Invejo-o, e não invejo quase ninguém, fruto talvez de um narcisismo latente dentro de mim, por saber que para chegar sequer perto donde ele chegou, tenho de pedalar muito. muito não, imenso. imenso não, Herculeamente.

Invejo-te, Pablo Neruda, e trato-te por tu confiante que 200 páginas da tua vida são suficientes para não estarmos com cerimónias, por saber que não fazes mais que jogar com palavras e sensações, e por saber que fazes mais, muito mais, do que jogar com elas.

E rio-me, ao mesmo tempo que te aplaudo, por saber que até o teu nome conseguiste transformar em algo de etéreo, como se Neftalí Reyes fosse um diamante em bruto, selvagem e indomável, à espera de se converter em Pablo Neruda.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Carta de motivação barbística - or lack thereof

Não é barba. É falta de paciência. Falta de paciência essa que, ainda por cima, permite horas e horas de roça-roça ao nível do queixo entre o polegar e o indicador, companhia ideal de qualquer ar pensativo que se preze.

Sai toda a gente a ganhar, it's a win-win situation. E por toda a gente entenda-se eu, o meu ar pensativo, e a minha falta de paciência (enquanto realidade corpórea).

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Quae sunt Caesaris, Caesari

Ao pé de minha casa há um Minipreço. Para ser mais preciso, nas costas de minha casa, numa rua que consegue ter o pior de Santos e do Bairro Alto. O aspecto dos clientes, como podem calcular, é impecável. Aliás, uma das coisas que me fascina no prédio onde moro é exactamente a sua localização: consoante a porta por onde saio, tanto me sinto em Lisboa como nos subúrbios de Marraquexe.

Nesse Minipreço está uma cigana a pedir esmola. Como se este acto - revelador de uma visão estratégica e ambição dignas de um entrepreneur - não fosse suficiente, fá-lo de costas para a estrada, sentada na margem do passeio, arriscando-se a levar a qualquer momento com um Toyota Corolla no lombar.

Estúpida, sim senhor, mas altamente radical.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Faz todos os sentidos

Só às 3 da tarde, mais precisamente às 14:57, é que reparei que tava um dia lindo de sol. E que o ar, de um azul amarelado vindo não se sabe muito bem donde, brilhava a morango, e me furava a alma, cada vez que o procurava. E fi-lo incessantemente.

n.d.r.- o -es caiu do estava propositadamente. não foi mais que uma tentativa de salvaguardar a virilidade da escrita. estava um dia lindo de sol é frase que pede pássaros a chilrear e flores a desabrochar ao som de um rio cujo curso é apenas interrompido por famílias de ursos e veados que do seu leito bebem a água que lhes dá a vida, e para essas paneleiradas não contem comigo.

Coisas II

Há coisas que não se podem dizer. Melhor, há coisas que certas pessoas não podem dizer, como se estivessem mancas da legitimidade conferida por algum poder socialmente divino, responsável pela atribuição do estofo que permite aguentar os quilos de responsabilidade, vergonha, ou medo, que pairam sobre alvos indefesos, à espera de uma palavra fugidia que lhes corte as asas para que possam desferir um ataque fulminante sobre as mais elementares -e frágeis- qualidades de um qualquer pobre coitado.

Ouvir o Ricardo, com aquela voz que demonstra que o tal poder divino não só não lhe deu o tal estofo como fez questão de o enxovalhar perpetuamente por razões alheias ao comum mortal, dizer que aguentou os últimos minutos do jogo do Bétis deste fim-de-semana, lesionado, porque "me recordei da canção e decidi aguentar para ajudar a equipa", é, já de si, ridículo. No entanto, os contornos ganham detalhe, espessura, inclusivé alargando-se até ao infinito, e mais além, quando se descobre que a música em questão era a versão espanhola do afamado hit de casamentos/trigonometria I Will Survive, de Gloria Gaynor, música essa que dá pelo nome de Resistiré, interpretada pelo Duo Dinamico, nome que, para os mais atentos, cheirará seguramente a imitação rasca dos sucessos imortais de Tsubasa e Misaki.

Se ainda fosse o Rocky a dizer isso, depois de desfeitear o Ivan Drago. Agora tu, Ricardo? Pior, só se acabasses as declarações com a palavra ceroulas.

Coisas I

O Benfica-Académica de ontem foi dos poucos jogos, na história do futebol, em que a coisa conseguiu ficar preta para os dois lados, figurada e literalmente, nos últimos minutos de jogo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Gaddafi



"Gaddafi surrounds himself with handpicked female bodyguards to foil such attacks, the Amazonian Guard. All of them swear an oath that they will give their lives for him. They never leave his side, night or day, and he insists they remain virgins. There is no shortage of volunteers for what is seen as a prestigious job. A special training college puts recruits through a tough program. Girls who don't drop out emerge as trained killers, experts with firearms and martial arts. Gaddafi makes the final selection and, despite the virginal tag, rumors abound that he demands their sexual favors."

It's like picturing Hugh Heffner's evil twin running a country

Chit chat

Ele: Manda-lhe um e-mail a pedir o número de telefone, e assim ligas-lhe que é mais simpático. He's the man to talk to (assim com um sotaque apenas ao alcance de pessoas que aprenderam francês a vida inteira) e pode ajudar-te, elucidar-te, encorajar-te, encaminhar-te...

Eu: Desde que o "ar-te" não se transforme em "er-te", acho óptima ideia.

Unlikelihood of a connection



Visto, e copiado de (sem o devido(?) consentimento), aqui. Directamente para Barcelona, con un abrazo.

Eu nem gosto especialmente de Scorsese, ou melhor, não é dos meus realizadores preferidos. E de Hitchcock, pouco conheço (se bem que com um mea culpa e consciência da temporalidade do véu de ignorância hitchcockiano que me cobre, à mistura), exceptuando aquilo que me lembro de ter visto há muitos anos aquando de um especial da TVI em homenagem a esse monstro do cinema. Mas tinha de ser. It was too good not to.

Também vai ali para a Rua do Arco de São Mamede, pois é meu mester zelar pela formação profissional de alguns dos meus amigos mais...vá, mentecaptos.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Dito assim não fica ordinário

Puedes tener una grande polla pero no tienes cojones

There was this friend who when he was younger accidentally happened to watch this strange channel once where there was this woman who came up with this sentence to describe her male friend's lack of...courage. And then this friend, not the woman's male friend but the one who was accidentally watching, who I am no longer acquainted with for the most obvious reasons, told me this sentence.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Childhood flashback

Quando era puto tinha uma miúda da minha aula que dizia que o avô tinha morrido porque comia ovos todos os dias. O nome dela era Inês Lamas.

Obrigado Inês Lamas, lembrar-me-ei de ti em todas as gemadas da minha vida.

Homenagem (discreta) a Rui Veloso e ao Grupo de Baile

Se fizesse um perfume, era com patchouli. Apenas, e só. "Que bem que cheiras, é o quê?"; "Patchouli". É bastante complicado, uma vez tendo contacto com a palavra, conseguir parar de a dizer, sobretudo quando a wikipedia nos diz que também pode ser designada por patchouly, patchuli, pachouli, patechuli, pachuli e patexulí; ou que o deus Krishna vive no patchouli. "Krishna, onde é que é a tua casa?", perguntaria Maomé. "No patchouli", responderia Krishna, envergonhado.

A repetição da palavra é quase tão boa como um bolo de bolacha inteiro. Patchouli pachuli patechuli patexulí patchouly patchouli patechuli patechouly pachouli patechouly patchouli. E faz muito menos mal à flora intestinal. Viva o patchouli pachuli patechuli patexulí patchouly patchouli patechuli patechouly pachouli patechouly patchouli

terça-feira, 27 de novembro de 2007

On the smooth side



A voz desta canadiana, Leslie Feist de seu nome, consegue ser expressão do movimento do seu corpo, corpo esse, ou voz, ou corpo e voz, que assumem com a mesma facilidade uma atitude sensual e provocante ou descontraída e joyful. Esta música é da segunda...postura, a primeira virá depois. Nem sempre o segundo CD tem de ser pior que o primeiro.



Um personal favorite. Joe Dukie, a voz de Fat Freddy's Drop, aqui com Eva Be. É daquelas músicas -que são poucas- que se têm de ouvir pelo menos quatro vezes: uma pela letra, outra pela voz, outra pelo ritmo, e outra para juntar tudo.



Au Revoir Simone, uma das revelações da indie scene, composta por 3 new yorkers e 3 teclados. Apadrinhadas por David Lynch, estarão em Dezembro em Lisboa, no Santiago Alquimista.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Vede

EE
NTEQEE


isto é tudo aquilo que o meu egoísmo permite partilhar.

easyjettin'

16 amigos que decidem dar dinheiro para sortear uma viagem para um sítio desconhecido do vencedor: 160 euros

Lanche e jantar para 16 pessoas, enquanto acompanhamento do sorteio: Perguntar ao Bernas

O relato de um fim-de-semana em Bristol: Priceless

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Egoísmo comunista

Enzo Rossi é italiano (esta era óbvia). Enzo Rossi é dono da Campofilone, marca de maccheroncini. Enzo Rossi experimentou viver durante um mês com o salário que paga aos seus empregados. O salário que Enzo Rossi paga aos seus empregados é de 1000 euros por mês. Enzo Rossi poupou como nunca poupou na vida. Enzo Rossi chegou ao dia 20, e ficou sem dinheiro. Enzo Rossi aumentou o salário dos seus trabalhadores em 20%. Perguntaram a Enzo Rossi se era comunista. Enzo Rossi respondeu que não, que era de direita, e extremamente egoísta. Enzo Rossi subiu os salários, não tanto por se preocupar com o bem-estar dos operários, mas mais por se preocupar com o seu. Enzo Rossi tomou essa medida porque com um salário maior, diz ele, a produtividade dos seus empregados aumenta, e com mais dinheiro para gastar, podem comprar mais maccheroncini. Enzo Rossi é o que se convenciona chamar um granda boss. Em italiano, un grandi patroni.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Influentia portucalis

Conclui-se facilmente que J.K. Rowling, a autora de Harry Potter, escreveu parte da obra em Portugal, quando os instrumentos que os heróis têm à sua disposição para mudar o mundo são nada mais, nada menos, que uma vassoura...e uma varinha mágica.

Não tenho porteira, mas se tivesse, acho que a convencia a processar J.K.R. por plágio. Um escândalo.

Portugal - Finlandia

Não consigo perceber se Pepe me faz lembrar mais um macaco, um brasileiro subnutrido em quimioterapia ou um sobrevivente de Chernobyl.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A mulher e o(s) burrié(s): a possibilidade da equação

Caríssimo Sr. Motorista da Desentop - Desentupimentos e Limpeza de Fossas,

Calma. Comecemos pela palavra de ordem. É perfeitamente normal que esteja neste momento a questionar o porquê de lhe ter sido endereçada uma carta estranha, que nem é como aquelas que está habituado a receber das selecções Reader's Digest e outras empresas que tal, nem vem com o selo que a sua Tia Maria Luísa costuma pôr, sempre que lhe escreve com as novidades da terra. Ao contrário desses embustes (refiro-me obviamente aos primeiros, longe de mim faltar ao respeito à sua Tia), se ler isto até ao fim, já ganhou, pelo que lhe peço encarecidamente que o faça com a mesma atenção, e calma, com que aborda um cano cheio de merda até ao ralo.

Não nos conhecemos. Felizmente para mim, in- para si, nunca entupi qualquer tipo de fossa, pelo que a vida, até hoje, não nos tinha juntado. Minto, quanto à parte de não ter entupido qualquer tipo de fossa. Há coisa de um ano entupiram-se-me os canos da casa-de-banho e foi um cheiro que só Deus, e o Sr. Motorista seguramente, sabem. E eu, claro. Peço desculpa (pela primeira vez) por não o ter chamado.

O pensamento que o invadiu neste momento tem toda a razão de ser, já me devia ter apresentado. Não foi por mal, há qualquer coisa de heróico na sua profissão que me tira do sério. O meu nome é Zé, ou Zé Maria, ou Júdice. É a Santíssima Trindade do meu nome. Trocando por míudos, sou aquele gajo que lhe desferiu umas buzinadelas hoje, pelas 16:30, ali na António Augusto Aguiar, como quem vai para o Parque Eduardo VII. E aqui, aproveito para lhe pedir desculpa -este, o pedido original- pela segunda vez. Se, por um lado, a velocidade ridícula a que circulava me conferia o direito de barafustanço, não é menos verdade que o que se passou a seguir justificava as mesmas buzinadelas, mas por razões totalmente diferentes.

Creio que não estava no alcance do seu campo de visão, porque estava ao meu lado no sinal (lembra-se, aquele mesmo ao lado do Corte Inglês, que parece uma homenagem à subida à Senhora da Torre?), mas o que os meus olhos avistaram nesse intervalo de tempo acompanhar-me-à, espero eu, até ao fim dos meus dias. Do outro lado da estrada, no engarrafamento habitual daquele cruzamento, estava um Renault Clio cinzento metalizado. Claro que sim Sr. Motorista, isto não tem nada de especial, tenha calma, que já lá chegamos. Deixe-me gozar o prato (no fim do parágrafo seguinte, vai pensar nesta frase e vai emitir uma sonora gargalhada, como se fosse meu amigo de longa data).

Dentro desse Renault Clio estava uma mulher. Não era uma senhora, também não era uma miúda, era uma mulher, com os seus 30-35 anos, diria eu. Ora bem, essa mulher -não Sr. Motorista, não era boa comó milho, muito menos uma sereia fora dágua- até tinha bom aspecto, ou melhor, não tinha ar de bardajona, algo que, nos dias que correm, é salutar. Mal sabia eu, nessa altura, que estava prestes a ser bafejado pela sorte divina. (Não se esqueça da frase de há bocado, que afinal vou precisar de mais um parágrafo)

Pois bem, Sr. Motorista, estava eu a passar de relance pela dita mulher, quando me dou conta que a mesma tentava sacar das suas fossas...nasais, um molusco gastrópode de concha univalve, vulgo burrié. Exacto, logo aí, motivo de galhofa. Mas há mais, muito mais. Depois de lograr os seus intentos, não contente com o sucesso da sua empreitada, mirou o macaco, suspenso no seu dedo indicador, olhos nos olhos, encostou-o ao de leve -como que para prová-lo- no lábio inferior (a crueldade, senhores!), para, depois de uma ligeira hesitação, ingerir o dito, indiferente aos clamores de piedade do pobre coitado. Contudo, para minha simultânea estupefacção e encanto, a mulher não se ficou por aqui. Segura das suas convicções, viram os meus olhos, Sr. Motorista, preparou a mulher nova investida: mindinho hasteado de fazer inveja a qualquer tia wannabe chic, e lá foi ela em busca do macaco perdido. Uma vez sacado, sofreu o mesmo tratamento metódico, qual serial-killer, Sr. Motorista!, que havia sido aplicado instantes atrás ao seu irmão mais velho. Olhar observador, prova (como se de um Barca Velha, aquele vinho caro dos ricos Sr. Motorista, se tratasse) no lábio inferior, momento de reflexão e botabaixo. Eu não lhe disse que a frase ia fazer sentido?

Já em lágrimas, molhadas por aquele sentimento que invade uma pessoa quando sabe que acabou de ver algo único, chega o momento maquiavélico. Ainda de burrié na língua, eis senão quando o olhar da glutona se cruza com o meu. Drama, horror, pânico, todos os substantivos albarranescos que se consiga lembrar Sr. Motorista, transpareceram instantaneamente na cara da mulher. Como não sou mau, e como o sinal tinha acabado de ficar verde, achei por bem erguer-lhe o polegar e fazer um fixe, em gesto de "não estejas assim, isso é perfeitamente normal", mas sobretudo de agradecimento.

Sem se aperceber disso, o Sr. Motorista transformou a minha terça-feira num dia inesquecível, e tudo à custa dessa sua teimosia em embraiar uma terceira. A carta é, então, para lhe agradecer pelo excesso de zelo, dado que na altura não tive oportunidade de o fazer. Estava completamente atordoado, espero poder contar com a sua compreensão.

Sabia que elas faziam isto? Pois, eu também não. É verdade, hoje em dia está tudo maluco, sabe-se lá onde é que isto vai parar. Pelo andar da carruagem, tarda nada também se peidam debaixo dos lençóis para depois cheirarem.

Não o estorvo mais. Fica o meu singelo obrigado, e os votos de, como se costuma dizer no mundo do teatro e suponho que também no do desentupimento de esgotos e limpeza de fossas, muita merda. Se algum dia se cruzar com um Polo de matrícula 50-80-VE, buzine, como quando dois minis antigos fazem quando se encontram no meio de Lisboa. Pode contar com o meu sorriso de orelha a orelha.

Com estima,
Zé Júdice

Hard to forget

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Nada de especial

Que silêncio tão grande. No interior do silêncio mais silêncio e no interior do mais silêncio um relógio minúsculo a anunciar

– Já é tarde, já é tarde

de forma que nem reparamos nos ponteiros. Para quê se o relógio insiste

– Já é tarde, já é tarde

e nós a olharmos uns para os outros,
inquietos

– O que diz o relógio?

apesar de termos ouvido perfeitamente a sua vozinha apressada, nós de súbito com medo

– Tarde?

e o que significa tarde meu Deus, o que pretende o relógio? Mesmo tapando as orelhas com as mãos a teimosia permanece

– Já é tarde

mesmo não escutando mais nada escutamos o

– Já é tarde

não sabemos se no relógio se no interior da gente, olhamos em volta, olhamos para dentro à procura, achamos episódios antigos, um triciclo, um avô a espantar-se

– O que tu cresceste

um colar de pérolas

(de quem?)

numa tacinha, achamos a nossa vida de hoje e qual o sentido da nossa vida de hoje, o que fazemos com ela, dias atrás de dias, o supermercado, o jantar no restaurante aos domingos, a maçada das crianças às vezes e não era bem isto que nos apetecia, não era bem isto o que tínhamos desejado, falta qualquer coisa, onde é que errámos, o que falhámos, não somos infelizes mas também não temos o que secretamente ansiávamos, os anos vão passando

(– o que tu cresceste)

e não temos o que secretamente ansiávamos, de vez em quando momentos tão vazios, de vez em quando, mesmo no meio dos outros, uma solidão tão grande, um desamparo, uma sensação de queda, esta dificuldade em respirar, porque a mobília sufoca, que vem e desaparece e volta, de vez em quando, sem motivo, vontade de chorar, não lágrimas grandes, não soluços, uma coisa vaga, uma pergunta

– E agora?

sem resposta, caras familiares que se tornam estranhas, se te abraçar continuo sozinho, o que se passa comigo, o que se passa connosco, o relógio prossegue

– Já é tarde

monótono, acusador, implacável, os
objectos quietinhos sem nos ajudarem

– Porque não nos ajudam?

Nada nos ajuda, é tarde, tentamos conversar e é tarde, fazemos amor e é tarde apesar de termos feito amor na esperança que não seja tarde e depois, em lugar do prazer, ou misturado com o prazer, ou mais forte que o prazer, uma espécie de amargura que persiste, se não dilui, persiste, o

– E agora?

sem resposta aumenta, um

– E agora?

imenso, que horror, um

– E agora?

que nos preenche inteiros, se nos pegassem ao colo, fugissem connosco, nos
garantissem

– Não é tarde ainda

e pudéssemos acreditar que não é tarde ainda, tranquilizar-nos afirmando

– Não é tarde ainda

embora cientes que mentimos

– Não é tarde ainda

e tornar a mentira verdade, que outra coisa fizemos para além de tentarmos transformar as mentiras em verdades, não há ninguém mais crédulo que um desesperado

– O que tu cresceste

e em que direcção cresci que não dou por ter crescido, lá está o triciclo, lá está o avô, lá está o colar, os frascos de perfume que cheirávamos às escondidas, os cigarros que fumávamos secretamente no quintal, cresci para onde, cresci como, se nos metermos no carro, se almoçarmos fora, se te pegar na mão melhoramos e contudo

ficamos parados

a teimar no silêncio

(que silêncio tão grande)

– Já é tarde

e não é o relógio, somos nós

– Já é tarde

não noite ainda e contudo tão tarde, aproximamo-nos da janela, os prédios do costume na rua

(esperavas outros prédios, outro
bairro?)

e tão tarde, ganas de apanhar aquele cinzeiro e quebrá-lo no chão, de que serve apanhar aquele cinzeiro e quebrá-lo no chão, no espelho a nossa cara

– O que tu cresceste

diferente, a nossa cara e diferente, porquê diferente, o que é isto nos olhos, o que é isto na boca, a boca a ecoar

– Tarde

tal como os olhos ecoam

– Tarde

todo o corpo a afirmar

– Tarde

e quando o

– Tarde

diminui o

– E agora?

a dilatar-se nele, o

– E agora

imenso, sentamo-nos no sofá com uma revista, o jornal, um livro e as mãos vazias, apertamo-las uma na outra, espreitamos o triciclo, a certeza que se pedalássemos muito depressa não seria tarde, pedalar mais depressa que o relógio, os episódios antigos, aquela parente que nos oferecia rebuçados cujo papel não descolava e se nos prendia aos dentes, tentávamos retirar o papel com a unha e não saía, ainda nos lembramos do gosto do papel na língua, largamos a revista, o jornal, o livro, e ficamos no sofá, tanto tempo passado, com o papel na língua, a mastigá-lo, a mastigá-lo, a mastigá-lo, no fundo da gente nós mesmos a acusarmo-nos

– Porque me tornaste nisto?

o silêncio aumentou tanto que o relógio se calou, uma palma no nosso ombro

– O que foi?

e construímos peça a peça um sorriso
difícil

(custa tanto um sorriso)

que responde por nós

– Não foi nada.

António Lobo Antunes


Texto de ALA na edição da Visão de há duas semanas. Nunca o commonplace do vazio da meia-idade, da infelicidade silenciosa e da desilusão, fruto do cansaço de sonhar, foi descrito de maneira tão sublime, como se de um jogo, à vez, se tratasse. Acho que tá na hora de começar a ler livros deste gajo.

domingo, 18 de novembro de 2007

Obrigado, José Ruy

Recebo, do senhor meu pai, um livro que conta -em banda desenhada- a história da vida de Aristides de Sousa Mendes.

Abro o livro. Algo me chama imediatamente a atenção. A qualidade do dibujo? A acutilância da escrita? A textura sedosa do papel? Nada disso.

O que me fez ganhar o dia foi o facto de entre as obras do escritor, José Ruy de seu nome, de notório interesse cultural, como por exemplo "Pêro da Covilhã e a misteriosa viagem", ou "Humberto Delgado - O general sem medo", constar uma -seguramente a melhor, tal é a paixão bombeada pelo título- que sobressai logo numa primeira leitura. E sobre que tema versará tal B.D.? Hum...talvez seja sobre a vida do Eusébio, estarão uns a pensar agora. Não senhor, é com certeza sobre o legado cultural de Calouste Gulbenkian, coagitarão outros.

Quase. O nome da obra-prima é nem mais nem menos que "História (Actualizada) da Amadora - Levem-me nesse sonho...acordado!". Destaco principalmente o pormenor do "(Actualizada)", como se a história desse paraíso mesmo à entrada do IC19 fosse alvo de diversos escritos ao longo dos tempos, e urgisse uma actualização sobre os últimos, vá, 30 anos de glória dessa bela urbe. Delicioso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

3



(...). A cegueira na ponta dos dedos. O magnetismo. Um beijo. O beijo

Mar adentro, mar adentro I


Mar adentro, mar adentro,
y en la ingravidez del fondo
donde se cumplen los sueños,
se juntan dos voluntades
para cumplir un deseo.

Un beso enciende la vida
con un relámpago y un trueno,
y en una metamorfosis
mi cuerpo no es ya mi cuerpo;
es como penetrar al centro del universo:

El abrazo más pueril,
y el más puro de los besos,
hasta vernos reducidos
en un único deseo:

Tu mirada y mi mirada
como un eco repitiendo, sin palabras:
más adentro, más adentro,
hasta el más allá del todo
por la sangre y por los huesos.

Pero me despierto siempre
y siempre quiero estar muerto
para seguir con mi boca
enredada en tus cabellos.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Treason

Arranjei uma amante.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Mental note

Must not skip church. It hurts.

Deus não é de vinganças, mas castiga pelas mansas.

domingo, 11 de novembro de 2007

No mobile, more fun

Perder o telemóvel deve ser condição essencial da minha bebedeira. Senão não é giro.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Paranormal (teatro II)


Antes de começar, gostava de deixar bem claro que odeio o Joaquim Monchique. Aliás, só levado, como fui, sem saber ao que ia, é que teria ido ver o monólogo que protagoniza (espectacular pleonasmo). Se me dissessem que estava a ir para um monólogo de duas horas com o Joaquim Monchique, preveria o pior. Para a pessoa que me estava a levar, claro está.

Mas ainda bem que fui (sem saber). No mínimo, surpreendente. São quase duas horas de um monólogo em que Joaquim Monchique veste a pele de várias personagens (entre as quais o próprio, Monchique, num momento genial e que confundiu a plateia durante um bom bocado, eu incluído), sem, imagine-se, parecer completamente roto.

A história, aparentemente absurda, de um medium que consegue encontrar pessoas desaparecidas das vidas dos seus clientes, acaba por ser muito mais do que isso. Dei por mim a rir-me às gargalhadas, mais do que uma vez, e tenho a minha gargalhada por bastante exigente.

Uma óptima peça cómica, e que prova que as aparências, às vezes iludem mesmo. E a companhia, essa, encontrou-se num olhar logo ao início, mas nem precisou de ajudar, que a peça era realmente boa. Só mesmo de acompanhar. E bem, refira-se.

Telmo'ing

Falta de chuva preocupa agricultores no Alentejo, que temem "fantasma" da seca

Desde pequeno, é sempre a mesma merda. Se chove é porque chove, se não chove é porque não chove, foda-se. De certeza que quem teve a ideia de pegar no Alentejo e transformá-lo num campo agrícola gigante, era bêbado, e dos grandes.

Deixa cá ver, o que é que eu vou fazer com isto...no Inverno faz um briol do cacete, no Verão ando aqui a jogar ao suado, água, nem vê-la, hum...ah!, já sei, vou plantar vinhas e cevada, sempre dá para matar a sede no verão e se tiver sempre com um pifo é da maneira que não sinto o frio no Inverno.

Um gajo minimamente lúcido teria pegado no Alentejo e feito uma piscina gigante (a maior da Europa, claro), onde no Verão seria possível saltar de uma prancha, também a maior da Europa. Durante o Inverno transformar-se-ia numa enorme pista de gelo, obviamente a maior da Europa, com a segunda maior árvore de Natal da Europa espetada mesmo no meio. Segunda? Sim, porque a primeira ia estar no Terreiro do Paço. Agora, cereais, azeitonas e uvas? Pfft, que falta de visão estratégica. Espero que seque tudo, pode ser que construam a piscina (não se esqueçam é da prancha).

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sonata de Outono (Teatro I)


Fui ver na sexta-feira passada a estreia da peça, em exibição no São Luiz até dia 25 deste mês. Fruto da adaptação de um dos filmes mais aclamados de Ingmar Bergman, Sonata de Outono tem momentos -traduzidos em palavras e em gestos- de uma intensidade avassaladora.

A história gira à volta da relação entre uma mãe e uma filha, bem como da relação da última com o seu marido, num desenterrar progressivo de sentimentos tapados pelo avançar dos anos e pelo medo de magoar aqueles que amamos. É uma peça sobre a incompatibilidade do amor com o egocentrismo, assim como pela impossibilidade de fugirmos daquilo que se consegue entranhar verdadeiramente em nós.

Enquanto leigo a nível teatral, recomendo vivamente, but I must warn you, puxa para a lágrima. Já outros, seguramente mais entendidos no assunto, apontaram-lhe algumas falhas. É a chamada vantagem, ou talvez não, do véu da ignorância.

Ricardo, o moscardo

Ninguém acredita, mas tenho um moscardo que decide entrar no meu quarto quase todos os dias a seguir ao almoço. Dá umas voltas, manda duas ou três cacetadas na janela, quatro ou cinco na parede, e lá vai ele outra vez. É o Ricardo. Ricardo, o moscardo. Porque é que é o Ricardo, o moscardo, e não é a Clotilde, a varejeira? Porque é no meu quarto que o Ricardo entra, and for all I care, até podia ser o Wanderlei, o Elefante Larilas. Para além disso, não engana, tem moscardo chapado na tromba e no zumbido Ricardo. Um puro-sangue.

I guess this is as close as I can get to owning a pet for the time being. E o mais giro é quando ele me pousa no ombro e fica assim a zumbir baixinho, bzzt bzzt, a olhar para mim com respeito e admiração enquanto eu lhe acaricio suavemente as antenas com o dedo mindinho. Por acaso nunca fez isso, mas bem que podia fazer. Sabe lá ele a angústia que é para mim imaginar que um dia, depois do almoço, não vai haver zumbido e marradas no vidro, porque resolveu ficar a chafurdar num monte de estrume.

Aí tá o gajo. Ah...foi-se embora. Até amanhã Ricardo. Bzzt para ti também, pequenote. Tá sempre com os copos, o campeão.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Post de merda (ou ode ao traque)

No post anterior escrevi a palavra traque, que para minha surpresa não constava do dicionário do browser. Uma pesquisa rápida na priberam online não só me deu razão, como me deixou cheio de vontade de dar vários traques de seguida, ou não fosse a palavra em questão definida como um estrépito produzido pela saída de ventosidades expelidas pelo ânus. Cada traque traz consigo uma indissociável intelectualidade e até uma certa beleza, se o definirmos desta maneira.

No fundo, abdicamos de parte do nosso "Eu" intelectual para criar algo de belo, para dar a oportunidade a alguém que esteja ao lado para dizer "Chiça, que belo estrépito produzido pela saída de ventosidades expelidas pelo ânus que acabaste de emitir".

Não só é arte, como é altruísta.

Growin'up (I figure)



A passagem de um homem à idade adulta dá-se num momento que tem tanto de especial como de imperceptível, thus -I can only guess- its magic. Não, não é quando a lei o diz, muito menos quando uma mulher o deixa. Nem quando compramos bebidas num supermercado com ar confiante, se bem que o princípio basilar tenha pontos de ligação: we evolve by repeating. Contudo, falta aqui o componente "mudança", catch 22 do crescimento.

Um espírito ligeiramente mais galifão talvez preparasse agora o comentário: "E se eu antes bebesse jola, e agora só comprasse vodka?". Lamento, caro amigo perspicaz, mas não qualifica.

Back to subject. Cheira a dogma, não cheira? No outro dia um amigo meu deu um traque e disse a seguir que cheirava a pão quente, foi tudo a cair na esparrela. Mas agora não cheira a traque, nem a pão quente, cheira a dogma. Sente-se, ou melhor, vê-se, logo.

A passagem à idade adulta, num homem, dá-se a partir da altura em que a primeira coisa que ele repara na mulher são...os olhos? seios fartos? pernas majestáticas? cabelos longos e sedosos? Nada disso, um homem atinge a idade adulta a partir da altura em que a primeira coisa que procura numa mulher é a existência, ou não, duma aliança tranquilamente alojada no dedo anelar, para preparar, ou não, uma ofensiva. Quanto às mulheres, tornam-se adultas mais ou menos a partir dos 7/8 anos, já que se desenvolvem muito mais cedo que os homens, como seres de luz, magia e cor que são. O momento certo em que se opera tal mudança, esse, é impossível de descortinar, pois é extremamente difícil atingir o plano metafísico e transcendente onde as mesmas se encontram a gravitar, superiores a quaisquer tipos de preocupações mundanas.

Como é bom ainda ser criança.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Super slo-mo

Então, como é que foi a noite de ontem?
2 litros de água, and counting.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

So said Mike McDermott



A good poker player always knows when to fold a shitty hand. Even if it's a King Kong.

Ah ah (not in a laughable way, but in another one, the one you use when you catch someone by surprise and then you say "Ah ah", while pointing...

Bom Natal. Fica já despachado.

...your finger towards that person and doing a Jim Carrey'y face at the same time

and a Happy Hannukah, since we're at it.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007



enxovalhar | v. tr. | v. refl.

v. tr.,
macular, manchar, sujar;
fig.,
deslustrar, injuriar;
desonrar;
acto de humilhar com uma categoria do cacete a Filomena Mónica


Uma das melhores coisas de ter feito um estágio de Verão foi ter descoberto esta obra-prima num dossier, que lá estava, ainda por cima, por engano. Não posso adiantar muito em relação ao background, apenas que se tratou de uma resposta de Eduardo Prado Coelho a Filomena Mónica a algo que só pode ser entendido como uma infeliz ideia por parte da socióloga, que pelos vistos deve ter insultado de alguma forma o na altura -para grande azar da senhora- ainda não defunto.

Isto, no fundo, vem provar o quão injusta a vida é, porque o Prado Coelho já bateu a bota, enquanto que a outra continua por cá a mandar bitaites, quase de certeza ainda à procura dos seus rins intelectuais, desaparecidos depois de um nó cego deste calibre.

Dreams in colour



Cover de Elton John do último CD de David Fonseca. Altamente recomendável, não só a música, como o disco (quase) todo. É bom poder ouvir o Rocket Man sem ter que pensar num austronata cheio de lantejoulas a gravitar ao som dos Village People.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007


That's right, gimme back my mojo

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Agarra que talvez possa ser considerado ladrão


Se fosse assim, digamos, egocêntrico comó caraças, processava o Bruno Nogueira por ter entrado no meu arquivo de ideias geniais que um dia ganharão forma e substância, cobrando somas avultadíssimas por tão descarado plágio. Com isto, talvez deixe de adiar para amanhã a publicação das "10 coisas que odeio".

No entanto, como me pauto pela humildade, limito-me a dar os parabéns pelo extraordinário poder de antecipação na criação do momento humorístico, aproveitando também para aguçar a vossa curiosidade, já que o narigudo de dimensões exageradas não referiu outro caso bastante incomodativo...you will see.

I challenge thee

Então, o que é que fizeste hoje à tarde?
Fui ver um documentário norueguês sobre o coro de pescadores de Finnmark, uma aldeia piscatória perdida algures no nordeste da Noruega, e tu?
Tilt

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

The line always draws itself. Understanding and knowing the boundaries, that's where you can become an artist.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

DocLisboa 2007


De 18 a 28 de Outubro. No São Jorge, Londres (que boa desculpa para lá ir), e Culturgest. Documentários, muitos e bons. Imperdível, para quem gosta. Recomendável, para quem desconhece. Perfeito, para todos os anti-USA, ou melhor ainda, para todos os anti-Bush (os pontos de contacto são cada vez mais ténues, e daí, talvez não), tal é a variedade -e, espera-se, qualidade- de documentários que prometem lançar bastantes achas para essa fogueira da moda.

O programa está aqui.

P.S.- Se não conseguirem abrir o programa, têm de sacar o Adobe Acrobat Reader, aqui. Hoje sinto-me mesmo altruísta. Talvez dê para me naturalizar e passar a jogar pela selecção desse país.

United Colors of Portugal

Quando uma vitória da selecção é em parte decidida através de um golo de um congolês a passe de um cigano, opções essas tomadas por um treinador brasileiro, julgo que passo a ter oficialmente legitimidade para apelidar de "imbecil" quem continuar sem perceber porque é vibro muito menos com a selecção do que com o Benfica. Apoia-se a selecção por patriotismo, patriotismo esse que não encontra, não consegue encontrar, correspondência num grupo de portugueses do Lidl. Esvazia-se o conceito, e com ele o sofrimento. Veja-se a forma como cantam o hino, ou melhor, não cantam, mais parece que o ditam.

Podem ser luso-congoleses ou luso-ciganos que um gajo não se importa, a multiculturalidade até é bem vinda dentro de um país. Caso não saibam, e arrisco aqui outro dogma social, quanto mais nacionalidades se conseguirem misturar na concepção de uma criança, maior é a probabilidade de ela sair top-model.

Claro que a ratio decidendi dos fulanos é nobre, se formos a ver o Deco e o Pepe não estavam tapados na selecção do Brasil quando pensaram em naturalizar-se, e o Makukula não pediu há FIFA há uns anos para se naturalizar congolês de forma a poder passar a jogar pela respectiva selecção. Só consigo ter pena é do Quaresma, que não tem culpa que o seu povo seja nómada e dedique a sua vida a actividades inúteis. Desculpem, nómada não. O Quaresma não tem culpa que o seu povo "goste de viajar, só o fazendo aliás por estarem incumbidos, através de desígnio superior, de levar aos quatro cantos do mundo essa forma superior de cultura que é o circo de baixa-gama, juntamente com a arte milenar de limpar vidros de carros parados no trânsito e vender pacotes de lenços", assim é que é. Não vamos entrar pelo caminho do racismo, que não vale a pena.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

P,P,P



Intenso, um passeio numa corda bamba que não se parte, mas que quem a tenta atravessar pode não estar preparado para o fazer. E rede, essa, n'existe pas, não faz sentido, porque a travessia é para chegar a bom-porto. Não a pediste, porque se era para atravessar com rede, então não a atravessarias at all.

Escorregas, porque resolveste tossir (tu que quase já nem tens asma!), e agarras-te, com unhas, dentes, e as pontas de três, dois, quatro, três dedos suados, a esse fio que na tua cabeça é tão real como a queda. O calor do nylon queima-te os dedos, mas há alguma coisa que te diz que não vais cair, pelo menos assim, porque se fosse para cair, tinhas pedido uma rede, e se fosse para pedir uma rede, não atravessavas a corda.

Pontas. Três, uma, duas, três, de dedos suados. A corda, até aí desinteressadamente presa num movimento previsivelmente imprevisível, apercebe-se da situação e convence a bamba a descansar um bocado, esticando-se de seguida o mais que pode e sabe para que consigas subir.

Pontas. Dedos. Mãos. Joelhos. Pés. Estás outra vez de pé, na corda, que interrompe o agradecimento que lhe dirigias para te avisar que a bamba vem aí e não está para brincadeiras, que o melhor a fazer é continuar a travessia e não tossir outra vez. Segues a sugestão e lá vais tu, passo a passo, na corda outravezbamba. E sempre, sempre, sem rede.

damien rice

«Foi uma autêntica batalha campal. Dentro do balneário (onde se esconderam os jogadores do Togo e cerca de 1900 adeptos do Mali) havia sangue por todo o lado...»

in A Bola


Aposto que o Kanouté resolveu gritar "Malta, é bar aberto de arroz". Depois admiram-se.

domingo, 14 de outubro de 2007

Morning cartoons

Como é que eu me levantava da cama às 7 da manhã quando era puto para ver isto? Que estupidez.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Pleased to impress

I don't aim to please, I aim to impress. Pleasing is too greyish, whereas impressing is like pleasing's alter-ego, or pleasing's funny brother. Basically, impressing is what pleasing always wanted to be, but never had the balls to.

The Tudors


A must see. Sobre os early years de Henrique VIII, o rei inglês que separou a Inglaterra da Igreja Católica. Sexo, drogas e rock n'roll à moda do Renascimento.

Todos os dias, na RTP, às 22:40. Se começarem só hoje, já perderam os 5 primeiros episódios. Ainda vão a tempo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

And now for something (not that) completely different

De volta ao layout antigo, just a little lighter. Opiniões?

Preta no branco

Mais pacífica será a entrega da medalha (n.d.r.: de Marion Jones, nos JO de Sidney) de bronze dos 100m a Merlene Ottey, que deve conseguir a 23.ª medalha (esta de bronze) entre Jogos (seria a 9.ª, mas nenhuma de ouro) e Mundiais (14). A atleta jamaicana, que se naturalizou eslovena, continua a competir aos 47 anos (!).

in Record


Eslovena de gema.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ecomarchou

Então Sílvia, vem cá muitas vezes?
Não, venho só à terça, quarta e quinta, por causa dos frescos, e ao domingo, para vir buscar os frescos de que me esqueci na sexta e sábado.
E à segunda, também vem por causa dos frescos?
Não, à segunda venho por causa das caixas Multibanco.

Pensamento do dia III

Conclusão da sondagem: já não chegava ter desaparecido a Maddie, agora anda tudo à procura da Punchline.



Meet Punchline

Pensamento do dia II

(a tomar banho)

Se abrir um negócio, é de tampões. Que estupidez, de tampões, ou de pensos higiénicos. É da maneira que há um homem que ganha alguma coisa com a história.

Pensamento do dia I

(algures à tarde, no Pão de Açúcar, a fazer as compras para a casa, no corredor dos cereais e dos farináceos. É verdade, I'm that versatile. Já agora, o corredor dos cereais não é necessariamente também o dos farináceos, mas como não é -e disso tenho a certeza- só dos cereais, e eu adoro a palavra farináceos, junta-se o útil ao agradável)

Tenho-me por um gajo fora de série a escolher cereais. Onde a maioria das pessoas vê caixas de cartão cheias de cores e mascotes carregadas de ferro e 7 vitaminas, eu vejo oportunidades de pequenos-almoços inesquecíveis. Estrelitas, Chocapic, Corn Flakes, that's for newbies. Gosto de procurar um cereal novo, arrojado, fresco, que me surpreenda. Se olheiros houvesse para a prospecção de cereais, seria concerteza um dos mais conceituados, pago a preço de ouro pela Adexo.


(com isto em mente, agarro numa caixa de cereais Active, da Nacional, crocantes, com morangos, passas e maçã, ricos em ferro e com baixo teor de sal, e sigo caminho, para os farináceos)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A tradição ainda é o que era



Ficha de jogo

Galistars
GR: Caetano Macedo
Tomás Cancella de Abreu
Zé Maria Júdice
Henrique Botelho
Bernardo Froes
Pipos

Los Lobos
GR: Martim Motta
Lourenço Macedo
Tiago Barreto
Chico Cancella de Abreu
Filipe Sampaio
Bernardo Pina
Kiko Machado

Golos: Henrique (1), Eu (1), Pipos (3), Tomás (1) Sampaio (2)
Assistência: Sr. Becas
Local: Polidesportivo da Ajuda
Disciplina: Nada a registar


"A TRADIÇÃO AINDA É O QUE ERA"


Era com grande expectativa que as centenas de pessoas ilegais -rectius, uns quantos ciganos- presentes no Polidesportivo da Ajuda aguardavam o início da 3ª season de confrontos Galistars - Los Lobos, quanto mais não fosse pela neblina que rodeava a composição do plantel lobito. Muitas mudanças, muitas indecisões, algo que no entanto não surpreende se tivermos em conta o desespero em que esta equipa se deve encontrar mergulhada, fruto da virgindade no que ao sabor da vitória diz respeito. Do lado dos Galistars, o mesmo plantel, a mesma tranquilidade, a mesma ambição, com uma única diferença: mais uma estrela de campeão.

A rentrée ficou marcada pela ausência do nosso querido amigo Galiano, que optou por retirar-se da equipa dos Los Lobos invocando "razões pessoais". Muito pouco para quem devia pelo menos uma exposição de motivos fundamentada a ambas as equipas. O jogo de homenagem (mais do que merecido), esse, permanece em stand-by, por ser convicção geral que o nosso amigo forcado tomou tal decisão num estado de incapacidade acidental, fruto de mais uma cornada impiedosa, pelo que assim que recuperar a lucidez ponderará com certeza a sua decisão.

Ora, chega de lamentos, e vamos ao que interessa, o jogo. Apresentando o seu polémico reforço, Filipe Sampaio, imponente central, bem como um regresso, na pessoa de Bernardo Pina, foram os Los Lobos, no habitual grito dos campeões que precede o jogo, surpreendidos com um diferente "O-O-OBRIGADO", numa clara alusão ao jantar oferecido na semana passada, tendo também como objectivo deixar bem vincado um protesto pela ausência do Nosso capitão.

Num jogo em que o favoritismo no papel pertencia à equipa dos derrotados, em primeiro lugar pelos reforços que apresentavam, e ainda devido ao facto dos Galistars terem entrado no Polidesportivo sem o sempre influente Cruzeiro, a nota dominante da primeira parte foi o equilíbrio. Os dois lados estudavam-se e decidiam a melhor forma de abordar o jogo, até que os Galistars se adiantaram no marcador, por intermédio de Henrique Botelho. No segundo tempo, o capital de esperança adquirido pelos lobitos aquando do golo do empate foi prontamente desfeito num contra-ataque, saltando os campeões novamente para a frente do marcador, posição essa que lograram manter até ao apito final, alcançando uma vitória justíssima, com contornos de goleada, por 6-2, fundamentalmente graças à solidez defensiva e ao acerto do matador Pipos, decisivo na conclusão de contra-ataques letais.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

I walked across, a sentimental neo-nazi

Estava à eu à procura de uma música algo difícil de encontrar (John Miles - Stranger in the City, que recomendo vivamente), e por já ter sacado uma versão que não abria, resolvi explorar a library do user em questão para ver se era, ou não, de confiança.



E ainda dizem que um neo-nazi não tem sentimentos. "Pfff", digo eu. Curiosa, também, mas pelo menos coerente, é a escolha do ariano no que à pornografia diz respeito. O gajo vê porno, sim senhor, mas só com carne branca. E, imagino, com os Keane como música de fundo. O quê, um neo-nazi já não pode ter um coração de papelão? Preconceituosos.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

blog vai cos outros

Acho que este deve ter sido o único blog em que não se falou do Santana Lopes. De repente, ficou na moda dar largas a todo o tipo de sentimentos negativos despertados pela figura (repugnância, ódio, pena, desprezo, you name it), para logo a seguir admirar a sua atitude recente. Este blog foi o único...ah, foda-se, distraí-me.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Any given sunday



As músicas só o são objectivamente. Subjectivamente, são muito mais que simples notas musicais que decidiram dar as mãos. Transportam, com elas, dias e noites, alegrias e tristezas, vontades e desejos, momentos que se prendem a elas para nunca mais as largar.

Arrisco, inclusivé, dizer que a mesma música nunca é igual para duas pessoas. A terceira música deste post, por exemplo, é uma música completamente diferente, quando ouvida por mim e por vocês. E o mais giro é que, mesmo que a oiçamos ao mesmo tempo, a aparelhagem da vida encarrega-se de a transformar em duas situações totalmente distintas. As músicas, mais do que baladas, malhas, ou batidas, são momentos congelados sob a forma de som, passíveis de serem levados para qualquer lado.

Nisso de só aparentemente serem iguais, as músicas são como os domingos. Os domingos são sempre um any given Sunday, sem no entanto o serem por inteiro. Se houvesse um dia que tivesse de ser uma tela vazia, à espera de ser pintado pelos artistas de quotidiano que somos nós, Sunday would be it.

Por ser o único que corresponde a um estereótipo de dia, permitindo, por um lado, uma fuga, mas aliciando, por outro, a não fugir dos padrões da preguiça e filmes tvi, domingo é, dos 7, o único que pode ser transformado numa obra de arte, em que a tinta que o pinta se obtém pela mistura de uma dose de imaginação e outra (às vezes, sobre-humana) de vontade de abandonar um dolce fare niente. E, quando isso acontece, domingo passa a ser Domingo, a day for a daydream. Experimentem. É como o Supersumo, é do c*r*lho.

CCBerardo


Ora portanto, eu fû hoje ver a expozeção lá do Sr. Quemendadôr Berarde. Tava bonita, nada de fora do mundo, mas vale a pena. Não se pode ir-se lá a refletire que é fora de genial, porque em verdade a aparência é defrente do que tá dentro do coiso. Desculpe lá, dêxa-me falar em inglês? - perguntou, algo atabalhoado, o Sr. Rosé Berardo.

Claro que sim, Sr. Rosé Berardo.
- respondeu o blog.

Thank you. You know, I'm portuguese, I love Madeira, and I feel that in a few weeks I'll be able to sing the first part of your...I mean, our Anthem, "A Porteguêsa". As I was saying, I went today to CCB to see the Berardo collection. I recommend everyone to pay a visit there, however I feel obliged to warn those who are not that familiarized with modern art that there's more to it than what the exhibition has to offer. As far as my artistic knowledge goes, it's worth visiting mainly for the really good pop-art, hyper-realistic, conceptual art and dada/new-dada works, along with the fact that, besides being a huge collection, it has a lot of variety. Still, that doesn't necessarily mean quality (in fact, the quantity-quality ratio is not completely up to the standards). - afirmou, agora nas suas sete quintas, Rosé Berardo, português dos sete costados, que não tem culpa de se sentir mais confortável na língua de Hemingway e Melville.

jukebox frenzy



Aproveitem antes que a Cidade FM assassine mais esta com um remix com o Summer Jam.



Género de Jack Johnson, only better.



Música de Shantytown Carnival, CD obrigatório de Jehro, cantor francês.



Instrumentalmente, únicos. Vocalmente...também. A voz de Joe Dukie parece que tem 3 dimensões, tal é a facilidade com que sai das colunas e ganha vida. Fat Freddy's Drop, obrigatório. Quando o nome de um grupo é inspirado num tipo de LSD, acho que está quase tudo dito.



Para mim, uma das surpresas deste SBSR. Porque às vezes convém mesmo não ligar às aparências, caso contrário estes gajos tavam arrumadíssimos, mais feios que o Horvath. E o Horvath é feio.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Dúvida teológica

Em Fátima podem-se apanhar bebedeiras?

Sencillez, paso a paso


Voltas do Cervantes, meio-dia numa Lisboa abençoada pelo sol. Dormiste 6 horas...não dormiste nada, impossível, quem tá com essa pica toda tem de ter dormido pelo menos o dobro. Vens no teu carro, o teu Velly, braço de fora estendido no ar, como que a querer apanhar com a mão um bocado de dia, um bocado deste ar de Verão fora de época que te entra pelos poros adentro.

Como a mão não consegue agarrar, inspiras metade de Lisboa para dentro dos teus pulmões, que os ouvidos estão entretidos. Arrepias caminho, que a fome não se mata com um Toblerone, pacifista por natureza.

Um táxi, vindo da direita, a deixar-te passar? Deve ter reparado. It's hard not to. Dás por ti a pensar, porque sim, e porque sim chega, que não tens limites, que a vida é tua e fazes o que quiseres com ela. The time is now, canta a Roisin. E passar isso do pensamento ao acto, como é que o farás?

O rotineiro barulho do alarme do elevador traz-te cá acima, chave na mão e cá te espera a Verónica, pronta para mais um "Olá menino", mais do que tímido, ensinado pela vida a ser simples. Vês que o almoço é feijão frade com atum e ovo cozido, que tu adoras, e que te faz lembrar a tua avó.

"Verónica, faça-me um favor, pode pegar nestas batatas e fritá-las como se não houvesse amanhã? Sim, o almoço é exactamente o mesmo, mas achei que batatas fritas agora, ao almoço, seria a melhor expressão possível do estado de espírito em que me encontro hoje."

"Tá bem menino"
, responde-te ela com um sorriso no olhar. Também já percebeu. It's hard not to.

Genealogia

Se este blog fosse lido única e exclusivamente por pessoas que chegam a casa ao meio-dia, à quinta-feira, ligam a televisão e no zapping pré-almoço passam pelo programa do Gaycha, a frase a Manuela Marle permite-nos visualizar a Sónia Araújo na menopausa, ganharia todo o sentido. Como calculo que não tenham essa sorte, têm de esperar para voltar a ver a dita.

E agora tá a Io Apoloni a fazer a ioga. Gírissimo. Nem sei se é assim que se escreve Io Apoloni, mas se me chamasse Io Apoloni, acho que escreveria Hyho Appollonni. Way cooler. E agora tava a deitar a língua de fora, a Hyho. Sua maluca.

Y tu mama también


A primeira cena, despida -como o filme- de pudores, de convencionalismos, desperta a curiosidade, aguça os sentidos. E promete. O resto, não compromete. Longe, muy lejos, disso.

Fala-se sobre a amizade, ou melhor, sobre a fragilidade de uma cumplicidade intensa estabelecida por dois adolescentes mexicanos de classe alta. Sobre a facilidade com que uma mulher consegue romper esse vínculo (só aparentemente) inquebrável. Sobre os inevitáveis segredos que se escondem no quarto dos fundos de qualquer amizade. Sobre pecados mortais. Sobre um desespero resignado em forma de carpe diem. Sobre descobertas. Sobre as consequências de dar carta branca ao nosso lado animal.

Sobre tudo isto, e muito mais. Sobre...tudo, vale muchísimo la pena, e deixa qualquer um maluco com o México. Grande, grande Alfonso Cuáron.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Restyling

Neat, huh?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Óbvio

A única coisa que me incomoda mais do que ouvir uma mulher a falar de futebol, é ouvir uma mulher a falar de futebol...comigo. Se eu não ando para aí a falar da colecção de Outono/Inverno da Zara, por que razão é que tenho de aturar uma mulher a tentar discutir comigo as opções tácticas do Camacho?

Machismo? I'd probably call it "não metas o nariz onde não cheira a refogado", mas isso sim, seria machismo, e um bocado parvo, porque tenho aprendido a gostar de cozinhar. Cada macaco no seu galho, that's what it is. Exacto.

sábado, 22 de setembro de 2007

Upside down

Não me apetece especialmente um T2, gosto de vista para o mar mas neste momento passo bem sem ela, um jardim não faz parte das minhas prioridades imediatas, e o meu próximo carro não tem necessariamente de vir com tecto de abrir. Não acho que precise de virar a minha vida de pernas para o ar, bem como não faço a mínima ideia de quem seja o Ricardo Azevedo, mas dou por mim a acompanhar o anúncio a plenos pulmões sempre que dá na televisão.

Gemini

(num piquenique de gémeos em óbidos, entrevistador a falar com trigémeos)

E então, lá em casa quando eram mais novos, era uma grande confusão? Lembram-se de alguma coisa?
Sim, era, uma vez a nossa mãe até teve de nos amarrar à mesa. Foi ou não foi mãe?
(tipo "foi ou não foi Zé Carlos?")
Foi, eles não paravam quietos então amarrei-os aos pés da mesa para não se mexerem.
(...)
E uma vez dei com eles a beberem o desinfectante da casa-de-banho. Beberam aquilo tudo.
(...)
E outra vez esta (aponta para a míuda) bebeu um frasco de xarope. Tive que ir com ela logo para o hospital. (mas não foi, pelos vistos, depois dos petizes terem emborcado o muito mais inofensivo mata-ratos)

À atenção da Assistência Social?

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Cadê?



Pelos vistos, já temos as chuvas tropicais nocturnas. Cheirinho a Rio de Janeiro. Só falta a água de coco, Tom Jobim, o queijo coalho com oregão, a bossa nova, a lagoa, o açaí, as mauricinhas, a Lapa, o posto 9, o calçadão e o vai levando.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

The incorrigibles

Vídeos semanais a satirizar a actualidade portuguesa.

Com os melhores humoristas portugueses.

Porque é que não estás lá, Rosé, perguntam-me. Boa pergunta.

Aqui.

Etymology

Olá.
Então.
Como é que te chamas?
(...)
Não me dizes?
Já to disse, tu é que decidiste trocar-me por (...). E então, tás porreiro?
Cada vez melhor, e tu, tás boa?
Depende.
Do quê?
De ti, dos outros, de todos. Não tenho existência própria, mas ao contrário do que pensam, só me materializo de uma maneira.

Pensam, quem?
Tu, os outros, quase-todos.

Eu? Mas só te conheço nem há 2 minutos...
Tens razão. Que sejam então só os outros, os quase-todos.
Fala-me de ti.
Gosto de me fechar a duas chaves. Exteriormente sou dividida, mas por dentro faço todo o sentido.
És um bocado convencida.
Talvez.
Não percebi a história da divisão exterior. Tens algum problema?
Há quem ache que sim. Dependo de um hífen.
Dependes de um hífen? Nunca conheci ninguém que dependesse de um hífen, deves ser especial.
Vais ver que, quando me conheceres, vais ter a sensação que sou única no mundo.
E como é que te conheço?
Pegas em mim, e transformas-me no hífen.
Vou ver isso.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Backfiring marketing



Uma verdade inconveniente

As outras Passats andavam a enviar toneladas e toneladas de CO2 para a atmosfera que poderiam perfeitamente ter sido evitadas, se estivéssemos para gastar mais uns milhares de euros e nos preocupássemos realmente com isso.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

What's in a name?


Sabe-se que a situação está preta quando se respira de alívio por ler que o Miguel Vítor está apto para jogar contra a Naval. Já agora, pais do Miguel Vítor, vocês são completamente estúpidos, não são?Se era para pôr Vítor no nome, ao menos eram inteligentes e faziam um brilharete, e chamavam-no de JOÃO Vítor.

As vantagens são inequívocas:

- um ganho qualitativo ao nível da sonoridade: soa muito melhor um "OH JOÃO VÍTOR ANDA JÁ 'PA CASA!" do que um "OH MIGUEL VÍTOR ANDA JÁ 'PA CASA!" (para uma melhor compreensão é favor imaginar a mãe do petiz, à porta de casa, caracóis fartos, avental com motivos florais azul-azulejo e rosa a disfarçar uma protuberante barriga, a vociferar a frase em questão a plenos pulmões, carregando forte e feio no "í" e no "o" de Vííítóóór)

- redução significativa ao nível da utilização das cordas vocais: considere-se a quantidade de primeiros "o"s que são poupados ao nome João quando dito, ao longo de uma vida, de forma acelerada por uma sopeira enervada do Montijo. De Miguel para "Jão" vão quantas letras? Pois é, três-letras-três, eu sou o Zé Gordo e a mim ninguém me fode, já dizia o outro naquele pôr-do-sol espectacular em Vila Nova.

- Possibilidade de criação da sempre divertida alcunha que consiste em pegar nas duas primeiras letras de cada nome próprio: com efeito, a simples passagem de Miguel para João abre alas ao surgimento de um refrescante "Jovi", no lugar de um cinzento e enfadonho "Mivi". Daí até ao piropo "És todo Bon...Jovi", por uma qualquer suburbana, seria um passo.

Nem me alongarei quanto às vantagens de engate. Ser João num país anglo-saxónico equivale a pelo menos 2/3 minutos de conversa com uma bifa a tentar explicar como é que se pronuncia o nome, e isso para uma pessoa que não fale muito bem inglês -algo me diz que aqui o nosso Miguel Vítor é mais do que menino para isso- vale ouro.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

McCann I make fun out of this?

Percebo perfeitamente que tenham dado o sumiço à Maddie. Eu próprio não a conheço, nunca estive na mesma sala com ela, e já não a posso ver à frente. Chata do caraças.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Lobos



Porque há quem perceba a diferença entre uma música e um hino. Os hinos não foram feitos para serem cantados com a garganta, mas sim com o coração, com o orgulho, com -e que grande hino é se assim for entoado- as lágrimas de quem o chora na pele. Arrepiante. Podia ter sido só por isso, e já estavam de parabéns. Contudo, não contentes com tal feito, decidiram fazer do jogo uma guerra, deram (o pouco) que tinham e o (muito) que não tinham, não se amedontrando perante uma selecção de outro campeonato.

Percebo tanto desse desporto como de montagem de grandes infraestruturas subterrâneas, mas dá-me cada vez mais gozo ver um jogo de rugby, sobretudo quando é disputado assim. Como o futebol deveria ser. É bom ver que existem Lobos que valem alguma coisa.

E, Kiki, muito obrigado por aquele momento do "ensaio-que-só-passado-5-minutos-é-que-percebeste-que-afinal-não-era". Serás enxovalhado, com todos os rigores protocolares adequados a uma circunstância desta índole, na mesma medida em que estás de parabéns por aquele ensaio -este, a sério- histórico.

Estava para escrever um post sobre rugby há uns tempos, tendo já aliás sido desafiado nesse sentido, mas ainda não o tinha feito por, talvez, acreditar que ainda conseguiriam mais, e maior, já que melhor é difícil. Não estava enganado. Muitos parabéns, e força nisso.